João 6 — Exposição do Evangelho de João
Exposição de João 6
João 6
6.2 SINAIS. (1) Milagres (neste versículo chamados sinais), são:
(a) operações de origem e caráter sobrenaturais (gr. dunamis; At 8.13; 19.11); e (b) podem ser um sinal distintivo ou
marca (gr. semeion) da autoridade
divina (Lc 23.8; At 4.16,30,33). (2) Os propósitos dos milagres no reino de
Deus são pelo menos três: (a) dar testemunho de Jesus Cristo, autenticando a
veracidade da sua mensagem e comprovando a sua identidade como o Cristo de Deus
(2.23; 5.1-21; 10.25; 11.42); (b) expressar o amor compassivo de Cristo (At
10.38; Mc 8.2; Lc 7.12-15); (c) evidenciar a era da salvação (Mt 11.2ss.), a
vinda do reino de Deus (ver o estudo O REINO DE DEUS) e a invasão do domínio de
Satanás por Deus (ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS). (3) As
Escrituras afirmam que os milagres vão continuar durante toda a época da
igreja. (a) Jesus enviou seus discípulos para pregar a Palavra e operar
milagres (Mt 10.7,8; Mc 3.14,15; ver Lc 9.2 nota); (b) Jesus declarou que todos
aqueles que nEle cressem mediante a pregação do Evangelho realizariam as obras
que Ele realizava e obras ainda maiores do que aquelas (14.12; Mc 16.15-20);
(c) o livro de Atos fala, repetidas vezes, da operação de milagres na vida dos
crentes (At 3.1ss. 5.12. 6.8; 8.6ss. 9.32ss. 15.12; 20.7ss.). Esses seriam os “sinais??
que seguiriam e que confirmariam a pregação do evangelho (At 4.29,30; 14.3; Rm
15.18,19; 2 Co 12.12; Hb 2.3,4; 1 Co 2.4,5); (d) os dons de cura e o poder para
operar milagres fazem parte dos dons que o Espírito quer conceder à igreja no
decurso desta presente era (1 Co 12.8ss.28; Tg 5.14,15; ver o estudo SINAIS DOS
CRENTES). (4) Observemos que, conforme o ensino do NT, falsos mestres e
pregadores também realizam sinais e prodígios (ver os estudos A GRANDE
TRIBULAÇÃO e FALSOS MESTRES)
6.5 ALIMENTANDO
OS CINCO MIL. Ver Mt 14.19 nota.
6.15 JESUS ORA
A SÓS. Ver Mt 14.23 nota.
6.20 NÃO TEMAIS. Ver Mt 14.27 nota.
6.35 EU SOU O
PÃO DA VIDA. “Eu sou o pão da vida” é a
primeira das sete declarações “Eu sou” proferidas por Jesus, e contidas no
Evangelho segundo João. Cada uma delas ressalta um aspecto importante do
ministério pessoal de Jesus. As outras são: “Eu sou a luz do mundo” (João
8.12), “Eu sou a porta” (João 10.9), “Eu sou o bom Pastor” (João 10.11,14), “Eu
sou a ressurreição e a vida” (João 11.25), “Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida” (14.6), “Eu sou a videira” (João 15.1,5). A declaração “Eu sou o pão da
vida” informa-nos que Cristo é o sustento que nutre a nossa vida espiritual.
6.37 DE MANEIRA
NENHUMA O LANÇAREI FORA. Jesus promete
receber de coração todos os que se chegam a Ele com arrependimento e fé. Os que
assim vêm a Jesus, fazem-no em resposta à graça de Deus que lhes foi concedida
(ver o estudo FÉ E GRAÇA)
6.39 A VONTADE
DO PAI. É importante compreender o relacionamento entre a
vontade de Deus e a responsabilidade humana. (1) Não é da vontade de Deus que
nenhum crente caia da graça (cf. Gl 5.4) e seja depois excluído da presença de
Deus. Não é, tampouco, da sua vontade que alguém pereça (2 Pe 3.9), nem que
deixe de vir ao conhecimento da verdade e ser salvo (1 Tm 2.4). (2) Há, no
entanto, muita diferença entre a perfeita vontade de Deus e a sua vontade
permissiva (ver o estudo A VONTADE DE DEUS). Deus não anula a responsabilidade
do homem arrepender-se e crer, mesmo que isso signifique que sua perfeita
vontade não é realizada (ver Lc 19.41, nota sobre Jesus chorando sobre
Jerusalém). (3) O desejo de Deus, de que todos os que crêem sejam salvos no
último dia, não os isenta da responsabilidade de obedecer à sua voz e de
segui-lo (João 10.27; 14.21). Jesus orou, na noite em que foi traído, dizendo
de seus discípulos: “Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se
perdeu, senão o filho da perdição”, i.e., aquele que tomou o rumo da perdição
eterna (João 17.12)
6.44 O PAI...
TROUXER. O Pai atrai as pessoas a Jesus, mediante o Espírito
Santo. Sua obra de “atrair” abrange todos, conforme diz Jesus: “todos atrairei
a mim” (João 12.32). Essa atração, no entanto, não é irresistível, uma vez que
pode ser rejeitada (ver Mt 23.37, “e tu não quiseste”).
6.54 COME A
MINHA CARNE E BEBE O MEU SANGUE. Esta
expressão de Jesus revela que recebemos vida espiritual crendo em Cristo e tendo
parte nEle e nos benefícios redentores da sua morte na cruz (Rm 3.24,25; 1 Jo
1.7). Destaca, ainda, a verdade que continuamos a ter vida espiritual à medida
que permanecemos no Cristo vivo e na sua Palavra. Compare o versículo 53 com o
63, onde Ele diz: “as palavras que eu vos disse são espírito e vida”.
Participamos de Cristo, portanto, à medida que temos fé nEle e aceitamos a sua
Palavra em atitude de oração. (1) Jesus é a Palavra (“Verbo”) viva (1.1-5). A
Bíblia é a Palavra escrita (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). Jesus é o “pão da vida” (v.
35) e em Mt 4.4 Ele disse: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra
que sai da boca de Deus”. Portanto, comemos a sua carne ao receber e obedecer à
Palavra de Deus (v. 63). (2) Somos salvos pela graça de Deus e pelo poder
regenerador do Espírito Santo, primeiramente por ouvir e aceitar a Palavra
(João 1.12; At 2.41). Continuamos salvos e participantes da graça divina,
recebendo continuamente a Palavra de Deus; lendo-a, obedecendo-a e
absorvendo-a, em nosso espírito (1 Tm 4.13-16; Tg 1.21). Tendo isto em vista, é
fatal o abandono da comunhão com Cristo ou com sua Palavra.
6.64 SABIA,
JESUS DESDE O PRINCÍPIO. Isto pode
significar que Jesus sabia quando Judas começou a desviar-se da sua fé original
e quando planejou traí-lo. Judas tinha o mesmo livre-arbítrio que os outros
onze discípulos. Ele foi a princípio um crente em Jesus e um amigo familiar da
sua confiança (13.18; Sl 41.9), conforme demonstra o fato de Cristo ter
revelado confiança total em Judas (João 2.23,24; Mt 10.1-15). Posteriormente,
Judas se desviou (At 1.25) pela sua própria escolha. Ele não foi obrigado a
trair Jesus. A traição a Jesus foi profetizada somente quanto à sua ocorrência,
mas não quanto ao seu praticante. A pessoa específica que trairia a Cristo não
estava predestinada desde a eternidade. O afastamento e o desvio de Judas para
ficar com os inimigos de Jesus e a consequente tragédia que se seguiu, deve
servir de advertência a todo seguidor de Cristo, no sentido de não rejeitar as
admoestações do Espírito a respeito da amizade com o mundo e o afastamento de
Cristo (Hb 10.29; 11.25; Tg 4.4).
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