Comentário de João 4:22
João 4:22- Adorais o que não conheceis,... No entanto, quanto a sua pergunta, ele mais diretamente replica por condenar os Samaritanos e a ignorância deles na religião, e por aprovar os Judeus; e assim tão manifestadamente dá a preferência aos Judeus, não apenas com respeito ao lugar e objeto de adoração, mas com respeito ao conhecimento e salvação. Porque, conforme ele sugere, os Samaritanos eram ignorantes, não apenas do verdadeiro propósito da adoração, mas também porque não conheciam o que eles mesmos adoravam; ou, pelo menos, não estavam de acordo com isso. Os habitantes originais daquelas partes, de onde esses Samaritanos se originaram, eram gentios idólatras, colocados pelo rei da Assíria no lugar das dez tribos que ele levou cativo; e esses não temiam o Senhor, porque eles “não conheciam a maneira do Deus do país”: Portanto, leões foram enviados entre eles, e mataram muitos deles; sobre a qual o rei da Assíria ordenou um sacerdote ser enviado para instruí-los: mas, não obstante, eles tinham muitos outros deuses, alguns um, outro um outro; e assim serviram a varias imagens entalhadas, eles e seus filhos, e os filhos de seus filhos, até o tempo do escritor do livro de Reis; veja 2Reis 17:24. E embora Manasses e outros Judeus viessem entre eles, e eles tivessem recebido a lei de Moisés, podendo ter algum conhecimento do verdadeiro Deus, ainda assim eles não o glorificaram como Deus; e embora eles pudessem, em palavras, professá-lo, ainda assim em obras eles o negavam;[1] e mesmo depois disso, eles foram grandemente acusados pelos Judeus de práticas idolatras nesse monte. Às vezes, eles dizem[2] que os Cuthites, ou Samaritanos, adoravam o fogo; e outras vezes, o que principalmente prevalecia entre eles, afirmavam[3] que seus homens sábios, em pesquisa, acharam que eles adoravam a imagem de uma poma no Monte Gerizim; e, às vezes, eles diziam[4] que eles adoravam ídolos, os deuses estrangeiros, ou terafins, que Jacó escondeu debaixo do carvalho de Siquém; que, se for verdade, pode servir para ilustrar essas palavras de Cristo, de que eles adoravam o que não conheciam, visto que eles adoravam ídolos escondidos no Monte.
“R. Ismael bar José, eles dizem[5] que foram a Neápole, (Siquém, chamada Naplos) os Cuthitas, ou Samaritanos, vieram a ele (para persuadi-lo a adorar com eles na montanha); ele disse-lhes: eu te mostrarei que não “adorais nessa montanha”, mas “as imagens que estão escondidas debaixo dela”; porque está escrito, Gên. 35:4; “e Jacó as escondeu” debaixo de um carvalho que estava em Siquém.”
E em outro lugar[6] é relatado do mesmo Rabbi, que ele foi a Jerusalém para orar, como relatado em João 4:20, e depois do que se passou entre ele e a Samaritana que encontrou no Monte Gerizim, mencionado anteriormente, ele acrescentou:
“E disse-lhe: eu te direi com que pareceis, (vós sois semelhantes) a um cão que corre atrás de carne podre; assim, pelo fato de que sabeis que os ídolos estão escondidos nele, (na Montanha), como está escrito, Gên. 35:4 que Jacó os escondeu, assim vós os cobiçais: eles dizem – esse homem sabe que os ídolos estão aqui escondidos, e talvez ele os leve embora; eles se consultaram mutualmente para matá-lo: ele se levantou e fugiu à noite.”
Mas esse não foi o caso dos Judeus:
Nós adoramos o que conhecemos;... Cristo se coloca entre eles, porque ele era Judeu, assim como a mulher lhe considerou; e, como homem, era um adorador de Deus; ele temia, amava e obedecia-O; ele confiava nele, e arava a Ele; embora, como Deus, ele fosse o objeto de adoração dele mesmo: e os verdadeiros adoradores entre os Judeus, de cuja sorte era Cristo, conheciam Deus, a quem eles adoravam espiritualmente; e, no geral, a noção correta que esse povo tinha do Deus de Israel, tendo os oráculos e serviço de Deus, e sendo instruído por Moisés e os profetas:
Porque a salvação é dos Judeus;... As promessas de salvação, e de um Salvador, foram feitas a eles, quando os Gentios eram estranhos a elas; os meios de salvação, e do conhecimento disso, como a palavra, estatutos e ordenanças foram desfrutados pelos Judeus, quando outros eram ignorantes a respeito disso; e o Messias, que é às vezes colocado como “Salvação”, veja Gên. 49:18, não foi apenas profetizado de seus livros e prometido a eles, mas veio deles, bem como a eles; e o número dos salvos tinha sido por muitas centenas de anos e ainda estava entre eles; a linha da eleição corria entre eles, e poucos entre os Gentios foram chamados e salvos.
Fonte: John Gill's Exposition of the Entire Bible
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Notas:[1] Cf. Tito 1:16. N do T[2] T. Bab. Taanith, fol. 5. 2.[3] Maimon. em Misn. Beracot, c. 8. seç. 8. & Bartenora em ib. c. 7. sect. 1. & em Nidda, c. 4. sect. 1.[4] Shalshelet Hakkabala, fol. 15. 2.[5] T. Hieros. Avoda Zara, fol. 44. 4.[6] Bereshit Rabba, seç. 81. fol. 71. 1.
“R. Ismael bar José, eles dizem[5] que foram a Neápole, (Siquém, chamada Naplos) os Cuthitas, ou Samaritanos, vieram a ele (para persuadi-lo a adorar com eles na montanha); ele disse-lhes: eu te mostrarei que não “adorais nessa montanha”, mas “as imagens que estão escondidas debaixo dela”; porque está escrito, Gên. 35:4; “e Jacó as escondeu” debaixo de um carvalho que estava em Siquém.”
E em outro lugar[6] é relatado do mesmo Rabbi, que ele foi a Jerusalém para orar, como relatado em João 4:20, e depois do que se passou entre ele e a Samaritana que encontrou no Monte Gerizim, mencionado anteriormente, ele acrescentou:
“E disse-lhe: eu te direi com que pareceis, (vós sois semelhantes) a um cão que corre atrás de carne podre; assim, pelo fato de que sabeis que os ídolos estão escondidos nele, (na Montanha), como está escrito, Gên. 35:4 que Jacó os escondeu, assim vós os cobiçais: eles dizem – esse homem sabe que os ídolos estão aqui escondidos, e talvez ele os leve embora; eles se consultaram mutualmente para matá-lo: ele se levantou e fugiu à noite.”
Mas esse não foi o caso dos Judeus:
Nós adoramos o que conhecemos;... Cristo se coloca entre eles, porque ele era Judeu, assim como a mulher lhe considerou; e, como homem, era um adorador de Deus; ele temia, amava e obedecia-O; ele confiava nele, e arava a Ele; embora, como Deus, ele fosse o objeto de adoração dele mesmo: e os verdadeiros adoradores entre os Judeus, de cuja sorte era Cristo, conheciam Deus, a quem eles adoravam espiritualmente; e, no geral, a noção correta que esse povo tinha do Deus de Israel, tendo os oráculos e serviço de Deus, e sendo instruído por Moisés e os profetas:
Porque a salvação é dos Judeus;... As promessas de salvação, e de um Salvador, foram feitas a eles, quando os Gentios eram estranhos a elas; os meios de salvação, e do conhecimento disso, como a palavra, estatutos e ordenanças foram desfrutados pelos Judeus, quando outros eram ignorantes a respeito disso; e o Messias, que é às vezes colocado como “Salvação”, veja Gên. 49:18, não foi apenas profetizado de seus livros e prometido a eles, mas veio deles, bem como a eles; e o número dos salvos tinha sido por muitas centenas de anos e ainda estava entre eles; a linha da eleição corria entre eles, e poucos entre os Gentios foram chamados e salvos.
Fonte: John Gill's Exposition of the Entire Bible
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Notas:[1] Cf. Tito 1:16. N do T[2] T. Bab. Taanith, fol. 5. 2.[3] Maimon. em Misn. Beracot, c. 8. seç. 8. & Bartenora em ib. c. 7. sect. 1. & em Nidda, c. 4. sect. 1.[4] Shalshelet Hakkabala, fol. 15. 2.[5] T. Hieros. Avoda Zara, fol. 44. 4.[6] Bereshit Rabba, seç. 81. fol. 71. 1.