Salmo 148 — Análise Bíblica

Salmo 148

O grande coro o salmo 148 segue o padrão dos cinco últimos salmos, pois começa e termina com Aleluia!, que significa Louvai ao Senhor. O salmista convida tudo o que há nos céus e na terra a participar do grande coro de louvor a Deus. O salmista se dirige primeiramente aos habitantes dos céus e então convoca todas as coisas e pessoas na terra a acompanhá-lo no cântico.

148:1-6 O coro celeste Como a maioria dos povos, os israelitas dividiam o universo em duas partes, a terra e a esfera acima da terra, à qual chamavam céus (148:1). Os seres humanos vivem na terra, mas os céus estão repletos de seres angelicais que servem na presença de Deus. Todos esses seres são convocados a louvar ao Senhor (148:2). Os céus contêm ainda corpos que Deus criou, como o sol, a lua e as estrelas (148:3). Também são o lugar onde a chuva fica guardada na forma de águas que estão acima do firmamento, conforme os israelitas as chamavam (148:4). Todos esses elementos devem louvar a Deus. Nenhum dos objetos ou seres é apresentado como algo digno de adoração; todos são adoradores. Esses versículos refutam, portanto, aqueles que adoram anjos (Cl 2:18), ou o sol, a lua e as estrelas (Dt 4:19; 17:3; 2Rs 23:5). Quem o faz adora e serve “a criatura em lugar do Criador” (Rm 1:25). Até mesmo alguns cristãos podem cair nesse erro ao orar a anjos ou profetas, e não a Deus. O salmista enfatiza o poder de Deus ao afirmar que todos esses seres e objetos nos céus foram criados por decreto divino e continuam a existir apenas porque ele ordenou que se mantenham em seu devido lugar (148:5-6). Foi Deus quem estabeleceu as leis da natureza (cf. Gn 8:22; Jr 33:25-26).

148:7-14 O coro terreno agora, o salmista se volta para a terra e convoca todos os seus elementos a louvar ao Senhor (148:7). Começa com as partes mais profundas da terra, os abismos do mar e todas as criaturas marinhas, como baleias, tubarões e milhões de peixes. As condições meteorológicas, que representam todas as forças naturais, também devem louvar a Deus, pois o salmista fala à tempestade, aos ventos e à chuva (148:8). Os lugares mais altos da terra devem louvar ao Senhor, pois o salmista se dirige às montanhas e montes.

O Kilimanjaro, o monte Camarões, a cordilheira de Drakensberg, o monte Ararate, na Turquia, o monte Everest, no Nepal, todos devem louvar a Deus. O mesmo vale para toda a vegetação, desde as árvores frutíferas cultivadas até os cedros nativos. Também a fauna, desde os animais selvagens, como o leão e o hipopótamo, até os animais domésticos, como o gado e os cabritos, e os pequenos insetos e as aves, devem louvar a Deus (148:9-10). Os louvores devem ser entoados por todos os seres vivos em todos os cantos do planeta. Os seres humanos não são excluídos do cântico, e o status pessoal não é desculpa para não participar. O salmista convoca reis, povos, príncipes e todos os juízes da terra para participar (148:11). Eles devem louvar a Deus juntamente com rapazes e donzelas. Velhos respeitados devem louvar a Deus lado a lado com crianças (148:12). Ambos os sexos e todas as faixas etárias devem participar do coro. Por fim, o salmista fornece os motivos de louvor. Primeiro, o nome (caráter e reputação) de Deus é exaltado acima de todas as nações (148:13a). Existem muitas pessoas famosas no mundo, mas sua fama não se compara ao renome do Senhor. O segundo motivo para louvá-lo é o fato de sua majestade ser acima da terra e do céu, as duas esferas convocadas para louvá-lo (148:13b). O terceiro e último motivo de louvor é que ele exalta o poder do seu povo (148:14a), literalmente “exalta o chifre do seu povo”.

O chifre era um símbolo de força e salvação, dádivas que Deus concedeu aos seus filhos. Um Deus tão poderoso e amoroso merece o louvor de todos os seus santos (148:146). No tempo do salmista, os “santos” eram o povo de Israel, mas pela obra de Cristo podemos juntar-nos a esse grupo e receber do Senhor “o poder de [sermos] feitos filhos de Deus” (Jo 1:12; cf. tb. Ef 2:13-18). Também podemos ser povo que lhe é chegado (cf. tb. Lv 10:3; Sl 65:4; 73:28; IPe 2:9-10). O salmo termina com um Aleluia! É difícil imaginar o volume do louvor que ecoará desses dois coros grandiosos.


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