Apocalipse 11 — Comentário Evangélico
Apocalipse 11 — Comentário Evangélico
Apocalipse 11
I. O ministério das duas
testemunhas (11:1-14)
A. O período do
ministério delas (vv. 1-4)
Nesse período, o templo judeu está reconstruído, e a
nação (embora descrente) adora Jeová de novo. Parece que as duas testemunhas
ministrarão durante a primeira metade da tribulação, por meio da pregação
para os judeus, e terão acesso ao templo. No período intermediário da
tribulação, Satanás quebrará o pacto que fez com Israel e tomará posse do
templo (2 Ts 2; Dn 9:17; Mt 24:15). Ele se instituirá como deus e, com isso,
trará o “abominável da desolação” profetizado por Daniel e por Cristo. Por
três anos e meio, o templo é pisado pelos gentios. Deus pede que João meça a área
do templo, uma ação simbólica que volta a Ezequiel 40—41 e a Zacarias 2. Medir
alguma coisa significa reivindicá-la. Cristo reivindicará de novo o templo
judeu e o restaurará para seu povo, embora as forças de Satanás tenham tomado
posse dele. O versículo 4 alude a Jeremias 4—5 em relação a Zorobabel e a Josué
(ou Jesua), o sumo sacerdote. Esses homens foram os servos de Deus que, em uma
época de problema nacional, reivindicaram e reconstruíram o templo e a nação.
B. O objetivo
do ministério delas (vv. 5-6)
Elas demonstraram o poder de Deus aos judeus e aos
gentios descrentes, e muitos serão salvos pelo testemunho delas. Elas são
chamadas de profetas (vv. 6,10) e de testemunhas. Anunciarão ao mundo os
grandes eventos por vir e incorrerão na ira da besta e de seus seguidores.
Identificam-se esses homens com Moisés e com Elias por causa dos milagres que
realizam. Moisés, no Egito, transformou água em sangue; e Elias orou por
estiagem, e por chuva, e também fez descer fogo do céu. Malaquias 4:5-6 promete
que Elias retornará para ministrar de novo. Contudo, algumas pessoas pensam
que as duas testemunhas são Enoque e Elias, já que nenhum deles morreu, pois os
dois foram arrebatados vivos ao céu.
A.
A perseguição ao ministério delas (vv. 7-10)
Os pecadores nunca quiseram ouvir a Palavra Deus ou
lhe obedecer (cf. 9:20-21). Essas duas testemunhas serão protegidas divinamente
até a conclusão de seu trabalho; depois disso, Deus permitirá que a besta se
oponha a elas e as mate. Sem dúvida, o anticristo não poderia tomar posse do
templo, a menos que tirasse essas duas testemunhas do caminho. Os cidadãos de
Jerusalém nem lhes darão um sepultamento apropriado (veja SI 79), e o mundo
inteiro se regozijará ao ver o corpo delas. Esses três dias e meio serão a
celebração de um “Natal satânico”. As pessoas darão festas e trocarão
presentes em comemoração à morte de seus atormentadores.
B.
O pânico que se
seguirá ao ministério delas (vv. 11-14)
Deus ressuscita-as da morte! Pense no medo que
tomará conta dos corações ao redor do mundo quando virem esses dois mortos
voltar à vida nas ruas de Jerusalém! A seguir, os dois subirão ao céu, enquanto
seus inimigos assistem a tudo! Depois disso, um terremoto destrói um décimo da
cidade e mata 7 mil pessoas. Esse será um dia e tanto!
Desde o capítulo 8, esperamos o terceiro “ai”
prometido. O sétimo anjo soa a trombeta, e “grandes vozes” anunciam que o
reino (não os reinos, pois agora o anticristo governa um reino unificado;
17:13) deste mundo está sob o poder de Cristo. Apenas em Ap 19:11 ss, Cristo
assume o controle do mundo, portanto essa declaração é uma antecipação do que
está para acontecer. Como é maravilhoso estar na posição favorável do céu, e
não na da terra! A partir desse momento, tudo que acontece nos leva ao ponto em
que o Filho de Deus assume o governo da terra e derrota seus inimigos.
A essa profecia segue-se o louvor dos anciãos que
glorificam a Cristo por seu poder. Esse é o terceiro louvor celestial. Em
4:10-11, eles o louvam como Criador; em 5:8-10, como Redentor; e, aqui, como
Rei e Juiz. Agora, serão respondidas as orações dos mártires (6:9-11), como
também as do povo de Deus. “Venha o teu reino!”
O versículo 18 resume os acontecimentos dos últimos
três anos e meio do período da tribulação:
A. Hostilidade
nacional e internacional
“As nações [gentias] se enfureceram!” Leia Salmos 2
e 83 e Joel 3:9- 13. As nações demonstrarão seu ódio por Cristo e seu povo, e a
perseguição aumentará. E óbvio que Satanás está em cena (veja 12:12ss) e faz
um esforço especial para destruir os judeus. Desde que Caim matou Abel, ele
tenta destruir o povo de Deus (1 Jo 3:10-13).
B.
Ressurreição
Os mártires da tribulação serão ressuscitados
(20:4), como também os mortos perversos (20:2ss). Daniel 12:1-3 parece indicar
que, depois da tribulação, os santos do Antigo Testamento ressuscitarão.
C.
Julgamento
Serão julgadas as obras dos santos, e os perversos
serão condenados por seus pecados. Será um tempo de recompensa para os santos,
e de ira para os pecadores. Veja que os perdidos são descritos como “os que
destroem a terra”. Satanás é o Destruidor (9:11), e seus seguidores participam
de seu programa destrutivo. Deus ordenou que o homem cuidasse da terra e
usasse os recursos dela em benefício próprio e para a glória do Senhor;
todavia, Satanás levou o homem a destruir a terra e a usar seus recursos para o
mal e de forma egoísta.
Esse período final da tribulação é o ponto máximo do
plano de Deus. Não haverá mais demora (10:6). O capítulo inicia-se com o templo
terreno e termina com o celestial. Mais uma vez, temos sinais da tempestade
que se aproxima: relâmpagos, trovões e vozes. Em 4:5, essas coisas vêm do
trono; em 8:5, do altar de incenso; e, agora, do Santo dos Santos. Alguns
acreditam que essa é a própria arca do templo do Antigo Testamento que desapareceu
depois que Israel foi levado cativo. No entanto, isso não é provável, já que
nenhum outro templo do céu tem mobiliário terreno. A arca é o símbolo da
presença e da aliança de Deus. Chama-se “a arca da Aliança”. Na terra, Israel
passa por grande sofrimento, e Deus lhe reassegura seu governo e seu cuidado.
Houve trovões e sinais quando Deus deu a Lei no monte Sinai e, agora, que está
para julgar o mundo por quebrar a Lei, também os há.
O versículo 18 afirma: “Chegou [...] a tua ira”, e
nos capítulos 15—16 cumprir-se-á esse julgamento quando Deus derramar o
“cálice da sua ira”. Os primeiros três anos e meio foram um período de
tribulação, mas o último período é conhecido como “a cólera de Deus” (Ap 14:10;
14:19; 15:7; 16:1). O tema desse capítulo é o conflito das forças de
Satanás contra o povo de Deus. Essas visões resumem de forma magnífica os
principais temas da Bíblia.
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