Estudo sobre Romanos 3:1-3
Estudo sobre Romanos 3:1-3
Romanos 3:1-3
Paulo coloca em debate suas declarações em 2.25a,28,29 sobre a utilidade da circuncisão e de ser judeu. Qual é, pois, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão?
Com profunda gratidão ele dá a resposta: Muita, sob todos os aspectos. Porém, é necessário aqui limitar-se ao essencial. Principalmente porque aos judeus foram confiados os oráculos de Deus. Decisivos não são a qualidade ou o comportamento desse povo, e sim uma intervenção extraordinária de Deus. Esse é o mistério de Israel: Cumpre defini-lo agora e sempre a partir de fora dele próprio. O que lhe sucedeu são oráculos de Deus! A ausência de qualquer indicação de conteúdo pode ser um indício de que, nesse ponto, deve ser omitida qualquer definição em termos de conteúdo, recordando, como em Hb 1.1, o fato fundamental do falar de Deus. Maravilhado, exultante, Paulo constata que, ao contrário dos ídolos mudos e deuses calados, e também diferentemente da manifestação sem palavras na Criação conforme 1.19,20, Deus saiu de si perante esse povo e falou. E falou durante os milênios “de numerosas e múltiplas maneiras”. Era de abalar que “um povo… tenha ouvido a voz do Deus vivo” (Dt 4.32,33 [bj]). Os oráculos lhe foram confiados para que os guardasse, para que os protegesse contra abusos, para que os transmitisse sem deturpações, mas também para apresentá-los na hora do acerto de contas. Portanto, o termo “confiar”a inclui o dever de serviço e a responsabilidade. O versículo seguinte pressupõe uma relação de fidelidade. Está presente a ideia da aliança.
À semelhança de Rm 9.6, Paulo atesta a perfeita confiabilidade de Deus, até diante das quebras de aliança por parte de Israel. E daí? Se alguns não creram, como Deus responderá? A incredulidade deles virá desfazer a fidelidade de Deus? A forma dessa interrogação permite como resposta unicamente um não. Deus sustenta sua promessa. Contudo, tampouco permanece passivo, mas insiste em relacionar essa fidelidade, nos textos destacados do AT, com a promessa de um acontecimento vindouro impressionante. É o que diz Os 2.19: “Desposar-te-ei comigo para sempre… em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias”. Esta promessa entrementes chegou ao “Sim” e “Amém” por intermédio do envio de Jesus (2Co 1.20). No evento da cruz Deus permanece fiel a sua vocação (1Co 1.9; 1Ts 5.24), sua proteção (1Co 10.13) e seu perdão (2Tm 2.13; 1Jo 1.9). Em contraposição, antes de Cristo a situação de fato era desesperadora para Israel. Sem Cristo Paulo também ficaria desamparado. Visto que nesta fase da carta ainda não fez referência à nova hora mundial (3.21-26), tampouco se pode dar agora uma resposta satisfatória, como se fará em Rm 9–11.
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Romanos 3:1-3