João 5 — Exposição do Evangelho de João
Exposição do Evangelho de João
João 5
5.5 TRINTA E
OITO ANOS. A enfermidade desse homem
já durava 38 anos. Ele experimentara uma prolongada frustração por não ter
recebido a sua cura, apesar de continuamente confiar em Deus. Finalmente, um
dia foi curado. Foi em grande parte, pela longa duração do sofrimento desse
homem, que Jesus com sua grande compaixão decidiu ajudá-lo. Nunca devemos
perder a esperança de que o momento de Deus agir em nosso favor logo chegue.
5.9 AQUELE
HOMEM FICOU SÃO. Normalmente,
Jesus curava em resposta à fé das pessoas. No presente caso, porém, Ele não
exigiu nenhuma fé; o homem foi curado exclusivamente mediante a palavra de
Jesus. Ainda hoje, pessoas podem ser curadas, segundo o propósito de Deus,
mesmo não demonstrando fé em Cristo. A Bíblia ensina que há três condições
quanto a fé para cura: (1) a fé daquele que está sendo curado (Mt 9.27-29); (2)
a fé doutras pessoas em prol do sofredor (Mt 8.5-10; cf. João 17.15-20; Tg
5.14-16); e (3) a fé daquele que tem a unção para curar (1 Co 12.9).
5.14 NÃO PEQUES
MAIS. Jesus conclama a todos os que professam ter fé em
seu nome a cessarem de viver pecando. Aqueles que forem verdadeiramente salvos
não viverão na prática do pecado. Embora não seja perfeito, nem incapaz de
evitar sempre o pecado, o crente genuíno entregará a sua vida a Cristo de tal
maneira que, mediante o poder do Espírito Santo, o pecado já não será a
característica de sua vida (1 Pe 1.5; 1 Jo 3.6,9). O que Jesus espera de quem
nasceu de novo contrasta frontalmente com os que enfatizam que o crente
continuará a pecar diariamente por pensamentos, palavras e obras.
5.16
PERSEGUIRAM JESUS. A essa altura
do seu evangelho, João começa a mostrar que, apesar dos milagres de Jesus, e
até mesmo por causa deles, os líderes religiosos se lhe opunham tenazmente.
5.18-24
FAZENDO-SE IGUAL A DEUS. Jesus faz
várias declarações espantosas aqui: (1) Deus é seu Pai de um modo único e
exclusivo; (2) Ele mantém unidade, comunhão e autoridade com Deus (vv. 19,20);
(3) Ele tem o poder de dar a vida e de ressuscitar os mortos (v. 21); (4) Ele
tem o direito de julgar a todos (v. 22); (5) Ele tem o direito às honras
divinas (v. 23); e (6) Ele tem o poder de dar a vida eterna (v. 24).
5.24 OUVE...
CRÊ. Jesus descreve aquele que tem a vida eterna, e que
não entrará em condenação, como aquele que “ouve... e crê”. “Ouve” (do grego akouon, de akouo) e “crê” (gr. pisteuon,
de pisteuo) são gerúndios que
enfatizam ação contínua (i.e., “quem está ouvindo e crendo”). Portanto, o “ouvir”
e o “crer” não são atos de um único momento, mas de ação continuada. Jesus
afirma que a nossa atual possessão da vida eterna depende de uma fé viva no
presente, e não de uma decisão de fé feita nalgum tempo passado (ver João 1.12
nota; João 4.14 nota).
5.24 NÃO
ENTRARÁ EM CONDENAÇÃO. “Condenação”
(gr. krisis) é usada aqui no sentido
da condenação à morte eterna. O crente não será condenado com o mundo (1 Co
11.32). Aqui não se refere à futura prestação de contas do cristão; ao seu
julgamento no tocante à sua fidelidade à graça de Deus que lhe foi concedida
enquanto estava na terra (ver o estudo O JULGAMENTO DO CRENTE)
5.26 DEU... AO
FILHO TER VIDA EM SI MESMO. A própria
natureza de Cristo é uma fonte de vida eterna. Fonte esta inerente nEle. Deus,
no entanto, não concedeu ao crente a capacidade de ter a vida eterna em si
mesmo. Temos vida somente à medida em que temos comunhão com Cristo; i.e.,
Cristo vivendo em nós, mediante uma fé viva (ver João 15.4 notas; Gl 2.20).
5.29 OS QUE
FIZERAM O BEM. O julgamento ou “condenação”,
segundo as Escrituras, é sempre à base das obras. Isto porque as obras da
pessoa são uma manifestação da sua fé e da condição do seu íntimo. Isto
significa que o crente será julgado, para fins de galardão, não pela sua
profissão de fé em Cristo, mas pela vida que viveu (Rm 2.6-10; 14.12; Mt
12.36,37; 16.27; 2 Co 5.10; Ef 6.8; Cl 3.25; Ap 2.23; 20.12; 22.12; 1 Co
3.13-15).
5.29 A
RESSURREIÇÃO DA VIDA. O NT não
ensina que haverá uma única, geral e simultânea ressurreição para todos os
mortos. (1) O NT fala da ressurreição de muitos “santos”, que ocorreu logo
depois da ressurreição de Cristo (Mt 27.52,53); de uma ressurreição geral, que
ocorrerá por ocasião do arrebatamento da igreja, por Cristo (1 Co 15.51,52; ver
o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA); de uma “primeira ressurreição” (ver Ap
20.6 nota), e de uma ressurreição que ocorrerá mil anos depois da “primeira
ressurreição” de Ap 20.6 (i. é., depois do reino milenar de Cristo na terra, Ap
20.4). (2) É possível que “a primeira ressurreição” inclua a ressurreição de
todos os crentes, antes do reino milenar de Cristo (Ap 20.4-6). Assim sendo, a
ressurreição mencionada em Ap 20.4-6 completaria a “primeira ressurreição”
5.44 RECEBENDO
HONRA UNS DOS OUTROS. Aqueles que
pertencem à fé salvadora não serão motivados por elogio e admiração dos outros.
Seu objetivo será agradar ao Pai Celeste. Quem se acostuma a receber honra dos
outros, faz de si um ídolo e a si mesmo se exclui do reino de Deus. Quem busca
o louvor dos outros mais do que o de Deus, nega o evangelho de Cristo e impossibilita
a obra da fé (cf. Rm 2.29; 1 Ts 2.6).
5.47 SE NÃO CREDES NOS SEUS
ESCRITOS. Este trecho é importante porque revela o
conceito de Cristo sobre o AT. Ele tinha plena certeza de que Moisés escrevera
o Pentateuco. A lição de que os judeus necessitavam naqueles dias é a mesma que
necessitamos hoje, i.e., quem não crê na inspiração e na veracidade dos
escritos do AT, também não crerá nem se submeterá à autoridade das palavras de
Jesus e demais escritos do NT, que dão testemunho dEle (ver At 24.14 nota, sobre
o conceito do apóstolo Paulo sobre o AT; ver o estudo A INSPIRAÇÃO E A
AUTORIDADE DAS ESCRITURAS)