Salmo 6 — Estudo Teológico das Escrituras

Estudo Teológico das Escrituras




Salmo 6

RESUMO: Como os Salmos 3–5, o Salmo 6 é outra oração por ajuda. Nesse lamento de um indivíduo, ouvimos a oração de uma pessoa doente. A doença tem dimensões físicas e emocionais. O medo da morte e o medo de ser separado de Deus dominam. Talvez haja até inimigos além da doença. As linhas finais representam uma mudança de humor, a forte garantia de vitória porque o SENHOR ouviu! Um líder poderia tê-los falado no templo depois que o adorador recebesse a certeza da resposta da oração. O poeta construiu cuidadosamente esse salmo (como reconhecido nas divisões de parágrafos da NIV e NRSV). No hebraico, as quatro estrofes, respectivamente, têm 24 palavras (vs. 1-3), 15 palavras (vs. 4-5), 15 palavras (vs. 6-7) e 24 palavras (vs. 8-10). A habilidade poética do escritor também é evidente na repetição de palavras e idéias; o paralelismo dentro de cada versículo sublinha ou leva a ideia adiante, como no versículo 1: não me repreenda com sua raiva, nem me discipline com sua ira [poesia hebraica]. O título inclui referência ao Sheminith, “o oitavo”, uma notação musical que possivelmente se refere a um tom ou modo, mas não a uma oitava, que era desconhecida pelos músicos israelitas. Também ocorre no Salmo 12: 1 e 1 Crônicas 15:21 [Musical; Sobrescrições].


Comentário de Salmo 6

6.1-10 Esse lamento parece ser bastante intenso, pois, aparentemente, Davi não consegue dormir. Suas circunstâncias parecem ;er desesperadoras e sem saída. A igreja cristã primitiva considerava esse salmo como o primeiro entre os “salmos de penitência” (cf. Sl 32; 38; 51; 102; 130; 143). O choro de Davi, fluindo das profundezas :e seu inferno pessoal de perseguição, indica uma mudança radical na sua disposição de espírito na medida em que ele se dirige a dois públicos diferentes. 

I. Derramando sua alma diante de Deus: A disposição pessimista de espírito (6.1-7). A. Um tom de impotência (6.14) 
B. Um tom de desesperança (6.5-7) 

II. Voltando a atenção para seus inimigos: 
A estrutura de um pensamento desafiador (6.8-10) 
A. A coragem diante dos inimigos (6.8a) B. A base para a sua coragem (6.8b-10) 6, título Aparece uma nova direção musical; literalmente, “de oito cordas”, indicando “numa harpa de oito cordas” ou “uma oitava abaixo” (isto é, uma melodia mais grave para acompanhar essas letras de profundo lamento). 

6.1 na tua ira... no teu furor. Davi não pede para passar ileso pelo castigo divino, mas que Deus amenize a disciplina com misericórdia. 

6.2,7 ossos... olhos. Muitos assumem, pelas menções do salmista a “partes” do corpo, que a sua aflição era devida a uma séria doença física. É provável que suas circunstâncias tivessem afetado o seu físico. Todavia, na antropologia do AT, esse tipo de referência sugere uma metáfora para uma aflição em todo o ser (cf. todas as referências paralelas e pessoais; p. ex., “mim”, “minha alma”, isto é, meu ser ou minha pessoa, “eu”, etc.). 

6.3 até quando? Expressão comum de profundo lamento (cf. Sl 90.13; Hc 2.6; Ap 6.10). 

6.4 livra... salva-me por tua graça. Expressões que introduzem um novo sinônimo para salvação, com a conotação de tirar ou arrancar. Ele deseja que o Senhor seja gracioso em livrá-lo (cf. Jó 36.1 5; Sl 18.19; 116.8). 

6.5 não há recordação de ti. Nos salmos, há muito sobre “morte” e “sepulcro”, isto é, o Sheol. A linguagem usada no v. 5 não significa aniquilação, mas a incapacidade de participar temporariamente das ofertas públicas de louvor (cf. a argumentação de Ezequias, em Is 38.18) 

6.6-7 O sono tem fugido de Davi por causa de sua grande agonia. 

6.8-10 Em meio às suas dificuldades, a coragem surge de modo surpreendente quando ele se dirige aos seus inimigos. Essa ousadia também tem uma única base, a de que a confiança do salmista está totalmente alicerçada na atenção e intervenção absoluta de seu Senhor.