Explicação de Juízes 20
Em Juízes 20, o trágico relato da concubina do levita continua enquanto as tribos de Israel se reúnem para resolver o crime cometido em Gibeá. O levita relata os eventos horríveis e os israelitas reunidos ficam indignados com a atrocidade. Eles exigem justiça e procuram punir os habitantes de Gibeá.
Os israelitas enviaram mensageiros por toda a tribo de Benjamim, pedindo-lhes que entregassem os culpados de Gibeá. Os benjamitas, no entanto, se recusam a obedecer e, em vez disso, reúnem seus guerreiros para defender seus companheiros de tribo. Essa recusa leva a uma guerra em grande escala entre as outras tribos de Israel e a tribo de Benjamim.
O capítulo retrata a gravidade da decadência moral dentro da sociedade israelita e as medidas extremas tomadas para lidar com a injustiça. O conflito entre as tribos mostra as consequências da divisão e da falta de unidade, bem como até onde as pessoas estão dispostas a ir para proteger seus próprios interesses. Juízes 20 ressalta a dura realidade da situação durante aquela época, retratando uma sociedade atormentada pela violência, corrupção moral e o colapso das normas e valores sociais.
20:1–14 Guerreiros escolhidos das tribos de Israel (exceto Benjamim) reuniram-se em Mizpá e ouviram o levita contar o que havia acontecido. Eles decidiram lutar contra Gibeá, mas primeiro deram aos benjamitas uma oportunidade de entregar os pervertidos culpados a eles para punição. Quando os benjamitas se recusaram, estourou uma guerra civil.
20:15–48 Esse incidente ocorreu não muito depois da morte de Josué e sua geração, pois Finéias era o sumo sacerdote na época (v. 28). A tribo de Benjamim tinha apenas 26.700 soldados, contra quatrocentos mil das outras tribos (vv. 15–17). No entanto, na primeira batalha, Benjamin matou vinte e dois mil homens (vv. 18–21). No segundo confronto, dezoito mil homens de Israel foram mortos (vv. 22–25). A razão pela qual Israel passou por momentos tão difíceis, mesmo que sua causa fosse justa, foi porque eles mesmos não estavam andando perto do Senhor. Nos versículos 18, 23 e 26–28 podemos ver a nação sendo forçada a se humilhar diante do Senhor até que finalmente o sucesso fosse prometido. No terceiro confronto, os israelitas usaram a estratégia da emboscada. Eles levaram os homens de Benjamim para longe da cidade de Gibeá, incendiaram a cidade e então destruíram um total de vinte e cinco mil e cem benjamitas enquanto fugiam para o deserto. Em seguida, queimaram todas as cidades de Benjamim e mataram as mulheres e crianças (vv. 29–48).
Em três batalhas, Benjamin perdeu 26.100 homens (cf. vv. 15, 47). (Devemos concluir que eles perderam 1.000 nos primeiros dois dias.) Os mortos nos versículos 35 e 44-46 referem-se apenas às baixas na última batalha. Seiscentos sobreviventes se refugiaram na rocha de Rimom por quatro meses (v. 47). Se não fosse por esse remanescente, a tribo teria sido completamente exterminada.
Notas Adicionais
20.1 Mispa. Cidade da fronteira ao norte de Benjamim, uns 13 km ao norte de Jerusalém. Dã até Berseba. Expressão vulgar que se referia à nação inteira.
20.2,17 Quatrocentos mil homens. Este número elevadas levanta um problema para a intérprete. Como na nota de 12.6, deve ser levado em conta que a palavra hebraica 'eleph pode significar “mil” ou “unidades de família” (cf. Jz 6.15; 1 Sm 10.19; Mq 5.2), sem especificar o número de indivíduos envolvidos. Pode ainda reportar-se aos oficiais que dirigiam o exército confederado. Para maior clareza, consulte o artigo “Número” no nDb, II, p 1124ss.
20.3 Ouviram... Benjamim. É evidente que os benjamitas não pesaram a gravidade do pecado dos homens de Gibeá, achando melhor apoiá-los numa guerra civil, ao invés de entregá-los ao castigo merecido.
20.5 Cidadãos de Gibeá. Tal foi a impressas da maldade feita por aqueles homens, e seu julgamento, que permaneceu na lembrança do povo até aos dias de Oséias.
20.6 Vergonha e loucura. Veja 19.23n. O erudito M. Noth acha que “fizeram loucura em Israel” era frase técnica apropriada para certas violações da lei divina, rigorosa especialmente em casos de pecado sexual.
20.8 Tenda... casa. Outra menção da antiguidade da narrativa, sugerindo os tempos do deserto, quando as casas ainda eram feitas de tendas.
20.13 Tiremos de Israel o mal. Se o pecado não for tratado de maneira suficientemente severa para ser desarraigado, suas consequências se alastram e se agravam; (Js 7; 2 Sm 21.1-14). • N. Hom. “Trato Bíblico do Pecado”: 1) A morte do pecador (Ez 18.4, 20; Gn 2.17; 6.17); 2) A morte vicária de um substituto inocente (Jo 11.50; 18.14; Rm 5.8; 2 Co 5.14, 15).
20.16 Funda. Nota-se a eficiência desta arma de, guerra, usada pelos exércitos egípcios, assírios e babilônicos, e na morte de Golias nas mãos de Davi (1 Sm 17.49). Calcula-se que a funda usada naqueles dias poderia arremessar uma pedra do peso de 400 g à velocidade de 140 km horários.
20.18 Betel. A esta altura, o santuário estava em Betel, ou possivelmente, a arca fora trazida àquela cidade, (cf. v. 27), que distava apenas 8 km de Mispa.
20.21 Vinte e dois mil homens de Israel. O preço do pecado é sempre elevado. Na confiança de estarem cumprindo a vontade de Deus, provavelmente, não receavam as dificuldades par derrotar Benjamim.
20.23 Choraram perante o Senhor. A aflição da alma e boa, quando acompanhada de uma indagação sobre a pureza de consciência e das intenções (Sl 51.17). Não se deve, porém, pensar que Deus requer apenas tristeza do pecador. Arrependimento significa, acima de tudo, uma mudança de mentalidade. É possível, neste caso, que Deus não concedeu vitória a Israel pelo fato deste não ter afastado realmente o pecado de seu meio (cf. Dt 1.45; Js 7.11, 12; 2 Rs 22.19; Jl 2.15-17). Confiando na sua grande superioridade numérica, talvez não tivesse confiado devidamente em Deus.
20.26 Betel. O Santuário (tabernáculo, provavelmente) pouco tempo permaneceu em Siquém (Js 8.30ss; cap. 24), sendo, depois, transferido para Siló (Js 18.1; 22.12), de onde passou para Betel, e voltando novamente para Siló (1 Sm 1.9; 3.15). Holocaustos e ofertas pacíficas. Os dois tipos de sacrifícios revelam arrependimento genuíno, o que leva à reconciliação com Deus (Lv 1.4; 7.16).
20.27 A arca da Aliança. Esta é a única referência à arca, no livro de Juízes.
20.28 Finéias. Nome dê origem egípcia (como também a de Moisés) que significa “criança morena”. Como se evidencia nesta narrativa, tais acontecimentos ocorreram pouco depois da conquista da Terra Prometida; este, sacerdote, neto de Arão, seria o mesmo que afastou a ira de Deus em Sitim (Nm 25.1-15; cf. 31.6; Js 22.9-34). Os entregarei. Só dessa terceira vez foi que o Senhor determinou a derrota dos benjamitas.
20.31 Gibeá do Campo. Sugere-se que se refira, possivelmente, a Gibeom, próxima a Gibeá.
20.32 Fujamos. O estratagema dos israelitas era o de simular o pânico de um exército derrotado, atraindo, assim, aos exércitos benjamitas para longe da cidade. Idêntico plano estratégico deu a vitória a Josué, na batalha contra Ai (Js 8.3-28).
20.33 Saiu do seu lugar. Lit. “romperam”, termo usado para descrever a queda d'água, quando do romper-se de uma barragem.
20.37, 38 Investigações no local confirmam a destruição de Gibeá, por fins do século XII (cf. NDB, II; p 667). Após um século, foi reconstruída por Saul. Sinal. A mesma palavra aparece também no original de Jr 6.1, além de ter sido descoberta nas cartas de Laquis, dos tempos da terrível destruição dos babilônios. Neste caso, para indicar sinais de fumaça, os quais eram o meio mais rápido de comunicação a distância.
20.42 Cidades. A frase “cercaram a Benjamim” (43) indica que devemos ler, aqui, “cidade” como em vários manuscritos gregos.
20.43 Gibeá. Deve ser Geba, a uns 8 km. de Gibeá, seguindo-se o caminho da penha de Rimom (45) que fica a pouco mais de 10 km a nordeste.
20.47, 48 Deixando de perseguir aos seiscentos homens valentes, os israelitas passaram a destruir sistematicamente todas as cidades de Benjamim, matando mulheres, crianças e até o gado. Sem homens para a defesa, tiveram que sucumbir. A tribo seria totalmente destruída, não fora os seiscentos homens refugiados na penha de Rimom, uns 6 km a leste de Betel.
Índice: Juízes 1 Juízes 2 Juízes 3 Juízes 4 Juízes 5 Juízes 6 Juízes 7 Juízes 8 Juízes 9 Juízes 10 Juízes 11 Juízes 12 Juízes 13 Juízes 14 Juízes 15 Juízes 16 Juízes 17 Juízes 18 Juízes 19 Juízes 20 Juízes 21
Os israelitas enviaram mensageiros por toda a tribo de Benjamim, pedindo-lhes que entregassem os culpados de Gibeá. Os benjamitas, no entanto, se recusam a obedecer e, em vez disso, reúnem seus guerreiros para defender seus companheiros de tribo. Essa recusa leva a uma guerra em grande escala entre as outras tribos de Israel e a tribo de Benjamim.
O capítulo retrata a gravidade da decadência moral dentro da sociedade israelita e as medidas extremas tomadas para lidar com a injustiça. O conflito entre as tribos mostra as consequências da divisão e da falta de unidade, bem como até onde as pessoas estão dispostas a ir para proteger seus próprios interesses. Juízes 20 ressalta a dura realidade da situação durante aquela época, retratando uma sociedade atormentada pela violência, corrupção moral e o colapso das normas e valores sociais.
20:1–14 Guerreiros escolhidos das tribos de Israel (exceto Benjamim) reuniram-se em Mizpá e ouviram o levita contar o que havia acontecido. Eles decidiram lutar contra Gibeá, mas primeiro deram aos benjamitas uma oportunidade de entregar os pervertidos culpados a eles para punição. Quando os benjamitas se recusaram, estourou uma guerra civil.
20:15–48 Esse incidente ocorreu não muito depois da morte de Josué e sua geração, pois Finéias era o sumo sacerdote na época (v. 28). A tribo de Benjamim tinha apenas 26.700 soldados, contra quatrocentos mil das outras tribos (vv. 15–17). No entanto, na primeira batalha, Benjamin matou vinte e dois mil homens (vv. 18–21). No segundo confronto, dezoito mil homens de Israel foram mortos (vv. 22–25). A razão pela qual Israel passou por momentos tão difíceis, mesmo que sua causa fosse justa, foi porque eles mesmos não estavam andando perto do Senhor. Nos versículos 18, 23 e 26–28 podemos ver a nação sendo forçada a se humilhar diante do Senhor até que finalmente o sucesso fosse prometido. No terceiro confronto, os israelitas usaram a estratégia da emboscada. Eles levaram os homens de Benjamim para longe da cidade de Gibeá, incendiaram a cidade e então destruíram um total de vinte e cinco mil e cem benjamitas enquanto fugiam para o deserto. Em seguida, queimaram todas as cidades de Benjamim e mataram as mulheres e crianças (vv. 29–48).
Em três batalhas, Benjamin perdeu 26.100 homens (cf. vv. 15, 47). (Devemos concluir que eles perderam 1.000 nos primeiros dois dias.) Os mortos nos versículos 35 e 44-46 referem-se apenas às baixas na última batalha. Seiscentos sobreviventes se refugiaram na rocha de Rimom por quatro meses (v. 47). Se não fosse por esse remanescente, a tribo teria sido completamente exterminada.
Notas Adicionais
20.1 Mispa. Cidade da fronteira ao norte de Benjamim, uns 13 km ao norte de Jerusalém. Dã até Berseba. Expressão vulgar que se referia à nação inteira.
20.2,17 Quatrocentos mil homens. Este número elevadas levanta um problema para a intérprete. Como na nota de 12.6, deve ser levado em conta que a palavra hebraica 'eleph pode significar “mil” ou “unidades de família” (cf. Jz 6.15; 1 Sm 10.19; Mq 5.2), sem especificar o número de indivíduos envolvidos. Pode ainda reportar-se aos oficiais que dirigiam o exército confederado. Para maior clareza, consulte o artigo “Número” no nDb, II, p 1124ss.
20.3 Ouviram... Benjamim. É evidente que os benjamitas não pesaram a gravidade do pecado dos homens de Gibeá, achando melhor apoiá-los numa guerra civil, ao invés de entregá-los ao castigo merecido.
20.5 Cidadãos de Gibeá. Tal foi a impressas da maldade feita por aqueles homens, e seu julgamento, que permaneceu na lembrança do povo até aos dias de Oséias.
20.6 Vergonha e loucura. Veja 19.23n. O erudito M. Noth acha que “fizeram loucura em Israel” era frase técnica apropriada para certas violações da lei divina, rigorosa especialmente em casos de pecado sexual.
20.8 Tenda... casa. Outra menção da antiguidade da narrativa, sugerindo os tempos do deserto, quando as casas ainda eram feitas de tendas.
20.13 Tiremos de Israel o mal. Se o pecado não for tratado de maneira suficientemente severa para ser desarraigado, suas consequências se alastram e se agravam; (Js 7; 2 Sm 21.1-14). • N. Hom. “Trato Bíblico do Pecado”: 1) A morte do pecador (Ez 18.4, 20; Gn 2.17; 6.17); 2) A morte vicária de um substituto inocente (Jo 11.50; 18.14; Rm 5.8; 2 Co 5.14, 15).
20.16 Funda. Nota-se a eficiência desta arma de, guerra, usada pelos exércitos egípcios, assírios e babilônicos, e na morte de Golias nas mãos de Davi (1 Sm 17.49). Calcula-se que a funda usada naqueles dias poderia arremessar uma pedra do peso de 400 g à velocidade de 140 km horários.
20.18 Betel. A esta altura, o santuário estava em Betel, ou possivelmente, a arca fora trazida àquela cidade, (cf. v. 27), que distava apenas 8 km de Mispa.
20.21 Vinte e dois mil homens de Israel. O preço do pecado é sempre elevado. Na confiança de estarem cumprindo a vontade de Deus, provavelmente, não receavam as dificuldades par derrotar Benjamim.
20.23 Choraram perante o Senhor. A aflição da alma e boa, quando acompanhada de uma indagação sobre a pureza de consciência e das intenções (Sl 51.17). Não se deve, porém, pensar que Deus requer apenas tristeza do pecador. Arrependimento significa, acima de tudo, uma mudança de mentalidade. É possível, neste caso, que Deus não concedeu vitória a Israel pelo fato deste não ter afastado realmente o pecado de seu meio (cf. Dt 1.45; Js 7.11, 12; 2 Rs 22.19; Jl 2.15-17). Confiando na sua grande superioridade numérica, talvez não tivesse confiado devidamente em Deus.
20.26 Betel. O Santuário (tabernáculo, provavelmente) pouco tempo permaneceu em Siquém (Js 8.30ss; cap. 24), sendo, depois, transferido para Siló (Js 18.1; 22.12), de onde passou para Betel, e voltando novamente para Siló (1 Sm 1.9; 3.15). Holocaustos e ofertas pacíficas. Os dois tipos de sacrifícios revelam arrependimento genuíno, o que leva à reconciliação com Deus (Lv 1.4; 7.16).
20.27 A arca da Aliança. Esta é a única referência à arca, no livro de Juízes.
20.28 Finéias. Nome dê origem egípcia (como também a de Moisés) que significa “criança morena”. Como se evidencia nesta narrativa, tais acontecimentos ocorreram pouco depois da conquista da Terra Prometida; este, sacerdote, neto de Arão, seria o mesmo que afastou a ira de Deus em Sitim (Nm 25.1-15; cf. 31.6; Js 22.9-34). Os entregarei. Só dessa terceira vez foi que o Senhor determinou a derrota dos benjamitas.
20.31 Gibeá do Campo. Sugere-se que se refira, possivelmente, a Gibeom, próxima a Gibeá.
20.32 Fujamos. O estratagema dos israelitas era o de simular o pânico de um exército derrotado, atraindo, assim, aos exércitos benjamitas para longe da cidade. Idêntico plano estratégico deu a vitória a Josué, na batalha contra Ai (Js 8.3-28).
20.33 Saiu do seu lugar. Lit. “romperam”, termo usado para descrever a queda d'água, quando do romper-se de uma barragem.
20.37, 38 Investigações no local confirmam a destruição de Gibeá, por fins do século XII (cf. NDB, II; p 667). Após um século, foi reconstruída por Saul. Sinal. A mesma palavra aparece também no original de Jr 6.1, além de ter sido descoberta nas cartas de Laquis, dos tempos da terrível destruição dos babilônios. Neste caso, para indicar sinais de fumaça, os quais eram o meio mais rápido de comunicação a distância.
20.42 Cidades. A frase “cercaram a Benjamim” (43) indica que devemos ler, aqui, “cidade” como em vários manuscritos gregos.
20.43 Gibeá. Deve ser Geba, a uns 8 km. de Gibeá, seguindo-se o caminho da penha de Rimom (45) que fica a pouco mais de 10 km a nordeste.
20.47, 48 Deixando de perseguir aos seiscentos homens valentes, os israelitas passaram a destruir sistematicamente todas as cidades de Benjamim, matando mulheres, crianças e até o gado. Sem homens para a defesa, tiveram que sucumbir. A tribo seria totalmente destruída, não fora os seiscentos homens refugiados na penha de Rimom, uns 6 km a leste de Betel.
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