Estudo sobre Romanos 3:9

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Romanos 3:9

Estabelecendo ligação com o v. 1, Paulo volta a enfocar a pergunta pelos privilégios judaicos, para respondê-la agora em vista do juízo final. Que se conclui? Temos nós (judeus) qualquer vantagem? Sob o ângulo mencionado, não se pode dizer outra coisa que: Não, de forma nenhuma! Do contrário o juízo de Deus não aconteceria mais “segundo a verdade” (2.2), e sim vigoraria o nepotismo, em discordância com 2.11. O único critério pode ser a verdadeira realidade da vida. Essa, contudo, é inequívoca: pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do (domínio do) pecado. É necessário compreender acertadamente a maneira pela qual o pecado exerce o domínio mundial. De acordo com 2.10,14 Paulo não negou que no mundo também se realizam obras boas e que acima de tudo também se deseja praticá-las (cf 7.18b-22). Porém, diferente dos escribas, ele destrói a esperança de que seria possível contrabalançar o mal por meio de boas ações. O mal não se transforma em bem quando, além dele, também se pratica o bem. Mais ainda: Diante de eventuais boas ações, o que não é bom deve ser duplamente condenado, uma vez que elas demonstram que há uma noção acerca do bem e do mal, que a escolha do bem é possível e que desobediência não é coação do destino. Finalmente a obediência apenas esporádica demonstra que a obediência está dividida. Obediência pela metade, porém, é desobediência por inteiro, pois até quando se diz sim, no fundo não se busca a Deus. Mesmo obedecendo, o ser humano é essencialmente inimigo de Deus (5.10). Nessa bipartição, nessa negação de “amar a Deus de todo o coração”, é impossível que o ser humano combine com Deus, o qual ama de modo indiviso.

O conceito central do “pecado” causa em Paulo a impressão de um poder com características de pessoa. De acordo com a carta em estudo, o pecado “veio” para “dentro” do mundo, “engana” a pessoa, “reside” nele, ele “é morto” e “faz viver”, “sai” da camuflagem “para manifestar-se”, “domina” como um rei ou “escraviza” como um senhor feudal seus servos da gleba, estamos “vendidos” a ele ou também “libertados” do seu direito de propriedade, colocamos armas à sua disposição como a um comandante, que “paga salário” a seus mercenários; ele nos “mata” e “é condenado ele próprio”.


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Romanos 3:9