Estudo sobre Romanos 11:15

Romanos 11:15

Tendo deixado isso claro, Paulo repete a exaltação da graça do v. 12, servindo-se, porém, de expressões que destacam menos as manifestações perante o próprio Israel e mais a atuação de Deus por trás delas. Porque, se o fato de terem sido eles rejeitados trouxe reconciliação ao mundo, que será o seu restabelecimento, senão vida dentre os mortos? (“Porque se a rejeição deles – reconciliação ao mundo, como sua aceitação – se não vida dentre os mortos!” [tradução do autor]). Deus onerou o fracasso que causaram por culpa própria (v. 12) com rejeição, mas apesar disso utilizou esse povo como instrumento de bênção. Dessa maneira o tapete da reconciliação foi empurrado para debaixo dos pés das nações. Cumpre reler, aqui, 2Co 5.18-21. No âmbito da proclamação entre todos os povos, também entre Israel, Paulo contou com o fato, expresso há pouco no v. 14, de que também membros da parte rejeitada de Israel “sejam salvos”. Descreveu esse processo detalhadamente em Rm 10.9-13. Lá também está fora de qualquer dúvida que o Senhor, rico em misericórdia, aceita indistintamente judeus que o invocam. Essa aceitação culmina cada vez no grito de alegria de Lc 15.24: “Este meu filho estava morto e reviveu!” Para quem foi aceito, há certeza da nova vida. Por isso: que será o seu restabelecimento, senão vida dentre os mortos? Já foi na fé de Abraão que se revelou aquele que vivifica. E, conforme Rm 4.17-23, também encontram-se ali as raízes da fé cristã. Segundo Rm 8.2 a igreja experimenta o “Espírito da Vida” de Ez 37. Nessa perspectiva a primeira igreja encontrava-se em casa. “Vida dentre os mortos” constituía para eles uma atualidade, não a borda mais longínqua da história da salvação.

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