Apocalipse 14 — Estudo Teológico das Escrituras

Apocalipse 14

14.1 o Cordeiro. Veja nota em 5.6. monte Sião. A cidade de Jerusalém, onde o Messias retornará e plantará seus pés (cf. Sl 2; 48.1-2; Is 24.23). cento e quarenta e quatro mil. Veja nota em 7.4. nome. A contraparte da marca da besta. É o selo que identificará os 144.000 com o propriedade de Deus (veja nota em 13.6).

14.2 harpa. Veja nota em 5.8.

14.3 novo cântico. O cântico da redenção entoado por todos os santos redimidos num gigantesco coral. Estão jubilantes porque todo o plano redentor de Deus foi cumprido antes do retorno de Cristo (cf. Sl 33.1-3; 40.3; 96.1; 144.9-10; 149; Lc 15.10; veja nota em 5.9). quatro seres viventes e dos anciãos. Veja notas em 4.4,6.

14.4 não se macularam com mulheres. Uma ilustração da habilidade de Deus de guardar extraordinariamente puros os crentes em meio à grande dificuldade. Essa frase indica que os 144.000 judeus evangelistas terão resistido ao sistema perverso do anticristo bem com o às tentações do sexo ilícito. Cf. 2 Co 11.2. seguidores do Cordeiro. Isso indica lealdade a Jesus Cristo. Os 144.000 vencedores são firmemente leais a Cristo, seja qual foi o custo (cf. Mt 16.24; M c 10.21; Lc 9.23; Jo 10.27; 12.26; 14.15). primícias. Semelhante às ofertas das primícias no AT, esses homens serão separados para serviço especial a Deus (cf. Dt 26.1-11). Alguns entendem que as primícias se referem ao primeiro grande grupo de redimidos de Israel (veja nota em 11.13), salvos muito antes, e representativos de muitos convertidos posteriores (cf. Rm 16.5; 1Co 16.15), as primícias de um Israel redimido (Rm 11.1-5,11-15,25-27).

14.5 não se achou mentira. Os 144.000 falam a verdade de Deus de modo exato e preciso, sem exageros ou atenuações (cf. Sf 3.13 ). não têm mácula. Não sem pecado, mas santificados (veja Ef 1.4; 5.27; C l1.22).

14.6 meio do céu. Provém de um termo grego (“meio céu”), que indica o momento do meio-dia quando o sol atinge o zênite. Esse é o ponto mais elevado e mais claro, quando todos podem ver e ouvir, um evangelho eterno. O anjo está pregando as boas notícias sobre vida eterna e entrada no reino de Deus (cf. Mt 24.14; 1 Co 15.1-10). Ele está conclamando as pessoas do mundo a abandonarem a sua lealdade à besta e voltarem-se para o Cordeiro. No NT, também é chamado de evangelho de Deus, o evangelho da graça, o evangelho de Cristo, o evangelho das boas-novas que Deus salva pelo perdão dos pecados e abre o seu reino a todos os que se arrependem e creem. Todo mundo ouvirá a pregação do anjo na medida em que Deus graciosamente chama a todos para salvação.

14.7 Temei a Deus. Não a Satanás, nem ao anticristo. Esse é o tema da Escritura, chamando pessoas a dar honra, glória, culto e reverência a Deus (cf. Pv 23.17; 1 Pe 2.17). Veja notas em Rm 1.18-21. é chegada a hora do seu juízo. Chega o último momento para arrependimento e fé antes da ira de Deus ser derramada. Essa é a primeira vez em Apocalipse em que a palavra “juízo” é usada, termo que tem o mesmo significado de ira (veja 6.17; 12.12). aquele que fez o céu, e a terra. A criação é a grande prova da existência de Deus, que pregadores usarão como o fundamento para todas as pessoas crerem em Deus e o adorarem (cf. 4.11; 10.6; Jo 1.9; At 14.15-17; 17.23-28).

14.8 caiu a grande Babilônia. A falta de resposta à primeira mensagem do anjo leva-o a pronunciar esse juízo. Babilônia se refere a todo o reino mundial do anticristo, englobando os aspectos políticos, econômicos e religiosos (cf. 16.17-19 para detalhes dessa queda). A cidade original de Babilônia foi o local onde nasceu a idolatria e onde os m oradores construíram a torre de Babel, monumento de rebelião e falsa religião. Subsequentemente, a idolatria foi espalhada quando Deus confundiu a linguagem humana e espalhou as pessoas pelo mundo (cf. Gn 11.1-9). vinho da fúria da sua prostituição. Isso retrata Babilônia levando o mundo à intoxicação com seus prazeres e a envolver-se num a orgia de rebelião, ódio e idolatria. Prostituição é prostituição espiritual do falso sistema do anticristo, que cairá por causa da iniquidade.

14.9 adora a besta. Veja notas em 13.14-15; cf. 13.8.

14.10 cálice da sua ira. Todo aquele que é fiel ao anticristo e ao seu reino sofrerá o derramamento da plena fúria de Deus, feito com toda a força da sua ira e vingança não mitigada (cf. Sl 75.8; Is 51.17; Jr 25.15-16). A fúria divina não é um a explosão impulsiva de ira endereçada caprichosamente ao povo de quem Deus não gosta. É a resposta determinada, firme, sem misericórdia, sem graça e sem com paixão de Deus ao pecado, fogo e enxofre. Estes são dois elementos que muitas vezes são associados na Escritura com o tormento da punição divina (Cr 19.24-25; Is 34.8-10). Aqui a referência é ao inferno, o lago de fogo (cf. 19.20; 20.10; 21.8). O enxofre é um súlfur causticante (veja nota em 9.17).

14.11 tormento sobe pelos séculos dos séculos. Referência ao inferno eterno (cf. M t 3.12; 13.41-42; 25.41; Mc 9.48). Tormento é dor interminável e insuportável (cf. Lc 16.23-24) prescrita aqui para todos que são leais à liderança de Satanás.

14.12 Essa é um a excelente base escriturística da doutrina da perseverança, que assegura a todos os verdadeiros crentes em Cristo que eles nunca perderão a fé. Os regenerados perseverarão continuam ente, até o final, em obediência à verdade, não importa o que possa vir contra eles (veja notas em Rm 8.31-38); Fp 1.6; cf. Jr 32 .4 0; Mt 24.13; Jo 6.35-40; 10.27-30; 1 Jo 5.4,11-13,20).

14.13 Bem aventurados. Veja nota em 1.3.

14.14 filho de homem. Veja nota em 1.13. A imagem do Senhor sobre um a nuvem vem de Dn 7.13-14 e enfatiza magnificente majestade (cf. 1.7; M t 24.30; 26.64; At 1.9-11). coroa de ouro. A cora do vencedor, coroa de louros, usada por aqueles que celebravam vitória na guerra ou em com petições atléticas. Cristo agora usa essa coroa especial, no presente caso feita de ouro, como um conquistador triunfante vindo do céu para vencer os seus inimigos, foice. Um instrumento de colheita com uma lâmina afiada de aço ou ferro, de forma curva e um cabo de madeira, com um ente usado pelos antigos agricultores para cortar cereais. Representa juízo ágil e devastador.

14.15 seara da terra. O cereal — no presente caso o povo descrente do mundo — está pronto para ser reunido e julgado.

14.17 santuário. Veja nota em 11.19. Isso se refere ao lugar de habitação de Deus, não ao templo da tribulação em Jerusalém (cf. 11.1).

14.18 outro anjo... que tem autoridade sobre o fogo. Esse anjo está associado com o fogo no altar, que representa as orações dos santos (6.9-11; 8.3-5). Fogo se refere ao fogo constantemente aceso no altar de bronze no templo de Jerusalém. Duas vezes ao dia o sacerdote queimava incenso com esse fogo e oferecia o incenso queimado no Santo Lugar com o símbolo das orações do povo (veja notas em 5.8; 6.9; 8.3). Esse anjo está vindo do altar celeste para assegurar que todas as orações de todos os santos pelo juízo e pela vinda do reino são respondidas. Ele pede que o castigo comece, foice. Veja nota no v. 14.

14.19 lagar. Essa vivida imagem significa uma horrenda matança ou banho de sangue (cf. Is 63.2-3; Lm 1.15; Jl 3.13). Aqui se refere à matança dos inimigos de Deus que ainda se encontram vivos, encarando a destruição no Armagedom, a batalha final contra os inimigos de Deus, que acontecerá no vale de Esdrelom. A imagem sangrenta vem do suco fresco de uvas prensadas espirrando e escorrendo de um barril superior para um inferior da prensa de vinho feita de pedra.

14.20 fora da cidade. Deus vai determinar que esse banho de sangue ocorra fora de Jerusalém, com o se Deus quisesse proteger a cidade da carnificina em volta dela. A passagem de Zc 14.1-5 deixa claro que Jerusalém será atacada, mas não destruída no final, mas será poupada para a glória do reino, e o remanescente crente será salvo, pois o Senhor defenderá a eles e a cidade contra as nações. Eles escaparão por um recém-criado vale quando o Senhor tiver acabado o juízo e estabelecer o seu reino, até aos freios dos cavalos. A severidade da matança está indicada na imagem do sangue daqueles que foram mortos na batalha de Armagedom espirrando até a altura (c. 1,2 m do chão) dos freios dos cavalos envolvidos. Igualmente provável, se a batalha ocorrer perto do vale central de Israel, o tremendo volume do fluxo de sangue pode facilmente formar valetas de 1,2 m de profundidade em alguns lugares. Esse acontecimento é descrito claramente em 19.11-21. Ez 39.8-16 talvez descreva a limpeza, mil e seiscentos estádios. A distância aproximada de Armagedom, no norte da Palestina, até Edom, no sul. A grande batalha se estenderá por toda essa área e até mesmo um pouco além.

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