Comentário de Albert Barnes: João 1:21-24

És tu Elias? Esta é a maneira de escrever em grego Elijá. Os judeus esperavam que Elias iria aparecer antes da vinda do Messias. Veja as notas na Mat 11:14. Eles supunham que seria o real Elias retornado do céu. Neste sentido, João negou que ele fosse Elias; mas ele não negou que ele era o Elias, ou Elijá, profeta destinado Mat 3:3, pois ele imediatamente procede à dizer que fora enviado Jo 1:23, como era previsto que Elias seria, para preparar o caminho do Senhor, de modo que, enquanto ele corrigia as suas falsas noções sobre Elias, ele tão claramente revela a eles seu verdadeiro caráter, para que eles possam entender que ele era realmente o previsto como Elias.

Aquele profeta – É possível que os Judeus achassem que não apenas “Elijá” reapareceria antes da vinda do Messias, mas também “Jeremias.” Veja as notas em Mateus 16:14. Alguns têm suposto, no entanto, que essa questão tem referência a predição de Moisés em Deut 18:15.

João 1:23

Eu sou a voz… veja as notas em Mateus 3:3.

João 1:24

Eram dos fariseus... - Para um relato desta seita, veja as notas na Mat 3:7. Por que eles são especialmente mencionados não é conhecido. Muitos dos “Saduceus” vieram ao seu batismo, Mat 3:7, mas parece que eles não estão envolvidos em enviar-lhe para saber qual era o designo de João. Esta circunstância é uma dessas alusões incidentais e delicada, que não iria ocorrer a um impostor em forjar um livro, o que mostram que os escritores do Novo Testamento eram homens honestos e sabiam o que afirmavam. Porque:


1. Os fariseus constituíam uma grande parte do Sinédrio, At 23:6. É provável que uma delegação do Sinédrio fosse dessa parte.

2. Os fariseus eram muito tenazes nos ritos e costumes, das tradições e cerimônias. Eles observavam muitos. Eles acreditavam que eles eram justos [legalistas - N do T], Mar 7:3-4. Claro, eles acreditavam que os ritos podiam ser aumentados, mas não imaginavam que isso poderia ser feito senão por autoridade de um profeta ou do Messias. Quando, portanto, João veio “batizando” - acrescentando um rito a ser observado pelos seus seguidores - não só batizando gentios, mas também os judeus - a pergunta era se ele tinha autoridade para instituir um novo rito, se devia ser recebido entre as cerimônias da religião. Nesta questão os Saduceus sentiram nenhum interesse, pois eles rejeitavam todos os ritos, de uma só vez, mas os fariseus pensavam que valia a pena, e foi uma questão sobre a qual eles se sentiram especialmente chamados a agir como sendo os guardiões das cerimônias da religião.