Números 6 — Análise Bíblica

Análise Bíblica de Números 6





Números 6

Nm  6:1-21 Os nazireus. Depois de tratar das implicações do voto nazireu (6:1-8), esse capítulo descreve os rituais para restaurar a pureza quando um nazireu fosse contaminado pelo contato com um cadáver (6:9-12) e os rituais a serem observados pelos nazireus ao completar seu voto (6:13-21).
Alguns homens e mulheres do arraial haviam feito um voto a fim de consagrar-se para o Senhor, tornando-se nazireus. Isso significava que eram separados como santos ao Senhor (6:1-2) e deviam se abster de todas as bebidas fermentadas (6:3-4), deixar o cabelo crescer (6:5) e evitar a contaminação pelo contato com cadáveres (6:6-8). Como a Bíblia ensina, o indivíduo que faz um voto não pode voltar atrás; assim, esse compromisso não deve ser assumido levianamente (Pv 20:25). As Escrituras também advertem outros indivíduos a não desencaminharem os nazireus nem obrigá-los a quebrar seu voto (Am 2:12-13).
Embora os nazireus fossem proibidos de ter qualquer contato com um cadáver, uma morte súbita poderia contaminá-los acidentalmente. Assim, 6:8-12 descreve um procedimento especial para a restauração no caso de uma ocorrência desse tipo. O nazireu deveria passar pelo período normal de impureza subseqüente ao contato com um cadáver, a saber, sete dias (Nm  19:14), e, na cerimônia de purificação no sétimo dia, deveria raspar todo o cabelo (6:9). No dia seguinte, o nazireu deveria levar duas rolas ou dois pombinhos ao sacerdote, à porta da tenda da congregação (6:10). 0 sacerdote oferecería, então, um holocausto como expiação pelo pecado de ter quebrado o voto de nazireado ao ficar na presença de um cadáver. Depois disso, a pessoa voltaria a cumprir o voto, observando a totalidade do período previsto, não sendo contados os dias anteriores à contaminação (6:12).
O voto de nazireado não era permanente. Quando o período especificado se completava, o nazireu devia levar à tenda da congregação as seguintes ofertas: Um cordeiro de um ano [...] e uma cordeira de um ano [...] e um carneiro, sem defeito, por oferta pacífica (6:13-15). 0 sacerdote apresentava esses animais ao Senhor como holocausto, oferta pelo pecado e oferta pacífica, respectivamente (6:16). Então, a cabeça do nazireu era raspada, e o cabelo era oferecido junto com o sacrifício pacífico (6:18). Algumas partes específicas dos animais eram entregues aos sacerdotes (6:19-20a). No final do ritual, o nazireu estava livre do seu voto e podia voltar a beber vinho (6:20ô).
As especificações para os sacrifícios a serem oferecidos não impediam o nazireu de apresentar mais ofertas caso tivesse possibilidade de fazê-lo (6:21).
6:22-27 Uma bênção sobre a comunidade No relato dos preparativos para a jornada, encontramos aquela que provavelmente é a passagem mais conhecida do livro de Números, a bênção proferida por Arão, ou bênção sacerdotal, usada pelos sacerdotes para impetrar a bênção de Deus sobre a comunidade. As palavras do sacerdote são emolduradas pelo termo “abençoarei”. 0 Senhor ordena a Arão e seus filhos: Assim abençoareis os filhos de Israel (6:23) e promete: Eu os abençoarei (6:27). A bênção propriamente dita se encontra registrada em estilo poético, apresentando três invocações paralelas, cada uma começando com o nome divino: Senhor. Esse padrão enfatiza que o Senhor é a fonte da bênção, fato ressaltado pelo pronome “eu” quando o Senhor diz: “E eu os abençoarei”.
A primeira parte da bênção diz respeito à posteridade, à dádiva da terra e à segurança do povo durante a marcha, tudo isso implícito em te guarde (6:24). No livro de Salmos, o Senhor é chamado de “guarda de Israel” (Sl 121:4). A segunda parte da bênção pede que o Senhor faça resplandecer o rosto sobre os israelitas ao receberem a sua graça (6:25). Essa imagem de Deus mostrando ou ocultando sua face para mostrar seu prazer ou ira é comum no AT, especialmente em Salmos (cf. Sl 13:1; 10:1; 102:2). A última parte da bênção repete essa imagem, mas acrescenta a ideia de que a bênção suprema de Deus para sua comunidade é seu shalom, um termo que também pode ser traduzido por paz ou inteireza (6:26).

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