João 18 — Exposição do Evangelho de João
João 18
18.36 MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO. No tocante à natureza verdadeira do reino ou governo de Cristo e do seu propósito redentor atual, três considerações cabem aqui: (1) O que o reino de Jesus não é. Ele “não é deste mundo”. Sua origem não está no mundo, nem visa a dominar o sistema deste mundo. Jesus não veio estabelecer nenhuma teocracia político-religiosa, nem exercer o domínio do mundo. Ele declarou que se tivesse vindo para estabelecer um reino político na terra, seus servos pelejariam. Mas não se trata disso. Daí, seus seguidores não se servirem de meios terrenos para estabelecer seu reino. Não recorrem à guerra (cf. Mt 26.51,52), nem a revoltas, para promoverem os princípios de Cristo na terra. Não se aliam a partidos políticos, grupos de pressão social, ou organizações seculares, para estabelecer o reino de Deus. Eles recusam-se a fazer da cruz uma plataforma de poder para controlar a sociedade. Suas armas não são carnais (2 Co 10.4 ). O reino de Deus não será imposto pela espada nem pela força. Seus seguidores estarão armados somente com armas espirituais (Ef 6.10-18). Isso não significa, porém, que os discípulos de Jesus são indiferentes aos postulados divinos por um governo pautado na justiça e paz e que penalize os malfeitores. Os cristãos devem levar uma “palavra profética” ao Estado, no tocante às suas responsabilidades morais diante de Deus. (2) O que o reino de Jesus é. O reino de Cristo é o seu senhorio nas vidas e nos corações de todos aqueles que ouvem a verdade e lhe obedecem (v. 37). “O reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). Ele enfrenta as forças espirituais de Satanás com armas espirituais (ver Mt 12.28; Lc 11.20; At 26.18; Ef 6.12). O papel da igreja é o de um servo de Jesus Cristo, não o de um governante do mundo atual. A força da igreja não procede do mundo, mas da cruz; seu sofrimento e rejeição pelo mundo é a sua glória (2 Co 3.7-18). Somente quando a igreja renuncia ao poder do mundo, recebe o poder de Deus. A igreja enfrenta hoje a mesma escolha: só quando ela perde sua própria vida neste mundo, ela achar-se-á em Deus (ver o estudo O REINO DE DEUS). (3) O que o reino de Jesus será. No futuro, o reino e o governo de Cristo serão o novo céu e a nova terra. Isto ocorrerá depois da sua vinda a este mundo para julgar as nações, para aniquilar o Anticristo, governar a terra por mil anos e a seguir confinar Satanás no seu destino final, no lago de fogo (Ap 19.11-20.15)18.37 DAR TESTEMUNHO DA VERDADE. Uma parte essencial da missão terrena de Jesus foi dar testemunho da verdade e fazer o povo conhecê-la, i.e., dar seu testemunho encarnado do Pai e da verdade revelada do seu evangelho, segundo as Escrituras. É de estranhar que alguns pastores, hoje, transigem com a verdade e a sã doutrina, confundem o sentido claro das Escrituras e promovem união sacrificando a fé bíblica. Tais pastores erram por tolerar a falsa doutrina e por não fazerem distinção entre o bem e o mal, a verdade e o erro. Em nome do amor e do liberalismo, rejeitam esse propósito da vinda de Cristo ao mundo. É justamente a verdade que as igrejas nunca devem sacrificar (cf. 17.8,17; 2 Ts 2.10).
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