Comentário de João 1:19-28

II. JOÃO BATISTA E OS PRIMEIROS DISCÍPULOS Jo 1.19-51

a) João testemunha de Cristo (Jo 1.19-34)

A introdução histórica deste Evangelho começa com o testemunho do Batista. Jo 1.19-2.11 dá-nos o relatório completo de uma semana cheia de eventos na inauguração do ministério de Jesus. O testemunho de João está ligado com a identificação significativa do Verbo com o Cristo, que estava no mundo a fim de revelar o Pai. O propósito do escritor torna-se patente na seleção dos eventos que logo revelam a trágica separação daqueles que creem dos que não creem. O testemunho do Batista é narrado como o pano de fundo de oposição e preconceitos incipientes. Os sacerdotes e levitas mandam uma delegação de Jerusalém para fazer perguntas a respeito do batismo e suas reivindicações (19). Isto não é uma dramatização, sem nenhuma base histórica. Os pormenores, tais como a menção dos levitas, a precisão de data, a localização onde o interrogatório foi feito, evidenciam o interesse pelos fatos. A narrativa só podia advir de uma testemunha ocular. Betânia (28). Como tal lugar não existia doutro lado do Jordão no tempo de Orígenes, este mudou o nome para Betábara, e nesta forma o nome aparece em alguns manuscritos (ver ARC, n.).

Os sacerdotes e levitas perguntam autoritariamente Quem és tu (19). Ao responder, João nega ser o Cristo, Elias ou o profeta predito por Moisés (20,21; Dt 18.15 e segs.). Mais uma vez, eles fazem pressão para saber quem ele pretende ser (22). João declara que é somente a voz do que clama no deserto (23). (Cfr. Is 40.3). Sua missão era preparatória. Interrogado com mais insistência, ele declara que o rito do seu batismo é para purificação. Desfaz-se de toda autoridade e dignidade pessoais. Antes ele testemunha da dignidade dAquele que já está presente no mundo. As palavras do vers. 27 que foi antes de mim (ARC) estão omitidas na ARA, sendo encontradas em alguns MSS.




Fonte: Bible Commentary de John W. Scott