Salmo 8 — Estudo Teológico das Escrituras

Estudo Teológico das Escrituras




Salmo 8

RESUMO: Os leitores costumam chamam esse hino de música da criação. Após cinco lamentos no Saltério, soa em louvor ao Criador. Um tema de maravilha domina, maravilha com a extensão e complexidade do universo, a aparente insignificância da humanidade, e ainda como Deus deu à humanidade o governo sobre a terra! Em vez de serem insignificantes, as pessoas são de grande valor por causa de seu relacionamento com o Deus Criador. Uma explosão de louvor ao soberano SENHOR enquadra o Salmo (vv. 1, 9). A forma usual de hino começa com uma convocação para louvar, seguida pelo anúncio do motivo de louvor introduzido pela palavra “para” (, como em 30:1), e terminando com uma convocação renovada para louvar. O Salmo 8 é um pouco diferente, pois o poeta o compôs completamente como um endereço direto para Deus. O salmo expressa louvor a Deus, desenvolvido como uma meditação sobre o ser humano criado, com a estrutura determinada pelo conteúdo [Gêneros do Salmo]. O significado do termo Gittith (gittît) no cabeçalho, que também aparece nos Salmos 81 e 84, é desconhecido; poderia se referir a um instrumento ou melodia de Gath, uma cidade filisteu [Musical; Sobrescrições]


Comentário de Salmos 8

8.1-9 O início e o fim sugerem que o salmo é essencialmente um hino de louvor. No entanto, muito de seu conteúdo o qualifica como um salmo da natureza, isto é, um salmo da criação. E mais, há uma importante ênfase na dignidade do homem na criação. Esse tema torna-se um veículo para a discussão do importante assunto da teologia adâmica, tornando o salmo apropriado à associação com o “Único”, o último Adão, isto é, entre Cristo e “muitos” (cf. Hb 2.6-8). Na estrutura, o Sl 8 inicia e. conclui com explosões de louvor diante da contemplação de Davi de dois pares de contrastes radicais. 

I. Louvor introdutório (8.1) 
II. Dois pares de contrastes radicais (8.2-8) 
A. Entre a natureza dos “pequeninos” e dos adversários (8.2) 
B. Entre a revelação geral natural e a revelação especial manifestada (e.3-8) 
III. Louvor final (8.9) 

Outro instrumento é citado nesse título, com toda probabilidade um ripo de harpa parecida com o violão ou a guitarra, associada a Cate, ria Filístia. 

8.1 Senhor, Senhor. Os dois nomes são usados para tratamento direto a Deus, mas o primeiro é seu nome especialmente revelado, Javé (Êx 3.14), e o segundo coloca a ênfase em sua soberania, teu nome! O nome de Deus refere-se à revelação de sua pessoa, envolvendo todos os seus atributos. 

8.2 A ironia introdutória sobre os pequeninos serve para estabelecer o contraste entre o dependente e a insensatez do autossuficiente. 

8.3 teus céus, obra dos teus dedos. Os céus foram criados por Deus (Sl 33.6,9; 102.25; 136.5). O antropomorfismo “teus dedos” miniaturiza a magnitude do universo diante da presença do Criador. 

8.4-b Essa passagem 6 citada no NT em ICo 15.27-28; tf 1.22; Hb 2.5-10. 

8.4 que é o homem. Se o universo inteiro se torna diminuto diante do Criador divino, quão menor é a importância da humanidade! Até mesmo a palavra usada para “homem”, no v. 4, faz alusão à sua fraqueza (cf. Sl 9.19-20; 90.3a, 103.15, etc.). E o filho do homem. Essa expressão também considera o homem como insignificante e transitório (p. ex., SI 90.3b). Mas a contraparte em aramaico dessa frase está em Dn 7.13, que tem profundas implicações messiânicas (cf., também, a autodesignação favorita de Jesus no NT — Filho do Homem). 

8.5-8 Esses versículos enfatizam consistentemente a importância do homem que foi criado à imagem e semelhança de Céus para exercitar o domínio sobro o restante da criação (Gn 1.26-28).