Apocalipse 4 — Estudo Devocional
Apocalipse 4
Apocalipse
4 é um capítulo crucial no livro do Apocalipse, onde João tem uma visão do
trono celestial de Deus. Este capítulo marca uma transição das mensagens às
sete igrejas para a revelação das coisas que devem acontecer. A descrição do
trono de Deus e a adoração celestial proporcionam uma visão majestosa e
inspiradora da glória e soberania de Deus.
Reflexão e Aplicações de Apocalipse 4
1. Visão do Trono de Deus
João é
chamado a subir ao céu e vê um trono no qual alguém está assentado. A visão é
cheia de simbolismo, incluindo a aparência de pedras preciosas e um arco-íris
ao redor do trono.
- Versículos chave: “Depois destas coisas
olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e a primeira voz, que
como de trombeta ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as
coisas que depois destas devem acontecer.” (Apocalipse 4:1)
Aplicações Práticas:
1. Deus no Trono
A visão
de Deus no trono nos lembra de Sua soberania absoluta. Em todas as
circunstâncias, Deus está no controle.
- Referência: Isaías 6:1 - “No ano em que
morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e
sublime trono; e o seu séquito enchia o templo.”
2. Santidade de Deus
A
aparência do trono, com pedras preciosas e o arco-íris, simboliza a santidade,
glória e fidelidade de Deus.
- Referência: Ezequiel 1:26-28 - “E, por
cima do firmamento que estava sobre as suas cabeças, havia uma semelhança
de um trono, como a aparência de uma safira; e sobre a semelhança do trono
havia uma semelhança como a aparência de um homem, no alto, sobre ele.”
2. Os Vinte e Quatro Anciãos
Ao redor
do trono, há vinte e quatro tronos, e sobre eles estão assentados vinte e
quatro anciãos, vestidos de vestes brancas, com coroas de ouro nas cabeças.
- Versículos chave: “E ao redor do trono havia
vinte e quatro tronos; e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro
anciãos, vestidos de vestes brancas; e tinham sobre as suas cabeças coroas
de ouro.” (Apocalipse 4:4)
Aplicações Práticas:
1. Representação dos Redimidos
Os vinte
e quatro anciãos são frequentemente vistos como representantes dos redimidos de
todas as épocas, simbolizando a totalidade do povo de Deus.
- Referência: 1 Pedro 2:9 - “Mas vós sois
a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para
que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz.”
2. Adoração Contínua
Os
anciãos se prostram diante de Deus em adoração contínua, simbolizando a
adoração eterna e a reverência devida a Deus.
- Referência: Salmo 95:6 - “Ó, vinde,
adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou.”
3. Os Quatro Seres Viventes
Ao redor
do trono, há quatro seres viventes cheios de olhos por dentro e por fora, que
não cessam de dizer: “Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso.”
- Versículos chave: “E os quatro seres viventes
tinham, cada um deles, seis asas, e ao redor e por dentro estavam cheios
de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, santo,
santo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir.”
(Apocalipse 4:8)
Aplicações Práticas:
1. Vigilância e Onisciência de Deus
Os muitos
olhos dos seres viventes simbolizam a vigilância e a onisciência de Deus, que
vê e conhece todas as coisas.
- Referência: Hebreus 4:13 - “E não há
criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e
patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.”
2. Adoração Perpétua
A
adoração incessante dos seres viventes nos lembra da santidade e majestade de
Deus, digno de adoração constante.
- Referência: Isaías 6:3 - “E clamavam
uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos;
toda a terra está cheia da sua glória.”
Promessas e Esperança
1. Glória e Honra a Deus
Os vinte
e quatro anciãos prostram-se diante do trono e lançam suas coroas diante de
Deus, reconhecendo que toda glória e honra pertencem a Ele.
- Versículos chave: “Os vinte e quatro anciãos
prostravam-se diante daquele que está assentado sobre o trono, e adoravam
o que vive para todo o sempre; e lançavam as suas coroas diante do trono,
dizendo: Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu
criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas.”
(Apocalipse 4:10-11)
Aplicações Práticas:
1. Humildade e Reverência
Devemos
reconhecer a soberania de Deus sobre nossas vidas e oferecer-lhe humildemente
nossa adoração e reverência.
- Referência: Tiago 4:10 - “Humilhai-vos
perante o Senhor, e ele vos exaltará.”
2. Louvor e Gratidão
Como os
anciãos, devemos constantemente louvar a Deus por Sua criação e Sua vontade
soberana em todas as coisas.
- Referência: Salmo 145:3 - “Grande é o
Senhor, e muito digno de louvor, e a sua grandeza inescrutável.”
Apocalipse
4 nos oferece uma visão sublime da adoração celestial, destacando a santidade,
a soberania e a glória de Deus. Esta visão nos inspira a viver em reverência e
adoração contínua, reconhecendo a majestade de Deus e a nossa dependência d'Ele
em todas as coisas.
Devocional de Apocalipse 4
Apocalipse 4.1-11 ali no céu estava um trono. A mesma voz vibrante que falou a João no início do livro retorna aqui chamando-o a ver a maior maravilha que é o Deus criador sentado no trono. Os curiosos detalhes da visão nos lembram Ez 1; Is 6; Dn 7. O brilho e a cintilação de diferentes cores deixaram João, já dominado pelo Espírito de Deus (v. 2), muito admirado e comovido. Deus está no trono, atento a tudo, de modo que nada escapará de seu controle nem de seu julgamento. Podemos descansar nessa certeza. Aqui da nossa perspectiva terrena é só uma questão de tempo para que Deus, no seu propósito, venha a colocar todas as coisas em seus devidos lugares, mostrando assim sua vitória final e indiscutível. Seus propósitos eternos, poderosos e sábios serão cumpridos plenamente, independentemente da extensão que possam ter os danos feitos pelo inimigo. No céu já está tudo sacramentado: Deus reina soberano. Na realidade temos duas cenas em sequência: a adoração a Deus como criador e soberano e a adoração a Cristo como redentor (que vai predominar no cap. 5). É destas duas cenas que vai derivar toda a ação que se desenrola no livro inteiro. A marca real do capítulo é a beleza, a emoção e o encanto da majestade e soberania de Deus, extremamente fortes. Aqui temos uma reversão da queda no pecado: a natureza proclama a beleza de Deus, e os humanos redimidos — diferentemente dos humanos caídos em pecado (conforme descrito em Rm 1.18-32) — reconhecem essa grandeza e se submetem em adoração. Apocalipse 4.1 eu mostrarei a você. João foi escolhido para ver o que Deus preparou para os seres humanos, para todas as pessoas, os que o amam e os que ainda não o amam. O Senhor é longânimo para com seus filhos e revela tudo o que é necessário. Aqui nos encanta a sublime cena de adoração, de culto e de exaltação a Deus. vi uma porta aberta no céu. Ver uma porta aberta, ter um convite a subir junto de Deus e ver o que está preparado é uma honra imensa.
Apocalipse 4.2 fui dominado pelo Espírito de Deus. Ele foi “arrebatado”: não pensou pelos seus pensamentos, não viu pelos seus olhos, foi esvaziado de si mesmo para poder enxergar um trono preparado e alguém sentado neste lugar.
Apocalipse 4.3 O seu rosto brilhava. Aquele que estava sentado no trono principal tinha um brilho com uma luz valiosa, profunda e digna de respeito e de admiração. João também viu o poder celestial junto deste trono.
Apocalipse 4.4 Ao redor do trono havia outros vinte e quatro tronos. Os vinte e quatro tronos ao redor estão ocupados pelos líderes coroados e vestidos de branco, sinal de vitória e de pureza (v. 4). O número vinte e quatro provavelmente representa os doze patriarcas das doze tribos de Israel mais os doze apóstolos de Cristo, ou seja, temos aqui uma figura do povo de Deus do Antigo Testamento e do Novo Testamento, glorificados e tornados perfeitos, numa demonstração de como o poder de Deus completou a formação de um povo da fé, puro em obras e vitorioso. Este povo de Deus, unificado, reconhece que o Todo-Poderoso é sempre o que está no centro, e a ele se inclina, tirando suas coroas e lançando-as diante do Rei, ou seja, reconhecendo que só estão ali na glória eterna porque Deus assim os conduziu. Veja o quadro “Os números no Apocalipse”.
Apocalipse 4.5 relâmpagos, estrondos e trovões. Estes sinais são indicativos do poder supremo de Deus. Qualquer indivíduo ou nação que saia num programa de conquistas, inevitavelmente deixaria atrás de si um rastro de destruição e morte. Somente Cristo pode vencer, reinar e deixar um legado de vida, saúde e alegria, pois ele é puro, realizando integralmente os propósitos de Deus.
Apocalipse 4.6-8 quatro seres vivos. Provavelmente estes quatro seres vivos representam a natureza na terra, toda a criação de Deus. Veja o quadro “Os números no Apocalipse”.
Apocalipse 4.8 Santo, santo, santo. “Santo” quer dizer, numa linguagem mais caseira, “especial”. Assim podemos dizer que a natureza declara como Deus é “especialmente especial” (cf. Rm 1.20).
Apocalipse 4.11 pois criaste todas as coisas. Para ele e por ele é que existem todas as coisas. A primeira adoração, que é prestada a Deus tanto pela natureza quanto pelo povo que Deus salvo ao longo da história humana, se refere à criação do Universo. Toda a natureza, tudo o que existe em todo o universo, manifesta como Deus é fantástico, especial e bom e, assim, coloca tudo em seu devido lugar, de criaturas perante seu Criador.
Os números no Apocalipse
Em outros livros do Novo Testamento onde é falado sobre o tempo do fim — a “escatologia” — como Mt 24, 1 e 2 Tessalonicenses, tanto as palavras como os números geralmente são entendidos literalmente, porque se trata de um discurso, um ensino de um sermão “normal”. Mas no livro do Apocalipse, com suas visões e figuras como bestas, dragões, raios e voz de cachoeira, os números também têm um sentido figurado, um uso todo especial, e fazem parte das visões que o livro registra; por isso, não pretendem ser entendidos como simples numerais. Resumidamente, os significados mais prováveis dos números no Apocalipse seriam:
4: a dimensão da natureza e do planeta terra, como “os 4 ventos”, os 4 pontos cardeais. Assim, os “4 cavaleiros do Apocalipse” é algo que acontece nos “4 cantos do mundo” (norte, sul, leste e oeste), enquanto que os “4 seres viventes” representam o conjunto da natureza.
7: a dimensão da totalidade e perfeição, das coisas de Deus, sendo o número mais utilizado no livro. Assim “as 7 igrejas” provavelmente representem “toda a igreja”; os “7 espíritos de Deus” representam Deus em sua plenitude; 7 Selos, 7 trombetas e 7 taças igualmente são “todos” os avisos e castigos de Deus.
6: já o “6” é o que gostaria de ser “7” mas claramente não é; refere-se à dimensão da imperfeição, do pecado, sendo usado para o maligno, o Anticristo e Satanás. “666” representaria então o oposto da Trindade, uma tentativa fracassada de imitação.
12: a dimensão do povo de Deus, como nas 12 tribos de Israel e os 12 apóstolos de Jesus. Assim os “24 anciãos” (12+12) são provavelmente o povo de Deus do Antigo e do Novo Testamentos (aqueles que, junto com os “4 seres viventes” — que indicam toda a natureza — prestam culto a Deus no cap. 4).
1000: representa um grande número, “muitos” ou “todos”. Por isso, os 144.000 eleitos (12x12x1000) provavelmente Indiquem a grande multidão da totalidade do povo de Deus, do AT e do NT. E os 1.000 anos do assim chamado “milênio” provavelmente indiquem “bastante tempo”, a totalidade dos anos de um determinado período.
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