Salmo 5 — Estudo Teológico das Escrituras

Salmo 5

RESUMO: O cenário é o tempo da oração da manhã, o tempo do sacrifício no serviço do templo. O salmo é direcionado a Deus e identifica o salmista com a causa e a justiça de Deus (vv. 1-3, 7-8, 11-12). A atividade e o destino dos inimigos são descritos (vv. 4-6, 9-10). Como os Salmos 3 e 4, esse pedido de ajuda ilustra que a justiça não se impõe (v. 8). O Salmo 5, um lamento individual e uma canção de oração, soa como uma declaração de inocência no uso da linguagem da acusação, eu defendo o meu caso (v. 3) e Os orgulhosos não estarão diante de seus olhos (v. 5). Os acusadores falam falsidade. O poder da mentira ameaça a vida dos fiéis. Com profunda emoção, o salmista apela a Deus para pronunciar um veredicto de "culpado" sobre seus inimigos. O salmo termina com a confiança de que o Senhor é protetor do justo. Como um lamento, o Salmo 5 contém os elementos usuais de petição, reclamação, referência a inimigos e declaração de esperança. O cabeçalho associa esse salmo a Davi e sugere um cenário musical para as flautas (veja Sl 4)

Comentário de Salmos 5

5.1-12 O Sl 5 é basicamente um lamento que contém declarações de inocência, confiança e orações por proteção. Davi estava na presença do Senhor quando colocou seus inimigos diante dele. Suas orações têm duas grandes preocupações: “Ajuda-me e destrói meus inimigos!” Portanto, Davi libera suas respectivas orações pedindo a intervenção divina e a maldição sobre duas rodadas de contrastes que diferenciam os inimigos de Deus dos filhos de Deus.

I. Primeira rodada: O contraste teológico da retribuição com a reconciliação (5.1-8)
A. Expressão da oração de Davi por intervenção (5.1-3)
B. Explicação da oração de Davi por intervenção (5.4-8)

II. Segunda rodada: O contraste prático do perverso com o adorador (5.9-12)
A. Expressão da oração de Davi por maldição (5.1 Oa-c)
B. Explicação da oração de Davi por maldição (5.9/10d-12)

Enquanto no Sl 4 a instrução ao líder de adoração diz respeito ao acompanhamento dos instrumentos de cordas, o Sl 5 deve ser celebrado na comunidade de adoração pelo acompanhamento de flautas (cf. 1Sm 10.5; IRs 1.40; Is 30.29).

5.1 Dá ouvidos. Essa ordem é construída com base na palavra usada para “ouvir”, tia ocorre junto com os pedidos paralelos para que Deus preste cuidadosa atenção ao suplicante e aos sofrimentos dele (Sl 17.1; 55.1-2).

5.2 Rei meu e Deus meu. Davi foi ungido como o rei teocrático sobre a terra, mas compreendia plenamente que o Rei supremo de todo Israel e de toda a terra é Deus (veja a permissão condicional de Deus para o reinado mediador em 1 Sm 8.19ss.).

5.3 De manhã... de manhã. Essas palavras levaram alguns estudiosos a rotular esse salmo como matutino (cf. Sl 3.5).

5.4-6 não... não... não... aborreces... destrói... abomina. As três frases negativas são seguidas por três declarações afirmativas, revelando o perfeito padrão do justiça de Deus, tanto em princípio como na prática.

5.7 porém eu. O salmista traça um grande contraste entre ele e seus inimigos. Eles são arrogantes; Davi é humilde.

5.8-9 Para falar do problema do “pé” do homem, Davi expõe o problema da “boca” do homem, com uma aplicação especial à conversa ardilosa de seus inimigos. Provérbios são citados a fim de expor a mortalidade da doença espiritual do “pé” e da “boca” da humanidade, isto é, do andar e falar das pessoas. Em Rm 3.13, Paulo inclui a avaliação feita no Sl 5.9 em sua lista das 14 terríveis acusações contra a humanidade.

5.8 guia-me... endireita... o teu caminho. Os discípulos devem andar pelos caminhos do Senhor, ser obedientes à orientação divina para suas vidas, e, no entanto, continuar na total dependência de sua graça para um progresso responsável (cf. Sl 119.1-5,26-27,30,32-33).

5.10-12 Davi ora pelo merecido fim dos ímpios, de acordo com o padrão da justiça de Deus revelado (Dt 25.1) e, em contraste, ora para que os que são considerados justos pela graça do Senhor possam celebrar alegremente suas bênçãos.


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