Estudo sobre Romanos 3:4-8
No entanto, deve ser decididamente repelida a ideia de que Deus não seria capaz de cumprir suas promessas: De maneira nenhuma! Inconcebível que o pecado do ser humano acabe com a fidelidade de Deus, em vez de a fidelidade de Deus dar cabo do pecado (11.26). Suplicante, Paulo espera pelo momento em que o modo de Deus rebrilhará na mais luminosa luz, contrastando com o modo humana. Seja (assim:) Deus (é) verdadeiro, e (Sl 116.11b) mentiroso (é), todo homem. E continua, em linguagem de oração: segundo está escrito (Sl 51.6b): Para seres justificado nas tuas palavras e venhas a vencer quando fores julgado. Repetidas vezes o AT formula a história entre Deus e seres humanos na figura de um processo penal. As pessoas clamam com tanta veemência contra o céu que até parecem trazer dificuldades de defesa ao seu benfeitor. Porém Paulo ora colocando-se do lado de Deus e deseja que a vitória venha unicamente dele, com que também se tornará uma vitória das suas promessas.
Não há dúvida de que o acontecimento da fidelidade de Deus é inconcebível: Mas, se a nossa injustiça traz a lume a justiça de Deus. Paulo radicaliza de modo similar em 5.2b. No entanto, enquanto lá tem condições de elucidar detalhadamente a afirmação subseqüente, aqui ele precisa ser sucinto. Que diremos (sobre isso)? Ele conhece as pessoas e já sabe o argumento que trarão: Porventura, será Deus injusto por aplicar (apesar disso) a sua ira? Pode ele punir a injustiça, que proporciona oportunidade tão boa para a sua misericórdia? (Falo como homem).
Porém é preciso negar a palavra a argumentos teológicos que violam a divindade de Deus. Certo que não. Como se pudéssemos usar Deus contra Deus, ou seja, a favor do pecado! Do contrário, como julgará Deus o mundo? Nem judeu nem cristão questionam o mandato de Deus como juiz do mundo e, conseqüentemente, sua oposição ao mal.
Com insistência se volta à carga: O juízo do mundo poderia ser deixado fora, poderíamos pecar sem preocupação e até com méritos. E, se por causa da minha mentira, fica em relevo a (abundante) verdade de Deus para a sua glória, por que sou eu ainda condenado como pecador? Por trás desses sofismas absurdos existe simplesmente o esforço do ser humano de não ter de arcar com as conseqüências de seus atos. Em todo o segundo capítulo Paulo detectou e combateu esse esforço e todas as suas variantes. Em momento algum abandonou a concomitância da eleição de Deus e da responsabilidade humana.
No fim ele aponta a mira para uma agitação real contra sua pessoa, segundo a qual sua ética seria ofensiva a Deus. E por que não dizemos, como alguns, caluniosamente, afirmam que o fazemos: Pratiquemos males para que venham bens? Fazer o mal, causar aflição, a fim de dar oportunidade para que a outra parte produza provas de amor? Pôr em circulação uma interpretação dessas a respeito da sua proclamação constitui para Paulo extrema falta de escrúpulos. É um caso em que a inimizade interior contra o evangelho leva a desrespeitar qualquer limite. A condenação destes é justa.
Índice:
Romanos 3:4-8