Estudos das Palavras de M. Vincent: João 1:3
Todas as coisas (παντα)
Considerado isoladamente. A referência é o detalhe infinito da criação, ao invés de criação como um todo, que é expressa por τα παντα, o todo (Col. 1.16). Por esta razão, João evita a palavra κοσμος, o mundo, que denota o mundo como um grande sistema. Daí Bengel, citado por Meyer, está errado ao se referir κοσμω (o mundo) de Jo. 1:10 como um paralelo.
Foram feitas (εγενετο)
Literalmente, passaram a existir, ou se tornaram. Expressando a passagem do nada para o ser, e os desdobramentos de uma ordem divina. Compare com Jo. 1:14, 1:17. Três palavras são usadas no Novo Testamento para expressar o ato de criação: κτιζειν, criar (Ap 4: 11; 10:6; Col. 1:16); ποιειν, fazer (Ap 14:7; Mar 10:6), sendo que ambos referem-se ao Criador, e γιγνεσθαι, tornar-se, que se refere ao que é criado. Em Mar 10:6, ambas as palavras ocorrem. “Desde o início da criação (κτισεως) Deus fez” (εποιησεν). Assim, em Efésios 2.10: “Somos a Sua obra (ποιημα), criados (κτισθεντες) em Cristo Jesus.” Aqui está a distinção entre o ser absoluto expresso por ην (ver em Jo. 1:1), e do vir a existir da criação (εγενετο). O mesmo contraste ocorre em Jo. 1:6, Jo. 1:9. “Um homem enviado por Deus veio a existir” (εγενετο); “a luz verdadeira era” (ην).
“O conceito principal da criação que está presente nos escritos de São João é expressa pelo primeiro anúncio de que ele faz a seguir: Todas as coisas foram feitas através da Palavra. Esta declaração deixa de lado as noções da matéria eterna e do mal inerente à matéria. “Havia quando” o mundo “não era” (Jo. 17:5, 17: 24) e, por implicação, todas as coisas foram feitas boas. A agência da Palavra, “que era Deus”, novamente exclui tanto a ideia de um Criador essencialmente inferior a Deus, e a ideia de um monoteísmo abstrato em que não há uma relação viva entre a criatura e o Criador, pois, como todas as coisas veem a ser ‘pela’ Palavra, e são assim sustentadas ‘nEle’ (Jo. 1:3; comparar Col 1:16; Heb. 1:3). E ainda mais, o uso do termo εγενετο, veio a ser, como distinto de εκτισθη, foram criados, sugere a ideia de que a criação deve ser considerado (de acordo com nossa apreensão) como uma manifestação de uma lei divina do amor. Assim, a criação (todas as coisas foram feitas por intermédio dele) responde à Encarnação (o Verbo se fez carne). Todos os desdobramentos da existência finita à última questão reside “no cumprimento da Sua vontade, que é amor” (Westcott, em 1Jo. 2: 17).
Por Ele (δι αυτου)
Literalmente, por meio dele. A preposição δια é geralmente usada para designar o trabalho de Deus através de alguma agência secundária, como δια του προφητου, através do profeta (Mat. 1: 22, no qual ver nota). É a proposição através da qual a relação de Cristo para com a criação é geralmente expressa (ver 1Co. 8: 6; Col. 1: 16; Heb. 1:2), embora seja usada ocasionalmente do Pai (Heb. 2:10; Rom. 11: 36, e Gal. 1:1, onde é usado de ambos). Daí, como observa Godet, isso “não inferioriza a Palavra para a patente de um simples instrumento”, mas simplesmente significa uma relação diferente com a criação por parte do Pai e do Filho.
Sem (χωρὶς)
Literalmente, a parte de. Compare João 15:5.
Não foi feito do que fora feito (εγενετο ουδε εν ο γεγονεν).
Muitas autoridade colocam o periodo depois de εν, e juntam com ο γενονεν e o que se segue, vertendo, “sem Ele nada foi feito. Aquilo que tem sido feito era a vida nEle.”
Feito (εγένετο)
Como antes, veio a existência.
Nada (ουδε εν)
Literalmente, nem uma única coisa. Compare com πάντα (todas as coisas) no início do versículo.
Que foi feito (ο γεγονεν)
Rev., mais corretamente, que tem sido feito, observando-se a força do tempo perfeito, distinguindo-o do aoristo (εγενετο). Esse último aponta de volta para o trabalho da criação considerado como um ato definitivo ou série de atos, no início do tempo. O tempo perfeito indica a continuidade das coisas criadas, de modo que a idéia é completa, o que tem sido feito e existe. A combinação de uma cláusula positiva e negativa (compare Jo. 1:20) é característica do estilo de João, como também de Tiago. Veja a nota sobre “nada faltando”, Tiago.
Considerado isoladamente. A referência é o detalhe infinito da criação, ao invés de criação como um todo, que é expressa por τα παντα, o todo (Col. 1.16). Por esta razão, João evita a palavra κοσμος, o mundo, que denota o mundo como um grande sistema. Daí Bengel, citado por Meyer, está errado ao se referir κοσμω (o mundo) de Jo. 1:10 como um paralelo.
Foram feitas (εγενετο)
Literalmente, passaram a existir, ou se tornaram. Expressando a passagem do nada para o ser, e os desdobramentos de uma ordem divina. Compare com Jo. 1:14, 1:17. Três palavras são usadas no Novo Testamento para expressar o ato de criação: κτιζειν, criar (Ap 4: 11; 10:6; Col. 1:16); ποιειν, fazer (Ap 14:7; Mar 10:6), sendo que ambos referem-se ao Criador, e γιγνεσθαι, tornar-se, que se refere ao que é criado. Em Mar 10:6, ambas as palavras ocorrem. “Desde o início da criação (κτισεως) Deus fez” (εποιησεν). Assim, em Efésios 2.10: “Somos a Sua obra (ποιημα), criados (κτισθεντες) em Cristo Jesus.” Aqui está a distinção entre o ser absoluto expresso por ην (ver em Jo. 1:1), e do vir a existir da criação (εγενετο). O mesmo contraste ocorre em Jo. 1:6, Jo. 1:9. “Um homem enviado por Deus veio a existir” (εγενετο); “a luz verdadeira era” (ην).
“O conceito principal da criação que está presente nos escritos de São João é expressa pelo primeiro anúncio de que ele faz a seguir: Todas as coisas foram feitas através da Palavra. Esta declaração deixa de lado as noções da matéria eterna e do mal inerente à matéria. “Havia quando” o mundo “não era” (Jo. 17:5, 17: 24) e, por implicação, todas as coisas foram feitas boas. A agência da Palavra, “que era Deus”, novamente exclui tanto a ideia de um Criador essencialmente inferior a Deus, e a ideia de um monoteísmo abstrato em que não há uma relação viva entre a criatura e o Criador, pois, como todas as coisas veem a ser ‘pela’ Palavra, e são assim sustentadas ‘nEle’ (Jo. 1:3; comparar Col 1:16; Heb. 1:3). E ainda mais, o uso do termo εγενετο, veio a ser, como distinto de εκτισθη, foram criados, sugere a ideia de que a criação deve ser considerado (de acordo com nossa apreensão) como uma manifestação de uma lei divina do amor. Assim, a criação (todas as coisas foram feitas por intermédio dele) responde à Encarnação (o Verbo se fez carne). Todos os desdobramentos da existência finita à última questão reside “no cumprimento da Sua vontade, que é amor” (Westcott, em 1Jo. 2: 17).
Por Ele (δι αυτου)
Literalmente, por meio dele. A preposição δια é geralmente usada para designar o trabalho de Deus através de alguma agência secundária, como δια του προφητου, através do profeta (Mat. 1: 22, no qual ver nota). É a proposição através da qual a relação de Cristo para com a criação é geralmente expressa (ver 1Co. 8: 6; Col. 1: 16; Heb. 1:2), embora seja usada ocasionalmente do Pai (Heb. 2:10; Rom. 11: 36, e Gal. 1:1, onde é usado de ambos). Daí, como observa Godet, isso “não inferioriza a Palavra para a patente de um simples instrumento”, mas simplesmente significa uma relação diferente com a criação por parte do Pai e do Filho.
Sem (χωρὶς)
Literalmente, a parte de. Compare João 15:5.
Não foi feito do que fora feito (εγενετο ουδε εν ο γεγονεν).
Muitas autoridade colocam o periodo depois de εν, e juntam com ο γενονεν e o que se segue, vertendo, “sem Ele nada foi feito. Aquilo que tem sido feito era a vida nEle.”
Feito (εγένετο)
Como antes, veio a existência.
Nada (ουδε εν)
Literalmente, nem uma única coisa. Compare com πάντα (todas as coisas) no início do versículo.
Que foi feito (ο γεγονεν)
Rev., mais corretamente, que tem sido feito, observando-se a força do tempo perfeito, distinguindo-o do aoristo (εγενετο). Esse último aponta de volta para o trabalho da criação considerado como um ato definitivo ou série de atos, no início do tempo. O tempo perfeito indica a continuidade das coisas criadas, de modo que a idéia é completa, o que tem sido feito e existe. A combinação de uma cláusula positiva e negativa (compare Jo. 1:20) é característica do estilo de João, como também de Tiago. Veja a nota sobre “nada faltando”, Tiago.