Estudo sobre Romanos 2:17

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Romanos 2:17

Não apenas se poderia alegar a posse da lei contra um tratamento igual de judeus e gentios no juízo final, mas também a existência missionária de Israel em virtude dessa bênção. Israel foi convocado para ser guia, luz, instrutor e mestre das nações (v. 19,20). É uma coroa preciosa que Paulo tece para o judeu da lei e lhe coloca sobre a cabeça! De modo algum contesta essa dignidade dos judeus. Porém, com vistas ao juízo final, ele também faz desandar esse argumento, ao amarrar implacavelmente o judeu ao seu próprio agir (v. 21-23).

Paulo recorre à autodesignação com que os eleitos se conscientizavam de sua posição peculiar entre as nações: Se, porém, tu, que tens por sobrenome judeu. A despeito de serem difamados como “judeus”, usavam esse nome como título honorífico. Em inscrições tumulares acontecia que, p. ex., se acrescentava a um nome próprio judaico como honraria: “judeu”. Talvez se preenchesse o conceito a partir de Gn 49.8-12: “Judá, teus irmãos te louvarão”, e a ti “obedecerão os povos”. Amigo e inimigo te reverenciarão. Serás vencedor da história!

Paulo descreve o que é verdadeiramente ser judeu. Segundo Dt 4.6-8 deve ser mencionada acima de tudo a lei de Moisés, que distingue Israel de todos os demais povos. “Lei” aparece no começo (v. 17), no meio (v. 18) e no fim (v. 20). E repousas na lei, assim como a pomba de Noé retornou do vôo inquieto sobre a região do dilúvio e finalmente pousou sobre um lugar seguro (Gn 8.9)42. Na lei o escriba afixava os espeques de sua tenda, a fim de morar de parede-meia com a lei e nela meditar dia e noite (Sl 1.2)43.

Na bondosa dádiva da lei o judeu ao mesmo tempo está seguro de Deus: e te glorias em Deus. Esse gloriar-se Paulo também confessa sobre si, pelo que no presente versículo ainda não está sendo levantada nenhuma crítica. E conheces a sua vontade. Pois o que o Supremo deseja ou não, o que é bom ou mau, só em raríssimos casos se encontra detalhado e separado. E nem sempre pode ser simplesmente depreendido pela leitura da Bíblia. Muitas vezes o reconhecemos somente quando o encontramos num processo de busca. Nesse processo o conhecedor da lei possui uma posição estratégica: aprovas as coisas (que devem ser feitas como vontade de Deus) excelentes, instruído a partir da lei. Seu estudo do documento da revelação o torna imprescindível. Ele sabe manusear a “bússola”.

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Romanos 2:17