Comentário de João 15:1
Eu sou a verdadeira videira,... O fruto da qual ele há pouco tinha estado falando na Ceia com os seus discípulos; e então os informa que ele é a videira de onde esse fruto deve ser esperado, da qual eles tomariam parte no reino do seu Pai; pois, embora Cristo possa ser comparado a uma videira por sua ternura, fraqueza, e ser sujeito a cortes e podas; tudo que podem expressar a externa miserabilidade do seu nascimento, ascendência, e educação, que a expuseram ao desprezo dos homens; a fraqueza da sua natureza humana em si mesmo, o ser dele cercado com as fraquezas do seu povo, e os seus sofrimentos e morte em benefício de seu povo; ainda ele é chamado assim com respeito à sua fertilidade: pois assim como a videira é uma árvore frutífera, produz e dá fruto em agrupamentos, assim Cristo, como o homem e Mediador, está cheio de graça e verdade,[1] de todas as bênçãos espirituais, e excedendo em grandes e preciosas promessas; dele vem o vinho do amor divino, de verdades do Evangelho e ordenações do mesmo, as várias bênçãos da graça, e as alegrias do céu, que são o melhor vinho reservado por ele e cultivado por último:[2] Cristo é a "verdadeira" videira; não que ele realmente seja literalmente assim, sem uma figura; mas ele é, como a versão Siríaca verte, נפתא דשררא, "a videira da verdade", da mesma maneira que Israel é chamado de uma videira nobre, uma semente completamente certa, זרע אמת, "uma semente da verdade", Jer. 2:21; uma semente genuína; ou, como a Septuaginta verte, "uma videira", produzindo fruta πασαν αληθινην, "completamente verdadeira"; ao qual a alusão pode ser aqui. Cristo é a videira nobre, a mais excelente das videiras, uma semente completamente certa, em oposição a, e, em distinção de uma planta selvagem e estéril,[3] ou de uma videira estranha e degenerada: a ele concordam todas as propriedades de uma videira pura e real; ele real e verdadeiramente comunica vida, seiva, suco, nutrição, e fertilidade aos vários ramos que estão nele. A metáfora da que Cristo faz uso foi conhecida bem aos Judeus; pois não só a igreja Judia é comparada frequentemente a uma videira, mas o Messias também, de acordo com eles: assim o Targumista explica a frase em Sal. 80:15, "um ramo, tu fazes forte para ti mesmo", o Messias Rei: e realmente, comparando isto com Sal. 80:17, é o verdadeiro sentido da passagem como parece ser (g). Os doutores Cabalísticos dizem (h) que a Shekiná é chamada גפן, "uma videira"; veja Gen. 49:11; onde os Judeus observam (i) que o Messias Rei é chamado assim. Os Judeus (k) dizem que havia uma videira dourada que estava em cima do portão do templo, e era fixada em suportes; e quem quer que oferecesse uma folha, ou uma uva, ou um agrupamento, (quer dizer, um pedaço de ouro para o templo, na forma de qualquer um destes,) comprava-a, e pendurava-a nela. E desta videira também Josefo (l) faz menção, como estando no templo de Herodes; da qual ele diz, que estava em cima das portas (do templo), debaixo das extremidades da parede, tendo agrupamentos que sustentavam-na abaixo disto, para que os espectadores ficassem cheios de maravilha com o tamanho dela, assim como pela a arte com que foi feita. E, em outro lugar, ele diz (m) que a porta dentro na varanda estava toda coberta com ouro, e a parede inteira sobre ela; e tinha em cima dela videiras douradas, de onde os agrupamentos pendurados eram tão grandes quanto a estatura de um homem: agora se nosso Senhor pode recorrer a isto, enquanto estando perto do templo, e devido a isto, e aponta a isto, e se chama a verdadeira videira, em distinção da outra que era só a representação de uma; ou se ele poderia aproveitar a ocasião da visão de uma real videira, e se comparar a uma, que não seja considerado; visto que era habitual com Cristo, em visão ou em mencionar coisas naturais, para aproveitar a oportunidade para tratar de coisas espirituais: embora possa ser, antes, que este discurso da videira e os ramos poderia ser ocasionado pela sua oração do fruto da videira, na ocasião em que ele comeu a Páscoa, e instituiu a ordenação da Ceia.
E meu Pai é o lavrador;... Ou vinicultor. Assim Deus é chamado por Filo, o Judeu (n) γεωργος αγαθος, "um bom lavrador";[4] e é o mesmo que o Targumista diz da Palavra do Senhor (o), "e minha Palavra estará sobre eles, כאכרא טבא, "como um bom lavrador".'' Agora Cristo diz isto do seu Pai, tanto com respeito a ele, a videira, e com respeito aos ramos que estavam nele: Ele era o seu lavrador; ele plantou a videira da sua natureza humana, e encheu ela de todas as graças do Espírito; ele a apoiou, a sustentou, e a fez forte para ele, com a finalidade da sua graça, e para a sua própria glória; e tomou um prazer infinito nisso, enquanto sendo ele uma planta agradável, uma planta de renome. A preocupação que este lavrador tem com os seus ramos é expresso no versículo seguinte.
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Notas
(g) Vid. R. Mosem Hadersan em Galatin. de Arcan. Cathol. verit, l. 8. c. 4.
(h) Zohar em Exod. fol. 70. 2. & Cabala denudata, par. 1. p. 241.
(i) Zohar em Gen fol. 127. 3.
(k) Misn. Middot, c. 3. sect. 8. T. Bab. Cholin, fol. 90. 2. & Tamid, fol. 29. 1, 2.
(l) Antiqu. l. 15. c. 11. sect. 3.
(m) De Bello Jud. l. 5. c. 5. sect. 4.
(n) Leg. Allegor. l. 1. p. 48.
(o) Targum em Hos. 11. 4.
[1] Cf. João 1:14. N do T.
[2] Cf. Isaías 25:6. N do T.
[3] Cf. Isaías 5:1-2. N do T.
[4] Cf. Gênesis 9:20. N do T.
E meu Pai é o lavrador;... Ou vinicultor. Assim Deus é chamado por Filo, o Judeu (n) γεωργος αγαθος, "um bom lavrador";[4] e é o mesmo que o Targumista diz da Palavra do Senhor (o), "e minha Palavra estará sobre eles, כאכרא טבא, "como um bom lavrador".'' Agora Cristo diz isto do seu Pai, tanto com respeito a ele, a videira, e com respeito aos ramos que estavam nele: Ele era o seu lavrador; ele plantou a videira da sua natureza humana, e encheu ela de todas as graças do Espírito; ele a apoiou, a sustentou, e a fez forte para ele, com a finalidade da sua graça, e para a sua própria glória; e tomou um prazer infinito nisso, enquanto sendo ele uma planta agradável, uma planta de renome. A preocupação que este lavrador tem com os seus ramos é expresso no versículo seguinte.
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Notas
(g) Vid. R. Mosem Hadersan em Galatin. de Arcan. Cathol. verit, l. 8. c. 4.
(h) Zohar em Exod. fol. 70. 2. & Cabala denudata, par. 1. p. 241.
(i) Zohar em Gen fol. 127. 3.
(k) Misn. Middot, c. 3. sect. 8. T. Bab. Cholin, fol. 90. 2. & Tamid, fol. 29. 1, 2.
(l) Antiqu. l. 15. c. 11. sect. 3.
(m) De Bello Jud. l. 5. c. 5. sect. 4.
(n) Leg. Allegor. l. 1. p. 48.
(o) Targum em Hos. 11. 4.
[1] Cf. João 1:14. N do T.
[2] Cf. Isaías 25:6. N do T.
[3] Cf. Isaías 5:1-2. N do T.
[4] Cf. Gênesis 9:20. N do T.