Comentário de João 4:1
João 4:1 — Quando, portanto, soube o Senhor,... Ou Jesus, como algumas cópias, como a Vulgata Latina, Siríaca, Árabe e Persa leem; que é Senhor de todos, Senhor dos senhores, apenas um e único Senhor dos santos: e que sabia todas as coisas como Deus, em cada homem, e tudo que estava no homem; quem acreditaria nele, e quem não, e quem o trairia; ele conhecia seus adversários, o que eles pensavam, diziam e faziam; o que lhes fora dito, e como operava neles; e quais eram os segredos dos seus corações, e os conselhos mais secretos e desígnios seus; porque isso não deve ser entendido apenas de seu conhecimento como homem, que ele podia ter por sua inteligência de outros; embora o que seja aqui dito, possa também ser verdadeiro nesse sentido:
Que os Fariseus;... Os inimigos inveterados e implacáveis de Cristo, e particularmente aqueles que habitavam em Jerusalém, e que eram do grande Sinédrio, ou conselho da nação:
Tinham ouvido;... Ou por seus espias, que eles os mantinham constantemente informados sobre Jesus; ou pelos discípulos de João, que, por meio de inveja, possa conduzir o assunto ao Sinédrio, para por um freio nisso, ou para averiguar o batismo e ministério de Cristo; ou pela fama adquirida:
Que Jesus fazia e batizava mais discípulos do que João;... Veja João 3:26. O método que Cristo usou era que ele fazia os discípulos de homens primeiro, e então os batizava; e aos mesmos ele os dirigia aos seus apóstolos, e, depois dizia, ‘vá e ensine’, ou ‘façam discípulos de todas as nações, os batizando’, &c.[1] E esta deveria ser uma regra de conduta conosco, só batizar a tais que parecem ter sido feitos os discípulos de Cristo: agora um discípulo de Cristo, é alguém que aprendeu de Cristo, e aprendeu o Cristo; o modo de vida, retidão, e salvação por ele; que é um crente nele; que viu uma beleza, glória, plenitude nele, como um Salvador; e tem vindo a ele, e se arriscou por ele, e confiou nele; e que foi ensinado a abrir mão de si mesmo, dos seus pecados, de sua auto-retidão; se separou dos seus pecados, e renunciou a sua própria retidão, e toda a dependência nela, para justificação diante de Deus; e que foi feito um alguém disposto a abandonado todas as coisas mundanas e vantagens, e aguentar toda a repreensão, indignidades, e perseguições, pela causa de Cristo: e a tais que são os discípulos de Cristo neste sentido, são as únicas e próprias pessoas para serem batizadas; estes são aqueles que deveriam vestir este distintivo, e se identificarem como cristãos: nem pode o batismo ser de qualquer uso a qualquer outros; porque tal pessoa só é batizada nele, e na sua morte, e participa dos benefícios salvatórios nele; porque tudo o que não vem da fé, é pecado; e também, sem ela, é impossível agradar bem Deus.[2]
Fonte: John Gill's Exposition of the Entire Bible
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Notas:[1] Cf. Mateus 28:19. N do T.[2] Cf. Hebreus 11:6. N do T.