Explicação de Juízes 11
Explicação de Juízes 11
Juízes 11
11.1 Jefté.
Os direitos sociais e políticos de Jefté (ainda menos do que
aqueles pertencentes a Abimeleque), sendo ilegítimo, impediram-no de gozar
de uma herança, na família. Gileade era pai de Jefté. Era, também,
o nome do neto de Manassés, fundador do clã, que dominou e deu nome a esta
região toda, das tribos, ao leste do Jordão.
11.3 Homens
levianos. Jefté, como Davi (cf. 1 Sm 22.2), tornou-se chefe de
uma quadrilha de marginais que, como ele, foram expulsos da sociedade. Tobe.
Moderna El-Taiyibeh a 25 km ao nordeste de Ramote-Gileade.
11.6 Chefe.
A palavra gasin se relaciona com um vocábulo árabe, que se refere a
alguém que pratica julgamentos, como um juiz A fama e capacidade de
liderança demonstrada por Jefté estendeu-se até aos anciãos de Gileade
que, em troca de sua chefia sobre as forças israelitas contra Amom, o
fariam ditador para a vida toda.
11.9 A
ambição desenfreada de Jefté não deixou de se manifestar nas
condições impostas aos anciãos. Ao mesmo tempo transparecia sua fé em
Jeová. Afinal, só Ele, realmente, libertaria a nação.
11.11 A
solenidade da posse de Jefté na chefia dos gileaditas, perante o Senhor,
em Mispa (santuário local), indica uma aliança séria que estava se
realizando. As promessas dos anciãos não podiam ser esquecidas.
11.12 Jefté
acusa os amonitas de violar seu território. Os amonitas responderam
que, originalmente, a terra lhes pertencia. Filhos de Amom (cf.
10.7n). Sua capital era Rabate-Amom, hoje Amã, capital da Jordânia.
11.15 Moabitas.
Os moabitas tinham mais direito à área em controvérsia que os
amonitas, uma vez que Israel conquistou a região entre o Arnom e o
Jaboque, dos amorreus (19; Nm 21.23, 24).
11.16 Mar
Vermelho. Refere-se ao golfo de Ácaba, braço ao leste do Sinai. Cades.
O mesmo Cades-Barnéia, onde os israelitas gastaram a maior parte dos
quarenta anos de sua peregrinação no deserto.
11.20,21 Não
confiando em Israel. Faltando uma ligação de família ou parentesco
entre Israel e os amorreus (como havia entre Edom, os hebreus e Moabe),
nenhum apoio quiseram dar aos invasores israelitas.
11.22 A área
em disputa era aquela desde o deserto até ao Jordão, região relacionada
com o reino de Amom. Jefté queria estabelecer o fato de que Deus a tinha
libertado dos Amorreus; portanto, Amom não podia reivindicar possessão
anterior.
11.24 Camos.
Deus principal dos moabitas. Milcom era o deus dos amonitas (1 Rs 11.5). A
referência a Camos, neste contexto, sugere a possibilidade de uma aliança entre
Amam e Moabe.
11.26 Trezentos
anos. Seria o número dos anos atribuídos ao período dos juízes e
da opressão, inclusive até Jefté. A arqueologia indica que o intervalo
entre a conquista da Terra e a época de Jefté seria de uns 160 anos.
Pode-se explicar os 300 anos como uma forma de exprimir aproximadamente às
sete ou oito gerações de quarenta anos; pode ser uma conjectura da parte
de Jefté, que teria tido pouco acesso às fontes históricas.
11.29 O
Espírito... sobre Jefté. O Espírito de Deus proporcionou-lhe poder, coragem
e indispensável sabedoria.
11.30 Fez
Jefté um voto ao Senhor. A ignorância da lei de Deus por parte de Jefté
era muito grande, tendo-se em vista passagens como Lv 18.21; 20.2-5; Dt
12.31; 18.10. Se de fato ofereceu sua única filha em holocausto (oferta
queimada), como o sentido literal do texto indica, pode-se afirmar, com
certeza, que não agradara a Deus. O sacrifício humano, que se encontra em
passagens como 2 Rs 3.27; 16.3; 17.17; 2 Cr 33.6; Jr 7.31; 32.35, revela
que tal costume pagão não era desconhecido entre os hebreus. Louvamos
o zelo de Jefté; condenamos seu voto temerário. Desde a Idade Média, há
intérpretes que argumentam que Jefté jamais teria sacrificado sua filha
única; mas que somente a consagrara à virgindade perpétua. As frases “esse
será do Senhor” e “jamais foi possuída por varão” (39) são as mais
proferidas em prol dessa opinião. • N. Hom. O sacrifício de Gratidão (cf. Sl
50.23; Hb 13.15): 1 ) O voto não é obrigatório para se conseguir ajuda
do Senhor, pois ele nos dá tudo graciosamente (Tg 1.5); 2) A oferta de uma
pessoa em holocausto não é desejável, já que Deus sacrificou Seu único
filho em nosso lugar (Is 53.6, 10; Jo 3.16); 3) O voto que Deus aprecia é
a dedicação de uma vida inteiramente consagrada a Ele (Rm 12.1,2).
11.34 A
salda da filha do seu lar era da maneira costumeira em Israel em casos de
vitória militar (cf. Êx 15.20; 1 Sm 18.6; Sl 68.25). A tragédia daquele
voto precipitado aprofunda-se ao verificarmos que a linhagem de Jefté ficou
cortada provocando o fim da família, o que é considerado uma das mais
funestas maldições, entre os hebreus.
11.35 Jefté
não esperava a filha; mesmo assim, tendo feito voto ao Senhor, não
cogitou esquecê-lo custasse o que custasse. Jesus nos ensina a atitude
certa a tomar com relação aos votos, em Mt 5.33-37.
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