Comentário de João 1:15

João Batista dá testemunho da filiação de Jesus (15-17) e este testemunho serve como reforço profético ao testemunho ocular da glória do Verbo. Sua voz é apenas a do arauto. Ele reconhecia suas próprias limitações e declarou que aquele que o seguia, realmente, o precedia. Antes de mim (15). Protos refere-se tanto a tempo como a posição e é usada por João para designar a exclusividade da autoridade, dignidade, e pré-existência de Jesus. Este testemunho é também confirmado por todos os cristãos que têm recebido de sua plenitude (16), uma plenitude de atributos divinos e de graça. Graça sobre graça (16). A preposição grega anti significa "em lugar de" ou "em troca de". "Cada bênção apropriada torna-se o fundamento de uma bênção maior" (Westcott). Cada graça usada e apropriada é renovada em medida maior.

A menção de graça sugere um contraste entre Moisés, o profeta de Israel, e Jesus, O Cristo, agora mencionado pelo nome pela primeira vez (17). O evangelista contrasta a lei de Moisés que exigia a obediência do homem embora sem poder para conceder-lhe vida, com a graça que perdoa e a verdade que liberta. Deus agora se revela em Cristo e não está mais oculto. Se Deus estava outrora oculto dos homens, era por causa da refulgência de sua intensa luz que os homens não podiam vê-Lo. Agora Ele é conhecido através de seu Filho, que é a luz do mundo. A expressão monogenes theos "Deus unigênito" (ARA) é sustentada pela maioria dos MSS. Theos tal qual está no vers. 1 é usado sem o artigo e refere-se a Jesus. Deus, o Pai, foi revelado por seu Filho, referido como Deus, e participante da natureza divina. A outra versão "Filho Unigênito" (18 ARC) salienta a singularidade de sua filiação, a qual aparece no contexto para definir a expressão que está no seio do Pai. O significado está claro: o Senhor Jesus tem, de uma vez para sempre, revelado o Pai aos homens. Ele é a perfeita exegese de Deus.



Fonte: Bible Commentary de John W. Scott