Comentário de João 8:4-6
8:4 - Eles disseram a ele: Mestre,… Eles aplicaram a Jesus um título belo e respeitoso para melhor esconder suas intenções iníquas:
Essa mulher foi apanhada em adultério;… Por duas pessoas pelo menos, que poderia ser testemunhas do caso; caso contrário, a acusação não seria legal; veja Deut. 19:15; embora que, no caso de um esposa suspeita de adultério, eles permitiam uma única pessoa como válida (f):
Bem no ato;... Ou “no próprio furto”, pois adultério é um furto; é se apropriar de algo que pertence de direito a outra pessoa; veja essa palavra sendo usada no mesmo sentido em Heliodor, l. 1. sec. 11.
8:5 - Moisés, na lei, nos ordena que tal pessoa seja apedrejada,… Não em Lev. 20:10; pois, de acordo com a lei lá, um adúltera, uma mulher casada, e assim um homem casado, um adúltero, deviam morrer; ainda assim a morte não era a pedradas, mas por enforcamento; pois é uma regra judaica (g), onde a morte é simplesmente mencionada (sem restringir a qualquer sorte particular) o estrangulamento é intencionado, e cuja regra eles aplicam a essa lei: e de acordo com a Misna, ou lei oral, alguém que se deita com a mulher de outro homem, é reconhecido que deve ser estrangulado (h): Kimchi, de fato, disse (i), que uma adúltera, de acordo com a lei, deve ser apedrejada até a morte; entretanto, isto deve ser entendido dos que são noivos, mas não se casaram; e tal pessoa, Moisés ordenou na lei, ser apedrejada, Deut. 22:23. E com isto concordam as tradições dos judeus (k);
“Um filha de Israel deve ser apedrejada, que é ארוסה ולא נשואה, “noiva, mas não casada”.”
E, essa nós acreditamos que ela era; ela era noiva de algum homem, mas não casada com ele, e, portanto, devia ser apedrejada: Os Judeus (l) têm também um ditado, que diz: “Se todos os adúlteros fossem punidos com apedrejamento, de acordo com a lei, acabariam as pedras em Israel; mas eles mesmos não seriam exterminados.”
O adultério era muito comum entre esse povo:
Mas, o que dizes tu? Concorda com a lei de Moisés, ou não?
8:6 - Isso eles diziam para tentá-lo,… Porque eles trouxeram esta mulher, e a expôs desta maneira, não por causa da aversão deles e ódio ao pecado; nem eles puseram a anterior pergunta a Cristo, do grande respeito deles pela lei de Moisés; o qual em muitos exemplos, e também nesse, eles, em uma grande medida, faziam nulo, pelas suas tradições; porque eles dizem, que para tal ofensa como adultério, eles não entregava à morte, nem batiam, a menos que houvesse uma advertência prévia; o costume do qual era, para distinguir entre os pecados presunçosos e teimosos (m); mas se não havia nenhuma advertência, e a mulher, até mesmo uma mulher casada, se ela confessasse o crime, todo o seu castigo era ter o dote levado dela, ou ir embora sem ele (n): agora estes mestres não dizem nada sobre a advertência, nem eles põem a pergunta, se esta mulher seria negociada de acordo com as tradições deles, ou de acordo com a lei de Moisés? Mas qual seria o pensamento de Cristo, se à lei de Moisés é que seria assistida, ou se ele proporia outra regra? e a visão deles nisto era...
Para que eles pudessem acusá-lo;… Se ele concordasse com Moisés, então eles o acusariam ao governante Romano, por condenar uma pessoa à morte, que pertencia a ele fazer isso; ou, então, eles iriam culpá-lo de severidade, e agindo inconsistentemente com ele mesmo, que recebia essa sorte de pecadores, e comia com eles; e tinha declarado que os publicanos e as meretrizes iriam entrar no reino dos céus, enquanto que nem os fariseus nem os escribas iriam entrar; e se ele fosse discordar de Moisés, então eles iriam condená-lo diante do povo como um inimigo de Moisés e sua lei.
Mas Jesus se abaixou e, com seu dedo, escrevia no chão;… Alguns pensam (o) que ele escrevia legivelmente os pecados dos acusadores da mulher; e o erudito Wagenseil (p) menciona um manuscrito grego antigo que ele tinha visto, na qual havia as seguintes perguntas: “os pecados de todos eles”: Dr. Lightfoot é da opinião que esse ato de Cristo corresponde a e faz referência a ação do sacerdote no julgamento da mulher suspeita; que tomava do pó do solo do tabernáculo, e colocava nas águas amargas para ela beber; mas, é mais provável que Cristo tenha se colocado de propósito dessa posição, como se ele estivesse ocupado com outras coisas, e não dava importância ao que eles diziam, para mostrar que o assunto que eles estavam trazendo para testá-lo era algo indigno de importância
[Embora eles não o ouvisse];… Embora essa cláusula não esteja em muitas cláusulas e muitas cópias, nem na Vulgata Latina, nem em qualquer das versões Orientais, mas em cinco das cópias de Beza, e na edição Complutense.
(Veja Jer. 17:13, “eles que se apartam de mim serão escritos na terra”. Podia ser que Cristo estivesse escrevendo seus nomes na terra como cumprimento da profecia de Isaías. Eles sabiam que o Antigo Testamento e essa passagem, e estavam convictos em seus corações. Editor.)
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Notas
(f) Maimon. Hilchot Eduth, c. 5. sect. 2.
(g) Maimon. Hilchot Issure Bia, c. 1. sec. 6.
(h) Misn. Sanhedrin, c. 10. sect. 1.
(i) Em Ezeq. xvi. 40.
(k) T. Bab. Sinédrio, fol. 51. 2.
(l) Apud Castell. Lex. Poliglota, col. 2180.
(m) Maimon. ib. sect. 3.
(n) Misn. Sota, c. 1. sect. 5.
(o) Hieron. adv. Pelagianos, l. 2. fol. 96. H. Tom. II.
(p) Em Misn. Sota, c. 1. sec. 5.