Estudo sobre Romanos 3:29-31

Estudo sobre Romanos 3:29-31

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Romanos 3:29-31

Em vista da oposição judaísta contra uma abertura universal da salvação, Paulo traz ao debate a própria doutrina bíblica sobre Deus. Ou seria, porventura, Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? De acordo com os escribas, embora Deus seja o Criador dos povos gentílicos e no final também o seu juiz, não é o seu redentor. Em contraposição, de acordo com o AT, Deus não deu as costas aos outros povos quando escolheu Israel. Pelo contrário, a vocação de Abraão desde o início visava uma bênção de abrangência universal (Gn 12.3; Gl 3.14). Ele deveria “vir a ser herdeiro do mundo, pai de todos” (Rm 4.11,13). Foi também por isso que Deus dirigiu a história dos filisteus, arameus e abissínios, abençoou egípcios e assírios. Ele se compadece também dos gentios, profetiza-lhes salvação. Sim, ele é Deus redentor também dos gentios. No NT os impulsos do AT são validados.

Paulo inscreve na réplica de seus adversários a confissão principal deles próprios, de Dt 6.4: visto que (vale:) Deus é um só! Assim como em 1Co 1.13 o apóstolo se volta com veemência contra uma divisão de Cristo e, desse modo, da comunidade da salvação, assim ele proclama a indivisibilidade de Deus, a fim de fundamentar a posição paritária das duas partes da comunidade: Ele justificará, por fé, o circunciso (o judeu) e, mediante a fé, o incircunciso (o gentio).

Finalmente, Paulo aborda a acusação de que com esse discurso ele se revela como violador da lei: Anulamos, pois, a lei pela fé? Nesse caso “lei” volta a ser claramente, como nos v. 28,21a, a lei do Sinai. Porém Paulo, assim como Jesus em Mt 5.17 e certamente também como Estêvão, apesar de At 6.13,14, estava cônscio de ser israelita sem dolo. Por isso, ele nada mais pode dizer sobre essa suspeita além da mais radical palavra de rejeição (cf explicação de 3.6): Não, de maneira nenhuma! Não somos revolucionários em Israel, antes, confirmamos a lei, somente nós, i. é, nosso evangelho lhe possibilita plena vigência. O anúncio: “justificados… por graça!” (v. 24) combina absolutamente com a declaração de “culpado pela lei”, pois só existe graça onde a culpa é certa. Ausência de culpa tornaria a graça desnecessária. É nesse sentido que a pregação genuína de Cristo confere à lei o devido peso total.

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Romanos 3:29-31