Romanos 14 — Comentário Devocional
Romanos 14 — Comentário Devocional
Romanos 14
14.1 - Quem é fraco e quem é forte na fé? Todos somos fracos em algumas áreas, e fortes em outras. Nossa fé será forte em determinada área se pudermos sobreviver ao contato com pessoas mundanas sem nos deixar envolver pelos padrões delas; e será fraca em outra se tivermos de evitar cortas atividades, pessoas ou lugares, a fim de proteger nossa vida espiritual. É importante fazermos uma avaliação, para descobrir nossos pontos fortes e fracos. Devemos perguntar-nos: “Será que posso fazer isso sem pecar?”; “Posso influenciar os outros para o bem, sem me deixar influenciar pelo mal?” Nas áreas em que somos fortes, não devemos ter receio de ser pervertidos pelo mundo; devemos servir a Deus. Nas áreas em que somos fracos, precisamos ser cautelosos. Se tivermos uma solida fé, mas a escondermos, não será possível fazer a obra de Cristo nesse mundo; se expusermos uma fé débil, seremos extremamente tolos.
14.1 - Esse versículo aponta para diferentes opiniões na Igreja a respeito do que é certo ou errado. Paulo disse que não devemos envolver-nos em disputas sobre assuntos que são apenas uma questão de opinião. As diferenças não devem ser temidas ou evitadas, porém aceitas e administradas com amor. Não espere que todos, mesmo na melhor igreja, estejam de acordo em todos os assuntos. Através da troca de ideias, podemos chegar a um consenso sobre os ensinamentos bíblicos. Ouça, respeite e aceite os outros. As diferenças de opinião não devem causar divisões. Elas podem ser uma fonte de aprendizado e riqueza em nossos relacionamentos.
14.1ss - O que é uma fé fraca? Paulo se referiu a uma fé imatura, que ainda não desenvolveu o necessário para garantir-lhe defesa contra as pressões externas. Por exemplo, se alguém anteriormente adorava ídolos e depois se tornou um cristão, entende perfeitamente que Cristo o salvou pela fé e que os ídolos não têm um poder verdadeiro. No entanto, por causa da antiga crença, a pessoa pode ficar extremamente chocada se, involuntariamente, ingerir uma carne sacrificada a ídolos. Se alguém que adorava a Deus guardando as leis e os dias considerados sagrados pela lei judaica, torna-se cristã, tem plena certeza de que Cristo a salvou pela fé. e não per ela ter obedecido à lei. Ainda assim, em um dia de festa, tal pessoa pode sentir-se vazia e infiel se não dedicar esse dia a Deus. Paulo respondeu com amor aos dois tipos de irmãos, ao que crê que tudo pode comer e ao que faz acepção de alimento. Disse que, embora ambos tenham agido conforme sua consciência, suas convicções não precisavam tornar-se regulamentos na Igreja. É certo que alguns posicionamentos são essenciais à fé e dignos de serem sustentados, mas muitos são baseados em diferenças individuais, e não devem ser incorporados à doutrina eclesiástica. Nosso princípio deve ser: “No que é essencial, a unidade; no que não é essencial, a liberdade; em tudo, o amor.”
14.2 - A expressão “Um crê que de tudo se pode comer’’ pode ser uma alusão ao cristão que estava livre de restrições alimentares, que comia carne, mesmo a que fosse oferecida aos ídolos. Entretanto, as pessoas mais fracas na fé talvez comessem apenas vegetais, recusando-se a comerem aquela carne. Mas como os cristãos chegariam ao ponto de comerem carne oferecida aos ídolos? O sistema sacrificial fazia parte da vida religiosa, social e doméstica do mundo romano. Depois que um sacrifício havia sido oferecido a um deus, em um templo pagão, somente parte dele era queimada. Muitas vezes, o restante era enviado ao mercado para ser vendido. Desse modo, um cristão poderia fácil e involuntariamente comprar essa carne no mercado ou comê-la na casa de um amigo. Será que um cristão deveria questionar a origem da carne que consumia? Alguns pensavam que nada havia de errado em comer a carne oferecida aos ídolos, porque eles nada significavam. Outros, cuidadosamente verificavam a origem da carne, a fim de não sentirem um peso na consciência. O problema se tornava particularmente grave para os cristãos que anteriormente haviam adorado ídolos. Para eles, a lembrança da época em que eram pagãos poderia enfraquecer sua recente fé. Paulo também tratou desse problema em 1 Coríntios 8.
14.10-12 - Cada um de nós dará contas do que faz a Cristo, não aos demais irmãos. Embora a Igreja procure ser inflexível em sua posição contra certas atividades ou comportamentos expressamente proibidos pelas Escrituras (adultério, homossexualidade, assassinato e roubo), ninguém deve criar regras e regulamentos adicionais, concedendo-lhes uma condição semelhante à lei de Deus. Muitas vezes, os cristãos baseiam seus critérios morais em opiniões, particularidades pessoais ou preconceitos culturais, em vez de na Palavra de Deus. Quando o fazem, mostram como sua fé é fraca e não imaginam como Deus é suficientemente poderoso para guiar seus filhos. Quando nos colocarmos perante Deus e prestarmos conta de nossa vida, não nos preocuparemos com o que nosso vizinho cristão fez (ver 2 Co 5.10).
14.13 - Tanto os cristãos fortes como os fracos, poderão levar seus irmãos a tropeçar. O cristão forte, mas insensível, poderá alardear sua liberdade e intencionalmente ofender a consciência dos outros. O cristão fraco, mas escrupuloso, poderá tentar cercar os demais com regras e regulamentos e causar dissensão. Paulo desejava que seus leitores fossem, ao mesmo tempo, fortes na fé e sensíveis às necessidades alheias. Como todos somos fortes em algumas áreas e fracos em outras, precisamos controlar constantemente os efeitos de nosso comportamento sobre nossos semelhantes.
14.13ss - Alguns cristãos usam um invisível irmão mais fraco, para apoiar suas opiniões, seus preconceitos e padrões de comportamento. Dizem: “Você deve viver de acordo com esses padrões ou ofenderá um irmão mais fraco”. Na verdade, muitas vezes a pessoa ofenderia somente a quem lhe fez a recomendação. Embora Paulo estivesse nos conclamando a sermos sensíveis com aqueles cuja fé poderia ser prejudicada per nossos atos, não devemos sacrificar nossa liberdade em Cristo apenas para satisfazer as razões egoístas daqueles que tentam impor-nos suas opiniões. Não os tema nem os critique, apenas siga a Cristo o mais próximo que puder.
14.14 - No Concilio de Jerusalém (At 15), a igreja local, formada por judeus, pediu a igreja gentílica de Antioquia que recomendasse aos cristãos que não comessem carne sacrificada aos ídolos. Paulo estava no Concilio de Jerusalém e aceitou essa solicitação, não por pensar que comer essa carne seria um pecado, mas porque essa prática ofenderia profundamente muitos judeus crentes em Jesus. Paulo não considerava a questão tão séria, a ponto de dividir a Igreja; o desejo dele ao aceitar a recomendação da Igreja em Jerusalém foi promover a unidade entre os cristãos.
14.20,21 - O pecado não é um assunto particular. Tudo o que fazemos afeta as outras pessoas, por isso devemos constantemente nos preocupar com elas. Deus nos criou para sermos interdependentes, não independentes. Nós, que somos fortes em nossa fé, sem orgulho ou condescendência, devemos ter domínio próprio e tratar os semelhantes com amor e paciência.
14.23 - Normalmente procuramos manter-nos afastados de práticas proibidas pelas Escrituras, mas às vezes o texto bíblico não é especifico, não fornece detalhes sobre o que devemos ou não fazer. Neste caso. devemos obedecer a nossa consciência. A frase “Mas aquele que tem dúvidas, se come, está condenado” significa que ir de encontro a uma convicção fará com que a pessoa se sinta culpada. Quando Deus nos mostra que algo está errado, devemos evitá-lo. Mas não devemos desprezar outros cristãos que exercem sua liberdade nessas questões.
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