Apocalipse 20 — Comentário Evangélico
Apocalipse 20 — Comentário Evangélico
Apocalipse 20
I. Antes do milênio (20:1-5)
A batalha de Armagedom acabou, e a besta e o falso
profeta foram lançados no inferno. Cristo segurou a antiga serpente, Satanás,
e prendeu-a no abismo. Alguns seguidores de Satanás já estavam presos (2 Pe
2:4; Jd 6), e, agora, a “antiga serpente” está presa. A besta emergiu do abismo
(17:8) e foi lançada no inferno; todavia, o julgamento final de Satanás ainda
está por vir.
Os santos da tribulação que deram a vida no serviço
fiel a Cristo ressuscitam após a prisão de Satanás. Pela descrição de Daniel
12:1-3, parece que, nesse ponto, também os santos do Antigo Testamento
ressuscitam. Como os santos do Antigo Testamento não são membros do corpo de
Cristo, a igreja, eles não são necessariamente ressuscitados junto com os
santos no arrebatamento. Portanto, nesse momento da história, todas as pessoas
salvas ressuscitam para reinar com Cristo. Esse evento é conhecido como a
primeira ressurreição. Ele se estende do arrebatamento da igreja (1 Ts
4:13ss) à ressurreição dos santos, descrita em Apocalipse 20:4. Todas as
pessoas salvas são levantadas da morte na primeira ressurreição e não experimentarão
a segunda morte, o inferno. Veja João 5:24-29.
Os santos do Antigo Testamento criam na ressurreição
da morte, mas não sabiam nada a respeito da “ressurreição dentre os mortos”, ensinada
no Novo Testamento (veja Mc 9:9-10). A Bíblia não menciona uma “ressurreição
geral”. Na primeira ressurreição, todos os salvos são ressuscitados (em tempos
distintos); o perdido será levantado da morte na segunda ressurreição. Entre a
primeira e a segunda ressurreição, haverá um período de
mil anos.
Preparam-se os tronos, e a nação de Israel
purificada, a igreja e os santos da tribulação reinarão com Cristo. Mateus
25:31-46 deixa claro que os gentios vivos serão julgados antes do início do
milênio. Os crentes gentios (ovelha) provarão sua fé pelo amor e pela ajuda
aos crentes judeus (“meu irmão”). Os gentios salvos usufruirão do júbilo do reino
que Deus prometeu para o seu povo, Israel.
O reino milenar será o governo divino do céu sobre a
terra. Cristo governará com “cetro de ferro” e não permitirá nem injustiça nem
pecado. Jerusalém será o centro do reino (Is 2:1-4), e os discípulos reinarão
com Cristo (Mt 19:28). Israel estará em sua terra compartilhando a glória de
Cristo, seu Rei justo. Haverá paz na terra entre homens e animais (Is 11:7-9 e
Is 54:13-14). Todas as pessoas terão o trabalho que mais se ajusta a elas, e a
terra terá eficiência e alegria perfeitas e abundantes. Claro que nascerão
crianças com natureza pecaminosa, já que os homens que estão na terra ainda
são humanos (com exceção da igreja e dos santos ressuscitados, os quais têm
corpo glorificado). No fim do milênio, ainda haverá muitas pessoas que
obedecem a Cristo apenas no exterior, porém não se entregam de coração a ele.
Um dos principais objetivos do milênio é provar, de forma definitiva, que a
humanidade não pode ser mudada, mesmo sob um governo perfeito e em um ambiente
perfeito. Pois, ao término dos mil anos, Satanás conseguirá recrutar um
exército enorme para rebelar- se contra Cristo! Nada pode mudar as pessoas, se
a graça de Deus não consegue fazer isso.
Os santos reinarão com Cristo como reis e sacerdotes,
e o servirão em vários âmbitos durante o milênio. A extensão de nossas responsabilidades
gloriosas durante a era do reino será determinada por nossa fidelidade hoje
(Mt 25:14-30; Lc 19:11-27).
A. A batalha final (vv. 7-10)
Satanás será solto no fim dos mil anos e reunirá um
exército enorme para lutar contra Cristo. Essa rebel ião prova que um governo
perfeito não muda o coração humano, e os pecadores seguirão Satanás. Essa não
é a batalha de Gogue e Magogue que acontecerá no final da primeira metade da
tribulação (Ez 38—39) e resultará na vitória da besta sobre a Rússia e o Egito.
Talvez, agora que a besta e o falso profeta sofrem a punição eterna, essa
batalha envolva a Rússia (Gogue e Magogue) como a principal força. Esses exércitos atacarão a
Jerusalém milenar, mas um fogo vindo do céu os consumirá. Satanás será
capturado e jogado no lago de fogo para sempre. Veja que a besta e o falso profeta,
mil anos após sua condenação, ainda sofrem no inferno. Esse é um lugar de tormento
eterno.
B. O julgamento final (vv 11-15)
Agora, João vê um trono de julgamento. O trono é
grande porque todos os pecadores da história ficarão de pé diante dele. A cor
branca representa a santidade imutável de Deus, e o Senhor não atenta para as
pessoas por causa da posição delas. O pecador não tem onde se esconder, pois o
céu e a terra sumiram! O Juiz sentado no trono é Jesus Cristo (Jo 5:22-23).
Hoje, ele é o Salvador do mundo; nesse dia, será o Juiz justo.
Há uma ressurreição. A morte entrega o corpo dos
pecadores perdidos, e o “além” (do grego hades),
a alma deles. Esse breve momento, em que o corpo e a alma dos pecadores
perdidos se juntam diante do trono de julgamento de Cristo, será o único alívio
que esses pecadores conhecerão antes de serem jogados no inferno! Não haverá
escapatória; todos os pecadores perdidos, os pequenos e os grandes, os ricos e
os pobres, estarão lá (Hb 9:27).
Que relatos bíblicos estão envolvidos nesse
julgamento final? De acordo com João 12:48, a Bíblia estará lá. No último dia,
a Palavra que, hoje, os pecadores ouvem e rejeitam os julgará. Todo aquele cujo
nome não estiver no Livro da Vida será jogado no inferno (v. 15). Também estará
presente no julgamento o livro que contém todas as obras que a pessoa fez.
Deus é um Juiz justo. Ele guarda um registro das obras de todos e punirá cada
um com justiça. Sem dúvida, aqueles que conhecem a verdade e lhe desobedecem de
forma deliberada serão punidos com mais severidade que os que não a conhecem.
Da mesma forma que o céu terá graus de recompensa, o inferno terá graus de
castigo (Mt 11:20- 24). As boas obras não salvarão os pecadores, todavia Deus
julgará suas obras com justiça e lhes dará a punição justa no inferno.
Os pecadores não terão chance de se defender. Eles se
postarão em silêncio diante de Cristo quando os livros forem abertos e os fatos
revelados (Rm 3:19). Deus não avaliará o bom em relação ao mal; ele proferirá
a sentença de condenado para todos os perdidos. Todos os que passam pela
segunda ressurreição encaram a segunda morte — o inferno eterno.
Agora, depois de julgar Satanás e o pecado e de
eliminar a desobediência do homem, Deus introduzirá o novo céu e a nova terra
— a bem-aventurança eterna para o seu povo. Apocalipse 21:5 determina o tema desses dois
capítulos: “Eis que faço novas todas as coisas”! Vamos nos limitar às
principais lições desses capítulos, por mais edificante e interessante que
seja examinar todos os detalhes deles. Veja as “novas coisas” que farão parte
da moradia eterna dos crentes.
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