Salmo 1 — Estudo Teológico das Escrituras

 Estudo Teológico de Salmo 1





Salmo 1

RESUMO: O primeiro salmo reflete a literatura da sabedoria hebraica a partir da palavra de abertura Feliz, “Bem-aventurado” (NIV, RSV) e pela mensagem contrastando o caráter e o destino dos iníquos e dos justos. O foco do salmo na lei (torahtôrâ) soa uma forte nota de ensino. O mundo está organizado de tal maneira que a conduta importa. Colocado como introdução, o salmo apresenta o Saltério como um livro de estudo e oração, essencial para ordenar a vida para os propósitos de Deus. O Salmo 1 recomenda um engajamento alegre e contínuo com a lei do SENHOR. Desviando o conselho e a influência dos ímpios, a pessoa que permitir que a instrução do Senhor (Yahweh) promova a vida prosperará como a árvore frutífera. Contrastes impressionantes abundam desde a primeira palavra, feliz (abençoada), até a última palavra enfática, perecer! O salmo usa dois poderosos símiles: uma árvore que tem suas raízes na água e, portanto, produz frutos abundantemente como pretendido, e palha, a luz e flocos que se recusam a trilhar o grão como inútil! O Livro I dos Salmos (1–41) pode ter sido reunido sob influência dos escritores da sabedoria, pois os Salmos 1 e 41 são salmos “abençoados”, introduzidos por uma bem-aventurança. Provavelmente não faz parte da coleção original, o Salmo 1 foi colocado para abrir o Saltério após o exílio e o trabalho de Esdras, quando a lei (torá) se tornou uma força unificadora para o povo hebreu [Composição].


Comentários de Salmos 1

1.1-6 Esse. salmo de sabedoria alua basicamente como uma introdução a todo o livro de Salmos. Seu tema é tão grande quanto a Bíblia toda porque fala de pessoas, caminhos e seus destinos finais (veja um paralelo importante em Jr 17.5-8). Usando o contraste de dois ciclos, o Sl 1 classifica todas as pessoas em suas respectivas categorias espirituais:

I. Por observação, todas as pessoas estão separadas eticamente (1.1-4)
A. Um retrato do justo (1.1-3)
B. Um retrato do ímpio (1.4)
II. Por consequência, todas as pessoas estão separadas judicialmente (1.5-6)
A. A falha do ímpio (1.5)
B. Os resultados dos estilos de vida (1.6)
1. O reconhecimento do justo (1.6a)
2. A ruína do ímpio (1.6b)

1.1 Bem-aventurado. Da perspectiva individual, trata-se da profunda alegria e satisfação em Deus; da perspectiva da comunidade cristã, refere-se à obra redentora (cf. as bênçãos e maldições de Dt 27.11—28.6). não anda... não se detém... nem se assenta. O homem “bem-aventurado” (cf. Mt 5.3-11) é inicialmente descrito como alguém que evita tais associações, uma vez que elas exemplificam a decadência sequencial do pecado.

1.2 seu prazer... na lei. Mudando para uma descrição positiva, o homem espiritualmente “feliz” é caracterizado pela contemplação consistente e interiorização da Palavra de Deus a fim de alcançar a direção ética e a obediência.

1.3 como árvore. Por causa do solo essencialmente árido de Israel, no AT uma árvore frondosa servia como um símbolo apropriado de bênção, plantada, literalmente, “transplantada”. Árvores não se plantam sozinhas e nem os pecadores se transportam sozinhos para o reino de Deus. A salvação é obra de sua maravilhosa graça (cf. Is 6.13; Mt 15.13). Todavia, há uma inquestionável responsabilidade quanto a se apropriar dos recursos abundantes de Deus (cf. Jr 17.8), que conduz a essa produtividade conseqüente.

1.4 Os ímpios não são assim. Há aqui um contraste inesperado; literalmente, “Não assim os ímpios!” palha. Imagem comum no AT, extraída das épocas de colheita, aplicada ao que é frágil, sem valor, e que serve apenas para ser jogado fora.

1.5 Por isso... não prevalecerão. A conjunção “por isso” introduz a forte conclusão de que os ímpios não serão aprovados no julgamento de Deus.

1.6 O SENHOR conhece. É bem mais do que reconhecer. O Senhor “conhece” todas as coisas. Nesse contexto, a referência é à intimidade e ao envolvimento pessoal de Deus com seus servos (compare com Mt 7.23; cf. 2Tm 2.19). o caminho. A repetição dessa palavra reforça a imagem tão característica desse salmo. Ela se refere ao curso de vida total de uma pessoa, ou seja, ao seu estilo de vida. Aqui, esses dois cursos conduzem aos caminhos da vida e da morte, como em Dt 30.19; Jr 21.8; cf. Mt 7.13-14. perecerá. Um dia, o caminho do perverso acabará em ruína; uma nova ordem está chegando, c será uma ordem justa. Por isso, o Sl 1 começa exaltando o “bem-aventurado” e. conclui falando do caminho daquele que “perecerá” (cf. Sl 9.5-6; 112.10).