Apocalipse 6 — Comentário Evangélico
Apocalipse 6 — Comentário Evangélico
Apocalipse 6
I. O primeiro selo: o anticristo assume o poder
(6:1-2)
Cada um dos seres viventes que estão diante do trono
(4:6-11) chama em voz alta o cavalo e o cavaleiro com a palavra de comando:
“Vem!”, quando da abertura dos quatro primeiros selos. O primeiro Cavalo é branco,
e seu cavaleiro recebe um arco e uma
coroa. Não confunda esta cena com a descrita em Apocalipse 19:11, em
que Cristo cavalga em vitória. Não, nessa passagem,
o cavaleiro é o anticristo, o falso Cristo, que inicia sua conquista da terra.
O fato de ele_receber um arco, mas não flechas indica que ele conquista as nações de
forma pacífica. Abre-se o caminho para o
movimento triunfal do anticristo após o
arrebatamento da igreja (2 Ts 2). Como ele unirá a Europa e fará um pacto com
os judeus, reinará uma falsa paz temporária (1 Ts 5:2-3). Essa passagem faz
paralelo com Mateus 24:5 e cumpre a profecia de Cristo relatada em João 5:43.
A paz mundial não durará muito, arrebentarão guerras
terríveis, enquanto os homens dizem que estão “em paz e em segurança”. Isso
faz paralelo com Mateus 24:6-7. Associa-se a cor vermelha ao medo e à
carnificina. Em Apocalipse, temos o cavalo vermelho de guerra (6:3-4), o dragão
vermelho (12:3) e a besta escarlate (17:3). Veja que Deus deu autoridade ao
anticristo para acabar com a paz na terra; isso faz parte do plano divino. O
anticristo troca seu arco sem flechas por uma grande espada, e os homens
começam a matar uns aos outros. Isso indica
com, clareza que os métodos de acordos internacionais e dilomáticos
não trarão paz duradoura.
Em geral, a fome e a guerra andam juntas; veja Mateus
24:7. A cor preta faz pensar em fome; veja Jeremias 14:1 -2 e Lamentações
5:10. O cavaleiro (ainda o anticristo) segura uma balança na mão, o que indica
que seu governo estabelecerá o racionamento de alimento. Uma medida de trigo
custava cerca de um quarto de centavo, e o trabalhador recebia um centavo por
dia de trabalho. Em outras palavras, o alimento será tão escasso que a pessoa
precisará trabalhar um dia inteiro para
comprar apenas um quarto de quilo de grão! Todavia observe que não há escassez
de azeite e de vinho para os ricos. O rico fica mais rico e usufrui dos luxos;
o pobre fica mais pobre e mal consegue se alimentar. Isso indica que
fracassarão todos os métodos usados pelo homem para suprir mesmo as
necessidades básicas da vida. Vale a pena registrar que o grão, o azeite e o
vinho eram os principais produtos de Israel (Os 2:8). O anticristo quererá
proteger os tesouros israelitas, já que fará um acordo com eles.
A palavra “amarelo” sugere a cor do leproso (Lv
13:49; “esverdinhada”). A Morte cavalga esse cavalo, e o Hades a segue. A morte
reivindica o corpo, e o Hades, a alma. Deus dá-lhes autoridade para matar um
quarto da população da terra! Para isso, serão usados quatro métodos: a espada
(violência e guerra); a fome e as feras
(a natureza assumirá o comando quando a civilização cair). Leia Ezequiel 14:21
para fazer o paralelo. Até as feras estarão famintas e atacarão os seres humanos!
Após o arrebatamento da igreja, um julgamento terrível aguarda o mundo que
rejeitou a Cristo! Veja Mateus 24:7.
Os sacerdotes do Antigo Testamento derramavam o
sangue do sacrifício na base do altar (Lv 4:7); nessa passagem, testemunhamos
as almas dos mártires sob o altar celestial, já que o sangue diz respeito à
vida (ou à alma; Lv 1 7:11). Ainda não fora vingado o assassinato deles. Esses
santos martirizados oram por vingança; veja Salmos 74:9-19, 79:5 e 94:3-4.
Nessa era, realmente recomenda-se que os santos orem por seus perseguidores.
Cristo, Estêvão e Paulo fizeram isso (Lc 23:34; Act 7:60; 2 Tm 4:16). Todavia,
esse será um tempo de julgamento em que Deus responderá às orações por
libertação e por vingança feitas por seu povo. Afinal, Deus está julgando o
mundo, enquanto eles oram, portanto a oração deles está de acordo com a vontade
do Senhor. Isso faz paralelo com Mateus 24:9. Deus promete-lhes que responderá
a suas orações, porém mais irmãos morrerão antes de isso acontecer. Apocalipse
12:11, 14:13 e 20:4-5 registram a morte de outros irmãos. Moisés e Elias
estarão entre os mortos, duas testemunhas do Senhor que ainda ministram na
terra (11:1 -7). Apocalipse 20:4 indica que esses mártires do período da tribulação
serão ressuscitados a fim de reinar durante o milênio.
Essa passagem faz paralelo com Lucas 21:25-26; veja
também Joel 2:30-31,3:15 e Isaías 13:9-10, 34:2-4. Apocalipse menciona três
terremotos (6:12; 11:13; 1 6:18-19). Não há dúvida de que são terremotos
reais; porém, junto com eles virão perturbações na terra e no céu que amedrontarão
os grandes e os pequenos. Alguns estudiosos acham que esses versículos
descrevem os efeitos de um ataque atômico, com o escure- cimento do sol e da
lua, o movimento de grandes massas de terra, e as pessoas escondendo-se em
buracos do chão para escapar da radiação atômica. Isso é possível; no entanto,
temos de fazer a observação de que as pessoas se escondem de Cristo e, em especial,
de sua ira, não de alguma catástrofe artificial.
O versículo 15 é uma descrição vivida de como será a
vida nos primeiros três anos e meio da tribulação. Os reinos serão revividos.
A tendência atual em direção à democracia e ao nacionalismo mudará. Veja
16:12-14. O anticristo governará sobre “os Estados Unidos da Europa”, o Império
Romano revivido, com uma série de reis subalternos que o seguem (1 7:12-14).
O militarismo será outra coisa característica do período de tribulação: haverá
“comandantes”. Esse é um título romano que significa “tribuno militar” e está
total mente de acordo com o Império Romano revivido, do anticristo. A
escravidão (“escravo”) estará presente nesse período; veja 18:13, em que
“escravos e até almas humanas” estão entre as mercadorias babilônias. Grande
riqueza coexistirá com muita miséria, e essa redistribuição das riquezas
arruinará a economia das nações. Assim, parece que o sexto selo envolve
destruição física real no céu e na terra, como também o abalo dos sistemas
econômico e político das nações. Tudo isso tornará mais fácil para o anticristo
estender seu governo.
Dessa forma, as pessoas da terra saberão que Cristo
envia seu julgamento, no entanto não receberão a ele! Eles preferirão, antes,
se esconder nas pedras que na Pedra. Esses três primeiros anos serão uma mera
preparação para o último período da tribulação, que será conhecido como “a
cólera de Deus” (veja 11:18; 12:12; 14:10; 18:3; etc.). Há uma pausa entre o
sexto e o sétimo selos (bem como entre a sexta e a sétima trombeta;
10:1—11:13), em que são apresentados os dois grandes grupos de redimidos que se
salvarão durante o período da tribulação.
Em suma, o anticristo inicia sua carreira como um
conquistador político pacífico, depois recorre à guerra e ao controle econômico
para dominar as outras nações. O mundo rejeitou o Príncipe da Paz, Jesus
Cristo, por isso aceitará a falsa paz do anticristo.
Há uma pausa entre a abertura do sexto e do sétimo
selos; Deus para o julgamento por um breve espaço de
tempo enquanto sela os 144.000 judeus que levarão sua mensagem até os confins
da terra. Não fica totalmente claro que esses judeus serão embaixadores do
Senhor, porém presumimos que ele os sela por essa razão. Vimos que se aproxima
o dia da cólera de Deus (6:15-17) e, por isso, ele traz bonança à tempestade a
fim de estender sua misericórdia aos judeus e aos gentios. Essa passagem
apresenta dois grupos de pessoas redimidas:
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