Números 24 — Análise Bíblica
Análise Bíblica de Números 24
Números 24
Desta vez, porém, Balaão usa outra abordagem: Não foi esta vez, como antes, ao encontro de agouros (24:16). Como outros adivinhadores da Antiguidade, ele provavelmente se baseava na interpretação de sonhos, no estudo das estrelas e no exame do coração, fígado e outros órgãos internos de animais sacrificados para determinar a vontade divina. Mas, ao que parece, desta vez Deus fornece a Balaão instruções audíveis, de modo que o adivinhador pode se referir a si mesmo como aquele que ouve os ditos de Deus (24:4). 0 Senhor também lhe dá a capacidade necessária para falar claramente a Balaque acerca da impossibilidade de fazer seus próprios pronunciamentos e amaldiçoar uma nação que já havia sido abençoada pelo Todo-Poderoso.
Como o primeiro e o segundo oráculos, o terceiro se refere às bênçãos de prosperidade, poder e fama: Que boas são as tuas tendas [...] Como vales que se estendem (24:5-7a), Este abaixou-se, deitou-se como leão e como leoa; quem o despertará? (24:8-9a), o seu reino será exaltado (24:76), terminando com a declaração Benditos os que te abençoarem, e malditos os que te amaldiçoarem (24:96), palavras que trazem à memória as bênçãos de Deus sobre Abraão e seus descendentes em Gênesis 12:3.
A essa altura, o Senhor se apossou de tal modo da mente de Balaão que este não é influenciado pela ira de Balaque nem pela perda da recompensa prometida (24:10-11). Livre de qualquer influência externa, ele diz apenas o que Deus lhe revelou (24:12-14).
Enquanto os três primeiros oráculos de Balaão reafirmam a bênção de Deus sobre os antepassados de Israel, no quarto oráculo a bênção é futura. Balaão fala da vinda de uma estrela e um cetro (24:17a). Sob esse líder futuro, Israel conquistará seus inimigos, a saber, as nações ao redor da terra prometida como os moabitas, edomitas, amalequitas (representando os piores inimigos de Israel), queneus e As-sur (24:176-24). Depois de conduzir o povo à terra prometida, ele começa a cumprir essa profecia com a conquista de Edom e Moabe no tempo de Davi (24:18; 2Sm 8:14; lRs 11:15-16). Contudo, o cumprimento total dessas profecias aguarda a vinda daquele que é predito em 24:17, aquele que destruirá todos os seus inimigos (24:19). Sua vitória total pode ser retratada pela imagem desse conquistador usando seus inimigos como estrado para os seus pés (SI 110:1). Essa profecia se cumpriu em Jesus Cristo, o qual Deus enviou para redimir o mundo por meio de sua morte na cruz.
A história de Balaão mostra claramente que os seres humanos não podem manobrar, distorcer, mudar ou manipular a revelação (profecia) de Deus, ou seu conteúdo, a fim de adequá-la a seus planos. Balaão foi advertido a proferir somente as palavras que receberia de Deus e, apesar de ter cooperado com os príncipes de Moabe, não pôde agir segundo a sua própria vontade, mas apenas conforme a vontade de Deus.Mais: Números 1 Números 2 Números 3 Números 4 Números 5 Números 6 Números 7 Números 8 Números 9 Números 10 Números 11 Números 12 Números 13 Números 14 Números 15 Números 16 Números 17 Números 18 Números 19 Números 20 Números 21 Números 22 Números 23 Números 24 Números 25 Números 26 Números 27 Números 28 Números 29 Números 30 Números 31 Números 32 Números 33 Números 34 Números 35 Números 36