João 13 — Exposição do Evangelho de João

João 13

13.5 LAVAR OS PÉS DOS DISCÍPULOS. O ato comovente de Jesus haver lavado os pés dos discípulos teve lugar na última noite da sua vida terrena. Ele assim fez (1) para demonstrar a seus discípulos quanto os amava; (2) para prefigurar o sacrifício de si mesmo na cruz; e (3) para comunicar a seus discípulos a verdade de que Ele os estava chamando para servirem uns aos outros em humildade. A ânsia de grandeza tinha sempre inquietado os discípulos (Mt 18.1-8; 20.20-27; Mc 9.33-37; Lc 9.46-48). Cristo queria que eles percebessem que o desejo de ser o primeiro? Ser maior e receber mais honra que outros crentes? É contrário ao espírito do seu Senhor (ver Lc 22.24-30 nota; Jo 13.12-17, 1 Pe 5.5).

13.8 SE EU TE NÃO LAVAR. Estas palavras falam da purificação espiritual do pecado mediante a cruz! Sem tal purificação ninguém pode pertencer a Cristo (1 Jo 1.7)

13.14 LAVAR OS PÉS UNS OS OUTROS. A igreja primitiva parece ter seguido o exemplo de Jesus, obedecendo literalmente à sua admoestação, de humildemente lavar os pés uns dos outros, com amor. Por exemplo, em 1 Tm 5.10, Paulo declara que as viúvas não deviam ser sustentadas pela igreja, sem preencherem certos requisitos. Um desses era: “se lavou os pés aos santos”.

13.22 SEM SABEREM DE QUEM ELE FALAVA. É importante notar que em nenhum momento os discípulos perceberam a infidelidade de Judas. Ele encobrira muito bem a sua hipocrisia. Ainda hoje, na igreja, há quem exteriormente pareça justo, mas, interiormente, não tem fé nenhuma em Cristo e nem devoção a Ele (ver o estudo FALSOS MESTRES)

13.26 O BOCADO MOLHADO. O ato de Jesus dar o pedaço de pão molhado a Judas era, sem dúvida, um apelo final para este abandonar seu pecado. Judas, no entanto, recusou-se a mudar de ideia, e Satanás entrou nele (v. 27; ver Lc 22.3 nota).

13.34 AMEIS UNS AOS OUTROS. O cristão é exortado a amar de um modo especial a todos os outros cristãos verdadeiros, quer sejam membros da sua igreja e da sua persuasão teológica, quer não. (1) Isso significa que o crente deve saber distinguir os cristãos verdadeiros daqueles cuja confissão de fé é falsa, observando a sua obediência a Jesus Cristo e sua lealdade às Sagradas Escrituras (5.24; 8.31; 10.27; Mt 7.21; Gl 1.9 nota). (2) Isso significa que quem possui uma fé viva em Jesus Cristo e é leal à Palavra inspirada e inerrante de Deus, conforme tal pessoa a compreende, e que resiste ao espírito modernista e mundano predominante em nossos tempos, é meu irmão em Cristo e merece meu amor, consideração e apoio especiais. (3) Amar a todos os cristãos verdadeiros, inclusive os que não pertencem à minha igreja, não significa transigir ou acomodar minhas crenças bíblicas específicas nos casos de diferenças doutrinárias. Também não significa querer promover união denominacional. (4) O cristão nunca deverá transigir quanto à santidade de Deus. É essencial que o amor a Deus e à sua vontade, conforme revelados na sua Palavra, controlem e orientem nosso amor ao próximo. O amor a Deus deve sempre ocupar o primeiro lugar em nossa vida (ver a próxima nota; Mt 22.37,39 nota).

13.35 CONHECERÃO QUE SOIS MEUS DISCÍPULOS. O amor (gr. agape) deve ser a marca distintiva dos seguidores de Cristo (1 Jo 3.23; 4.7-21). Este amor é, em suma, um amor abnegado e sacrificial, que visa ao bem do próximo (1 Jo 4.9,10). Por isso, o relacionamento entre os crentes deve ser caracterizado por uma solicitude dedicada e firme, que vise altruisticamente a promover o sumo bem uns dos outros. Os cristãos devem ajudar uns aos outros nas provações, evitar ferir os sentimentos e a reputação uns dos outros e negar-se a si mesmos para promover o mútuo bem-estar (cf 1 Jo 3.23; 1 Co 13; 1 Ts 4.9; 1 Pe 1.22; 2 Ts 1.3; Gl 6.2; 2 Pe 1.7).

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