Estudo sobre Romanos 2:2-4
Estudo sobre Romanos 2:2-4
Romanos 2:2-4
Paulo fundamenta sua argumentação com um ensinamento básico do povo de Deus: Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade contra os que praticam tais coisas. A arbitrariedade não tem espaço no juízo final. Lá não vigora nenhum critério além da verdade. Como em 1.18,25, a verdade é verdade de Deus, é a própria veracidade de Deus, é Deus sendo fiel a si mesmo. Deus cumpre o que ele é. Jamais Deus se desviará de Deus. A pessoa que especula que nesse juízo receberia um tratamento especial, teria de esperá-lo à revelia de toda a história da revelação de Deus.
O v. 3 arrasta à luz do dia a lógica questionável com que o judeu pretende escapar desse juiz: Tu, ó homem, que condenas os que praticam tais coisas e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo de Deus? A exegese do v. 1 já abordou esses mecanismos. Em vão se espera, como colaborador do juízo de Deus, um tratamento de “colega” por parte dele.
O v. 4 flagra o judeu numa segunda tentativa de fuga. Agora não se apela para a própria atividade, mas se arrola, de modo inteiramente errado, as bênçãos recebidas de Deus. Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e (sua) tolerância, e (sua) longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento? A bondade de Deus para com Israel era um fato. Ele não largou esse povo como os gentios (1.24,26,28). Sua longanimidade não permitia que sua ira se exteriorizasse. Deus sempre lhe estava dando um tratamento melhor do que merecia. Contudo, isso sucedia obviamente na intenção de conceder tempo para o juízo próprio e para um arrependimento que viesse do coração. Porém o ser humano, corrompido até em seu raciocínio, deduz: Riqueza de bondade – logo sou bom. Nenhum castigo – logo não tenho culpa. Por isso, continuo assim! Entretanto, uma dedução assim é muito superficial. Quem deseja a graça, mas uma graça que não leva ao arrependimento, despreza a graça.
As duas perguntas de autodefesa nos v. 3,4 não careciam de resposta. Tão logo que se toma consciência delas, já estão refutadas. Como argumentos teológicos, elas eram apenas peso-pena. Contudo, a rigor, o que vigora nem é a teologia e sim o coração, que não quer o que Deus quer. Quanto a isso, Paulo recapitula uma antiga palavra de crítica contra a insensibilidade de Israel durante a caminhada pelo deserto.
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Romanos 2:2-4