Apocalipse 7 — Comentário Evangélico
Apocalipse 7 — Comentário Evangélico
Apocalipse 7
I. Os judeus selados (7:1-8)
Os ventos do céu falam do julgamento de Deus, e,
nessa passagem, os julgamentos caem especificamente sobre a terra, o mar e a vegetação. Talvez os quatro
anjos que “seguram os ventos da terra sejam os mesmos que soaram as quatro
primeiras trombetas, pois os julgamentos são semelhantes (veja 8:6-12). O que vem do Oriente
segura o selo de Deus. O selo representa posse e proteção; leia 9:4. Hoje, o
Espírito Santo sela o cristão (Ef 1:13-14). O ato de selar acontece no momento
em que o pecador crê em Cristo e garante ao crente a vida eterna e a habitação
no céu. O anjo com o selo ordena que os outros retenham o julgamento até que
os servos do Senhor sejam selados e, assim, poupados do julgamento por vir.
Veja uma cena paralela em Ezequiel 9. Lembre-se que Cristo disse que os anjos
do Senhor participariam do trabalho de juntar seus eleitos (Mt 24:31). Além
dos anjos dos ventos, temos os anjos do fogo (14:18) e os da água (16:5). Esses
anjos são os ministros especiais de Deus que supervisionam a atividade da
natureza.
Todos esses servos selados são judeus: há 12.000 judeus
de cada tribo de Israel. Infelizmente, alguns cristãos bem-intencionados ensinam
que esses 144.000 simbolizam a igreja (o novo Israel), e isso não é possível,
porque, nesse ponto da história, a igreja já não estará mais na terra. Os
144.000 são judeus de verdade que estarão vivos nessa época. Provavelmente,
eles serão ganhos para Cristo pelo ministério de Moisés e de Elias, as duas testemunhas
que pregarão durante o período da tribulação (veja Ap 11:11-12. Talvez esses
judeus sejam escolhidos como missionários do Senhor— 144.000 “apóstolos Paulo”
que levarão o evangelho às nações! Esse evento cumpre a profecia de Cristo,
relatada em Mateus 24:14, e resulta na salvação de milhares de gentios (7:9ss).
Imaginamos o que podem fazer 144.000 ministros desse gabarito ao lembrarmos
quantas almas Paulo ganhou durante seu ministério!
A tribo de Manasses substituiu a de Dã, que está
faltando nessa lista. Parece que as razões para a exclusão da tribo de Dã são
as seguintes: (1) Dã levou Israel à idolatria (Jz
18:30; 1 Rs 12:28-30); (2) além disso, Deus prometera destruir o nome dos
idólatras (Dt 29:1 8-21).
Os judeus foram contados, porém essa multidão de
salvos não pode ser contada. Esses gentios são o fruto do trabalho dos 144.000
judeus e vêm de todas as nações da terra. Eles não fazem parte da igreja, já
que os vimos diante do trono, e
não nos tronos como os anciãos. O
versículo 14 deixa claro que eles vêm (não vieram) da grande tribulação. Aqui,
João vê-os diante do trono celestial louvando a Deus e ao Cordeiro. As
“palmas” sugerem a Festa dos Tabernáculos do Antigo Testamento (Lv 23:40-43),
evento em que Israel regozijava-se pelas bênçãos do Senhor. Eles usam
“vestiduras” brancas, o que indica a justiça deles adquirida por intermédio
do Cordeiro. O versículo 14 afirma que eles foram salvos pela fé em Cristo, a
única forma de sermos salvos.
Os versículos 15-17 enumeram as provações que esses
gentios sofreram na terra. Passaram fome e sede, pois foram vítimas da escassez
de alimento e de água limpa. Eles não tinham refúgio para o calor do dia. Eles
choraram e sofreram provações. Mateus 25:31-46 fala de “ovelhas” que amam os
judeus e os ajudam durante a tribulação, entre as quais é provável que estejam
esses gentios. Esses crentes recusaram-se a receber a marca da “besta” (13:16-
18) e, por isso, não podem comprar nem vender nada. Eles incorreram na ira dos
governantes por causa da amizade com os judeus odiados e perseguidos. Claro que
também sofreram os terríveis julgamentos da tribulação: o racionamento de alimento
(13:17); a transformação de água em sangue (1 6:4); e a queimação com fogo (1
6:8-9).
Veja que os 144.000 sobrevivem à tribulação, enquanto
as multidões de crentes gentios darão a vida durante esse período horrível.
(Lembre- se das almas sob o altar de 6:9-11.) Deus recompensará esses gentios
crentes e lhes dará glória por causa do sofrimento por que passaram. Muitos
estudiosos acreditam que no reino milenar se cumprirão as promessas dos
versículos 14-17, em vez de no céu. Apocalipse 20:4 indica uma ressurreição
especial para esses mártires da tribulação e promete que viverão e reinarão
durante o reinado das eras. No entanto, temos bons motivos para aplicar os
versículos 14-17 à condição abençoada dos santos de Deus, os que agora estão
na glória.
Em suma, vemos que Israel voltou à sua antiga terra
de descrença. Inicia-se a adoração no templo. O anticristo governa os Estados
Unidos da Europa, e o mundo se convulsio- na por guerras, fome e caos político e
econômico. As duas testemunhas (Moisés e Elias) pregam em Israel, e Deus selou
o remanescente da nação — 144 mil judeus — para ser suas testemunhas em meio
aos gentios. Sem dúvida, o ministério deles será perseguido, e muitos serão
presos (Mt 25:36). Todavia, os gentios convertidos os ajudarão, e muitos
gentios darão a vida pelo evangelho por causa de seu testemunho.
Muitos estudiosos creem que 2 Tessalonicenses 2:11-14
indica que as pessoas que rejeitam o evangelho com obstinação, durante essa
era de graça, não poderão ser salvas depois do arrebatamento da igreja. Eles
argumentam que as pessoas que não creem na verdade, acreditarão na mentira.
Elas não apenas deixaram de ouvir e de entender a Palavra, como também a
rejeitaram de pronto. De qualquer forma, após o arrebatamento da igreja, uma
multidão de gentios vai crer no evangelho e estar disposta a entregar a vida
por Cristo. Sim, as pessoas serão salvas durante o período da tribulação, mas
pagarão um alto preço por isso. É muito mais sábio receber Cristo hoje!
Podemos resumir o capítulo da seguinte forma:
1.
Judeus
2.
O grupo de
144.000
3.
Selados e
protegidos
4.
Vistos
testemunhando na terra
5.
Entram no reino
1.
Gentios
2.
Multidões que
nenhum homem poderia contar
3.
Não selados;
muitos morrerão
4.
Vistos adorando
no céu
5.
Compartilham o
reino
A abertura do sétimo selo introduz a próxima série de
julgamentos, as sete trombetas. No Antigo Testamento, usava-se a trombeta para
anunciar a guerra (Nm 10:5-9), a mudança do acampamento (Nm 8), as festas (Nm
10:10), e para trazer julgamento (Js 6:13ss). O soar da trombeta é um símbolo
de poder e autoridade (Êx 19:16). Há um
paralelo entre as sete trombetas e as sete taças dos capítulos 15—16.
Parece que as sete
taças representam uma intensificação do julgamento que segue o das trombetas.
As trombetas pertencem aos primeiros
três anos e meio da tributação, e as tacas ao período final, conhecido como “a cólera de Deus” (Ap 14:10; 15.7)Índice: Apocalipse 1 Apocalipse 2 Apocalipse 3 Apocalipse 4 Apocalipse 5 Apocalipse 6 Apocalipse 7 Apocalipse 8 Apocalipse 9 Apocalipse 10 Apocalipse 11 Apocalipse 12 Apocalipse 13 Apocalipse 14 Apocalipse 15 Apocalipse 16 Apocalipse 17 Apocalipse 18 Apocalipse 19 Apocalipse 20 Apocalipse 21 Apocalipse 22