Estudo sobre Romanos 2:23-24

Estudo sobre Romanos 2:23-24

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Romanos 2:23-24

A causa das deturpações é um deslocamento do gloriar-se, de Deus (v. 17) para a lei. Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Em Paulo o gloriar-se muitas vezes tem um sentido específico: Declarar-se vencedor na luta pelo ser ou não ser. Levantar a mão, de certo modo para projetar-se, fazendo o sinal de vitória. Ao mesmo tempo confessar diante dos que estão em redor, louvando aquilo em que unicamente se pode encontrar salvação e sobrevivência, em contraste com outras grandezas. Acaso o ser humano pode triunfar dessa maneira com a lei? Especificamente na lei o ser humano aparece somente como quem faz. “Pratica isso e mais aquilo”, diz a lei, sem acrescentar mais nada (Gl 3.12). Não concede o Espírito. Somente exige e constata incessantemente as transgressões: Não foi feito tudo! Desonras a Deus. Ou seja, não vives segundo o i Mandamento. A lei tapa a boca, expõe à acusação (3.19) e mantém detido até a condenação (Gl 3.23). É por isso que o caminho da lei como meio de salvação constitui um esplêndido equívoco (10.2,3).

Uma referência bíblica demonstra que Paulo não exagera. O nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa (Is 52.5; Ez 36.20)49, como está escrito. O judaísmo levava sumamente a sério a profanação do nome de Deus. Porém, enquanto pecados cometidos às escondidas eram tratados com menos rigor, o pecado público tinha um peso grande. É nesse contexto que acontece a transgressão por um missionário que mostra e elogia a lei a todos que a querem ouvir, como sendo a sua “glória”. De quem mais se espera o cumprimento da lei, se não dele?! Contudo, olhando mais de perto, os ouvintes presenciam o espetáculo de um rigor legalista encenado e, com instinto correto, afastam-se decididamente, apenas confirmados em sua vida anterior de gentios. Tal missão é o oposto de missão.

Refutou-se, pois, o que havia para refutar: o tratamento mais brando do judeu, eleito para o serviço, por ocasião do juízo. Antes vale o contrário, cf Tg 3.1: “Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres (missionários, conselheiros), sabendo que havemos de receber maior juízo”. A dureza inaudita de Paulo não serve a um interesse próprio. Ela está a serviço de sua preocupação do bloco de 1.18–3.20: Todas as pessoas, gentios e primeiro também os judeus, carecem do evangelho.

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Romanos 2:23-24