Apocalipse 18 — Comentário Evangélico
Apocalipse 18 — Comentário Evangélico
Apocalipse 18
I. A voz de julgamento (18:1 -3)
Esse anjo comunica a queda da Babilônia, evento esse
que já fora anunciado (14:8 e 16:19). A repetição “Caiu! Caiu” sugere o julgamento
duplo (a Babilônia religiosa e a comercial), como também a afirmação (v. 6) de
que receberá “em dobro” por seus pecados. Por fim, essa “grande cidade” (v.
10), o centro do sistema econômico mundial, receberá o que merece das mãos de
Deus. Ela tornou-se a moradia de demônios (veja Ef 2:22, em que a igreja é a
habitação do Espírito) e o refúgio de espíritos imundos (veja Ap 16:13-14).
Muitas vezes, retrata-se Satanás como uma ave (Mt 13:4,19,31-32). O versículo
3 indica que a Babilônia influencia as nações da terra da mesma forma que o
vinho faz com os bêbados. Todavia, essa cidade deixou as nações ricas, e isso é
tudo que lhes interessa.
Deus tem dois motivos para querer que suas pessoas
saiam dessa cidade: (1) a cidade será destruída, e ele quer salvar os seus;
(2) a cidade é satânica, e ele não quer que elas se contaminem. O chamado do
Senhor para seu povo sempre foi “Retirai- vos”, pois salvação significa separados
do mundo para o Senhor (2 Co 6:14ss). O mundo glorifica a si mesmo (v. 7); o
cristão procura glorificar a Deus. O mundo vive para “as delícias do pecado”,
e o cristão, para os prazeres de Cristo. No versículo 7, veja o orgulho da
Babilônia: “Estou sentada como rainha. [...] Pranto, nunca hei de ver”!
Todavia, o versículo 8 indica que, um dia, ela trocará suas alegrias por sofrimento,
e suas riquezas, por fome! Aqui, há uma lição para o povo de Deus de hoje: “Não
te tornes cúmplice de pecados de outrem” (1 Tm 5:22; também Jr 51:9).
Há dois grupos que lamentam a queda da Babilônia: os
reis (vv. 9-10) e os mercadores da terra (vv. 11-19). Eles “se prostituíram”
com a Babilônia ao rejeitar o Deus verdadeiro para seguir ídolos, em especial
o dinheiro. Eles venderam a alma em troca de riquezas. Agora, chega ao fim a
vida de luxo. Nos versículos 10, 16 e 19, observe a repetição “Ai! Ai!”. A
Babilônia é julgada em “um só dia” (v. 8) e “em uma só hora” (vv. 10,19).
Por que os mercadores e os reis pranteiam? Porque
acabou o comércio deles. Os versículos 12-13 mencionam as grandes riquezas do
comércio que incluem “escravos e até almas humanas”. Nos últimos dias, a
escravidão aumentará, pois Satanás sempre quis escravizar a alma e o corpo do
homem. Os ricos ficarão mais ricos, e os pobres, mais pobres. O luxo e a
necessidade serão destruídos quando Deus julgar a Babilônia. A indústria naval
falirá com a destruição dos navios. As pessoas mundanas dependem desse
sistema econômico para cuidar delas, protegê-las e satisfazê-las, mas, no fim,
não disporão dele.
Os homens mundanos nunca tiveram o mesmo ponto de
vista do povo de Deus. O céu regozijou-se quando Satanás foi expulso de lá, mas
a terra lamentou (12:10-12). E, mais uma vez, o céu regozija-se com a
destruição da Babilônia, mas a terra lamenta.
O principal motivo para o regozijo do céu é que Deus
vingou o sangue dos mártires. O sistema babilônico é satânico e, desde o
início (Gn 4), responsável pelo martírio do povo fiel do Senhor. Em Apocalipse
6:9-11, as almas sob o altar perguntaram: “Até quando, ó Soberano Senhor?”.
Agora, a oração delas é respondida: Deus vinga o sangue delas. Veja Romanos
12:19.
O lançamento da pedra de moinho indica a rapidez do
julgamento do Senhor sobre o império da besta. Alguns estudiosos veem o retorno
de Cristo, a Pedra Ferida (conforme relato de Dn 2:34-35,44-45), nessa pedra de
moinho. Cristo retornará para destruir as obras do mundo, exatamente quando
este pensa que seu desempenho está perfeito.
Observe a repetição do termo “jamais” nesse capítulo;
leia Jeremias 25:9-11. O homem não pode fazer nada para mudar as coisas,
quando Deus diz “Jamais!”. Leia também Jeremias 51.
Assim, vimos a destruição do império religioso e
econômico da besta. A única coisa que falta é Cristo destruir seus exércitos,
e no capítulo 19 veremos isso acontecer. Esses versículos
apresentam o ápice da cólera de Deus com a vinda de Jesus Cristo para destruir
os exércitos das nações do mundo.
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