Estudo sobre Apocalipse 3:10

Apocalipse 3:10

Segue-se uma segunda promessa: Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei (e salvarei) da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra. Agora se torna claro, qual é o conteúdo da conscienciosa manutenção da “palavra” (v. 8). O anúncio de que o Senhor está vindo é parte essencial da verdadeira proclamação cristã da palavra. No cristianismo posterior infelizmente a ideia da morte ocupou boa parte desse lugar-alvo: depois de morrer o ser humano chega até Deus.

Assim como a igreja lida com a palavra, o Senhor lida com ela. A igreja que guarda será a igreja guardada. Jo 17.15 define a compreensão do termo “guardar”: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal”. Decididamente descarta-se o pensamento de que a igreja nem poderia entrar em perigo. Contudo, em terríveis épocas de tentação ela deve ser preservada pura. Como reflete Jo 17.17, ela será santificada na verdade (cf. também o comentário a Ap 7.2 e 12.14).

A provação (“o exame” [tradução do autor]) (sobre o termo, cf. Ap 2.10) perpassa todo o tempo escatológico, contudo não de modo homogêneo em termos de amplitude e intensidade (cf. o exposto sobre Ap 1.9). Existem picos, e haverá um último aguçamento no conflito entre Cristo e o anticristo. Um desses auges é a “grande tribulação” (cf. o comentário a Ap 7.14), um acontecimento tanto para os fiéis bem como para os que habitam sobre a terra. Os que estão apegados à terra e se decidem entusiasmados por ela se entregam ao seu seio para usá-la como barricada contra Cristo e o reino dos céus (cf. 6.10; 8.13; 13.8,12,14; 17.2,8; em 11.10-12 habitantes da terra é substituído por “inimigos”). Todos serão agora examinados definitivamente sobre seu posicionamento diante de Deus e de seu Cordeiro. Em meio a tudo isso, acontece o milagre da preservação (cf. as exposições sobre Ap 7.3; 9.4; 11.1; 12.6,14,16; 14.1).