Salmo 149 — Análise Bíblica

Salmo 149

O Salmo 149 como um Júbilo e batalha, o salmo 148 convocou toda a criação a adorar, mas no último versículo se referiu especificamente a “Israel, povo que lhe é chegado” (148:14). Agora, no salmo 149, o próprio Israel é conclamado a louvar. Como os salmos que o cercam, este também começa e termina com Aleluia!, isto é, “Louvai ao Senhor”.

149:1-5 O júbilo dos santos o salmista chama o povo de Deus para entoar um novo cântico (149:1), convite repetido em vários salmos (cf. 33:3; 96:1; 98:1). Parece referir-se a novos cânticos que celebram coisas novas que Deus fez. O cântico deve ser entoado na assembleia dos santos, onde todo o povo de Deus se reúne. o povo de Deus deve regozijar-se no seu Criador, ou seja, naquele que os criou como indivíduos e como nação, e deve alegrar-se porque ele também é seu Rei, aquele que governa sobre eles (149:2). Seu louvor não deve ser estático, mas expresso com todo o corpo enquanto dançam, cantam e tocam instrumentos musicais (149:3). Observamos cenas semelhantes de júbilo quando os israelitas foram salvos do exército egípcio (Êx 15:20) e quando as mulheres saudaram Davi depois de uma vitória militar (ISm 18:6). O motivo do regozijo é o extraordinário fato de que o Senhor não apenas tolera Israel, mas ativamente se agrada do seu povo (149:4), como um pai muitas vezes sente prazer ao ver seus filhos. A celebração também não é apenas uma reunião de ricos e famosos; é para todos, pois o anfitrião concede dádivas em abundância e de salvação adorna os humildes. Devemos regozijar-nos com os fiéis nessa glória (149:5). Quando os adoradores voltarem para casa e se deitarem, ainda estarão cantando. Não haverá medo nem pranto durante a noite (como em Os 7:14). Em vez disso, eles se prepararão alegremente para descansar, gratos pela segurança e paz que seu rei provê. Como cristãos, somos instados a sempre nos regozijar no Senhor (Fp 4:4), pois Cristo fez por nós muito mais que merecemos e já somos mais que vencedores (Rm 8:37). O grande júbilo descrito nesse salmo prenuncia o júbilo que experimentaremos quando Cristo voltar para estabelecer seu reino na terra, um acontecimento verdadeiramente digno de um novo cântico (Ap 5:9; 14:3).

149:6-9 Uma séria batalha Em 149:6, o foco do salmo muda repentinamente da celebração para a guerra. É assustador ver o povo louvar a Deus enquanto tem nas suas mãos, espada de dois gumes (149:6). Será que retrata uma dança de vitória, na qual brandir espadas era o equivalente a atirar para o alto? Ou os israelitas estão prestes a se vingar de outra nação por todo sofrimento que lhe causaram? Afinal, os reis e nobres de Israel foram levados em cadeias pelas nações, inclusive pelos assírios e babilônios (149:7:8; 2Rs 17:6; 24:12-16). A ação não é, contudo, em primeiro lugar, um gesto de vingança; antes, Israel cumpre a sentença escrita contra esses povos (149:9a). Eles executam o julgamento de Deus, como fizeram quando entraram na terra prometida. A imagem de julgamento apresentada aqui é semelhante àquela do NT, quando os anjos, as hostes celestiais, acompanharão o Senhor no julgamento dos perversos (Mt 13:40- 42). O julgamento será mundial e, de fato, envolverá todas as nações. Os cristãos não devem interpretar esses versículos como permissão bíblica para lutar em nome de Deus durante crises e revoltas religiosas. “Nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra [...] as forças espirituais do mal” (Ef 6:10-12). Em vez de tentar capturar governantes, devemos esforçar-nos para levar “cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (cf. 2Co 10:5). A espada que empunhamos deve ser a palavra de Deus (Ef 6:12; Ef 4:12), que proclama o julgamento divino sobre “o príncipe deste mundo” (Jo 16:11). O modo em que isso será honra para todos os santos (149:9b) é revelado em Apocalipse 12:10-12 e 2 Tessalonicenses 2:14. Somos honrados com a permissão de participar da vitória e da glória de Deus.

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