Daniel 11 — Comentário Teológico
Daniel 11 — Comentário Teológico
Capítulo Onze
Capítulo Onze
O livro de Daniel compõe-se essencialmente de seis histórias e quatro visões. As histórias ocupam os capítulos 1-6, e as visões os capítulos 7-12. Quanto a detalhes sobre esse arranjo, ver o trecho intitulado “Ao Leitor”, parágrafos quinto e sexto, apresentado imediatamente antes do começo da exposição sobre Dan. 1.1. Os capítulos 10-12 na verdade expõem uma única visão, a quarta. O capítulo 10 atua como um prólogo para as visões. O capítulo 11 apresenta a visão propriamente dita, juntamente com sua interpretação. Então o capítulo 12 contém o epílogo.
A Visão e Sua Interpretação (11.1-12.4)
Agora já avançamos para além do prólogo (capítulo 10) e chegamos à visão
propriamente dita. Com base na interpretação, parece que, tal como o sonho do
capítulo 7, bem como a visão do capítulo 8, esta visão diz respeito aos reinos
que se seguirão sucessivamente até chegar o governo de Antíoco Epifânio
(Antíoco IV). Seus atos atrozes faziam parte da grande tribulação que ocorreria
antes do fim. “No capítulo 8 o império babilônico desaparece, o
império medo-persa quase nem é mencionado, e isso a fim de que toda a atenção
se concentre em torno do império grego. Aqui a Média já tinha caído, salvo a
questão da data (vs. 1), e a Pérsia somente para introduzir a Grécia, cuja história,
como uma potência oriental, é dada com maiores detalhes do que antes” (Arthur
Jeffery, in loc.).
Quanto aos dispensacionalistas, naturalmente, Antíoco Epifânio é apenas
um tipo do anticristo vindouro, e o fim será o fim da era presente, que passará
quando o reino de Deus for inaugurado. O capítulo 11 divide-se naturalmente em
três partes: vss. 1-4; vss. 5-20; e vss. 21-45. No começo de cada uma delas,
dou um título que projeta a essência do que se segue.
Os Antecessores dos Primeiros Ptolomeus
e Selêucldas (11.1-4)
Ver o gráfico acompanhante dos reis ptolomeus e selêucidas, descritos em
Dan. 11.5-35. Dario, o medo, só reaparece aqui como uma forma de datar a visão.
11.1
Mas eu, no primeiro ano de Dario, o medo. Quanto à
identificação de Dario, o medo, ver Dan. 5.31. Esta é uma questão
controvertida, mas não a repito agora. Em Dan. 10.1 há a data, que aparece como
o terceiro ano de Ciro (ver as notas expositivas ali). Alguns estudiosos pensam
que a menção a Dario, aqui, é anticronológica e representa uma interpolação. Ou
então a nota expositiva é apenas uma questão de breve menção do que aparece
antes, sem nenhuma intenção de datar a profecia. “O anjo fora o anjo guardião
de Dario, o medo, e agora, tratando Daniel como oficial de Ciro, passou a desdobrar
a história” (Oxford Annotated Bible, na introdução à seção).
11.2
Agora eu te declararei a verdade. A liderança da Pérsia, nos dias
de Daniel (quando a visão foi dada), seria sucedida por três governantes,
presumivelmente Cambises, Dario I e Xerxes I. Esses três viriam depois de Ciro,
que era o rei da Pérsia quando a visão foi dada (ver Dan. 10.1). Ele é o
Assuero que figura no livro de Ester (e que governou de 485 a 465 A. C.), tendo
sido o mais rico, o mais poderoso e o mais influente dos quatro governantes.
Ver Heródoto (Hist. VII.20 ss.). Durante seu reinado ocorreram as guerras
contra a Grécia. Ver no Dicionário o artigo sobre a Pérsia,
quanto a detalhes. Mais de quatro reis estiverem envolvidos nesse período, pelo
que os intérpretes dão diferentes listas. Talvez devamos entender que somente
os reis realmente mencionados na Bíblia devam ser incluídos na lista. Ou o
número quatro não visava ser exato, mas somente simbólico, indicando o governo
completo da Pérsia, que foi destruído pela invasão grega. O anjo daria a Daniel
a verdade concernente a todas essas questões, e o que essa verdade significaria
para o povo de Israel. Cf. Dan. 10.21.
11.3
Depois se levantará um rei, poderoso. Esse poderoso rei seria
Alexandre, o Grande, cabeça do império greco-macedônio, que derrubou o império
persa, fechando as páginas da história sobre aquela potência. Quando Alexandre
se pôs de pé, o mundo todo foi abalado, e em breve (no curto espaço de onze
anos — 334-323 A. C.) o mundo inteiro da época estava sob seus pés. Alexandre
morreu com apenas 32 anos de idade, devido à malária e às complicações com o
alcoolismo. Talvez seu extraordinário poder e sucesso tenha decorrido do poder
concedido pelo anjo guardião da Grécia (ver Dan. 10.20). Ver Alexandre como o
bode de Dan. 8.5-21. Ele fazia tudo de acordo com os ditames de sua vontade
(cf. os vss. 16 e 36 e também Dan. 8.4). Quintus Curtius, História de Alexandre
X.5.35, diz: “Pelo favor de sua fortuna, ele parecia, aos povos, ser capaz de
fazer o que bem entendesse”.
11.4
Mas, no auge, o seu reino será quebrado. Os generais de
Alexandre, por ocasião de sua morte, dividiram o reino em quatro partes
principais, conforme é indicado pelos quatro ventos. Cf. Dan. 8.8, onde anoto a
questão. Ver no Dicionário o artigo chamado Alexandre, o Grande, quanto a
detalhes. De Seleuco I surgiram os selêucidas, os governantes da Síria. Ver o
gráfico acompanhante. Os quatro reis seriam como “irmãs fracas”, em comparação
a ele: “Eles não teriam o poder que ele tinha. Isso porque o seu reino seria
dividido e dado a outro povo” (NCV). Alexandre não fundou um império no seu
verdadeiro sentido. Ele não teve herdeiros. Seu reino foi dividido e
envolveu-se em muitos conflitos, incluindo aqueles de uns reinos contra os
outros.
A Divisão:
1. Seleuco (sobre a Síria e a Mesopotâmia)
2. Ptolomeu (sobre o Egito)
3. Lisímaco (sobre a Trácia e parte da Ásia Menor)
4. Cassandro (sobre a Macedônia e a Grécia)
Essas quatro divisões correspondem às quatro cabeças do leopardo (ver
Dan. 7.6) e aos quatro chifres proeminentes do bode (ver Dan. 8.8).
História dos Primeiros
Ptolomeus e Selêucidas (11.5-20)
11.5
O rei do Sul será forte, com o também um de seus príncipes. Os vss. 21-45
dão descrições sobre as atrocidades de Antíoco Epifânio (175-164 A. C.). Ele
seguia a linha dos selêucidas. Ver o gráfico acompanhante que ilustra as linhas
dos ptolomeus e dos selêucidas, os dois reinos que tiveram relações especiais
com Israel, pelo que recebem atenção especial no livro. A presente seção contém
insuperáveis problemas históricos, pelo que alguns intérpretes têm sido tentados
a fazê-la aplicar-se a alguma outra coisa, e não aos ptolomeus e selêucidas, ou
a atribui-la a algum outro período histórico, ainda futuro. Mas isso nos afasta
das intenções do autor. Temos de contentar-nos em compreender a mensagem
principal, sem nos atolar nas particularidades da história.
“Os reis do Sul foram os ptolomeus; e os do Norte foram os selêucidas.
Aqui, o rei é Ptolomeu I, o príncipe que era mais forte que os selêucidas” (Oxford
Annotated Bible, comentando sobre o vs. 5). O poder comparativo, como é
lógico, variava de acordo com a época, pois algumas vezes os ptolomeus
estiveram mais fortes, e outras vezes os mais fortes eram os selêucidas.
Ptolomeu I Soter não se podia comparar a Alexandre, mas foi um dos mais hábeis
e poderosos reis entre os monarcas que se seguiram, e, sem dúvida, dotado da
maior visão e sabedoria dentre os generais de Alexandre. Ele escolheu o Egito
como a esfera de seu governo. Ele era um macedônio, filho de Lagos, pelo que a
dinastia que ele governava algumas vezes é chamada de Lagidae. Ver o artigo
geral do Dicionário chamado Ptolomeu. Apresento algumas notas específicas sobre
Ptolomeu I Soter, na terceira seção desse artigo, chamado Informes Históricos
Relacionados a Esses Reis, seção a.
11.6
Mas, ao cabo de anos, eles se aliarão um com o outro. Os antigos com
freqüência reuniam dois reinos opostos mediante casamentos mistos. Houve uma
tentativa dessa natureza na aliança de casamento entre os selêucidas e os
ptolomeus. Em cerca de 250 A. C., Ptolomeu II Filadelfo deu sua filha,
Berenice, em casamento a Antíoco I! Teos. Mas para isso Antíoco teve de
divorciar-se de sua esposa, Laodice. Além do mais, seus dois filhos, Seleuco e Antíoco,
tiveram de ser barrados da sucessão. Eles cederam lugar para que um filho de
Berenice ocupasse o trono. Mas Antíoco II Teos não conseguiu esquecer Laodice.
nem mesmo diante da atração do poder, do prestígio e do dinheiro de Berenice.
Após dois anos, Antíoco voltou para a companhia de Laodice; ela. contudo, não
teve uma atitude compreensiva. O rei morreu subitamente (por envenenamento),
sendo provável que Laodice tenha planejado a execução privada do mar do.
Berenice e muitos de seus auxiliares também caíram vitimados peia vingança de
Laodice.
O vs. 6 conta, de forma muito abreviada, o que acabo de explicar. A
morai da história é: “Nunca subestime uma dama da linhagem grega!”.
Calínico, o filho de Laodice, subiu ao trono, e houve um período de grande
confusão.
11.7,8
Mas do renovo da
linhagem dela um se levantará. Esse renovo foi Ptolomeu III, que
capturou a fortaleza da Selêucia e trouxe de volta muito bens. por meio do
saque. Os vss. 7-9 tratam de Ptolomeu III Evergetes e Seleuco III Calínico.
Para vingar o assassinato de Berenice, sua irmã, Ptolomeu III invadiu a área da
Selêucia, tomou-a para controlar o porto de Antioquia e, ao que tudo indica,
atacou grande parte da Síria e da Babilônia. Não tivesse ele sido chamado de
volta para abafar uma séria insurreição no Egito, poderia ter conquistado todo
o reino selêucida.
Como prêmio de consolação, ele trouxe de volta para sua terra imensos
despojos. Todavia, o império selêucida voltou a ferir. Somente dois anos mais
tarde, Seleuco, filho de Laodice, invadiu o Egito. Mas logo teve de retroceder,
depois de sofrer esmagadora derrota. Ele correu de volta para o norte e
desistiu da idéia.
Ptolomeu continuou no poder por mais tempo do que o seu rival do norte,
e a história conta como isso aconteceu, com exatidão. Selêucia, cidade
fortificada às margens do mar Mediterrâneo, pertencente à Selêucia, foi
governada por Ptolomeu por muitos anos, conforme informa Políbio. Parte dessa
história foi que Ptolomeu III mandou executar Laodice como coroamento de sua
vingança. Prisioneiros de guerra foram reduzidos a escravos no Egito, provendo
assim mão de obra barata. E então, como era usual, os deuses foram furtados dos
lares. Esses deuses representavam os poderes do trono rival e, uma vez
arrebatados, presumivelmente a Selêucia se debilitaria. Esse era um
procedimento padronizado nas guerras antigas. Cf. como Nabucodonosor levou os
vasos do templo para a Babilônia. Ver Jer. 52.17ss. quanto a essa história.
Jerônimo adiante que Ptolomeu levou 2.500 imagens! Contudo, não sabemos dizer
quão exata é essa informação.
Ptolomeu III reinou por cerca de 25 anos e, ao que parece, viveu 6 anos
mais que Seleuco II. Este último monarca governou por cerca de 19 anos. Ver o
gráfico acompanhante. A isso alude a última parte deste versículo.
11.9
Mas depois este
avançará contra o reino do rei do Sul. Se o rei do sul (Ptolomeu III) tivesse
resistido e terminado a sua campanha, provavelmente acabaria controlando toda a
Selêucia. Contudo, uma insurreição fê-lo voltar à sua terra. Essa é a
compreensão de alguns intérpretes e tradutores. Outros estudiosos, contudo,
dispondo de uma tradução diferente, fazem Seleuco II contra-invadir o Egito,
mas isso sem nenhuma vantagem. De fato, a invasão terminou em desastre, pelo
que ele voltou à sua terra, no norte, para lamber seus ferimentos. Essa é a
compreensão transmitida pela Septuaginta. O homem finalmente morreu de morte
acidental, ao cair do cavalo, e foi sucedido por seu filho, Seleuco II Soter
(227-223 A. C.).
11.10
Os seus filhos farão
guerra. Os vss. 10-19, na maior parte, abordam o reinado de Antíoco III,
chamado de o Grande (223-187 A. C.). “O filho mais velho de Seleuco sucedeu-o
em 227 A. C., atendendo pelo nome de Seleuco III Cerauno.
Assassinado durante uma campanha na Ásia Menor, foi sucedido por seu
irmão, Antíoco. Não muito depois de sua sucessão, Antíoco III atacou a
Palestina. Em duas campanhas, derrotou os exércitos de Ptolomeu IV Filopater e
conquistou considerável parte do país. Em 217 A. C., entretanto, a maré foi
revertida, e Ptolomeu obteve vitória decisiva em Ráfia, pelo que o Egito
recuperou o controle da Palestina. Contudo, Ptolomeu morreu misteriosamente em
203 A. C, sendo sucedido por seu jovem filho, Ptolomeu V. Então Antíoco foi
capaz de aventurar-se novamente contra o Egito e derrotou o general Scopas, em
Banias, cercou-o em Sidom, entrou em Jerusalém e neutralizou o Egito ao casar a
filha dele, Cleópatra, com o jovem Ptolomeu. Tentando estender seu poder na
direção do Ocidente, ele foi derrotado desastrosamente nas Termópilas, em 191
A. C., e em Magnésia, em 190 A. C.. Em 187/186 A. C., ele foi morto quando
tentava vingarse de suas derrotas ao saquear o templo em Elimais” (Arthur
Jeffery, in loc.).
Os filhos de Seleuco II foram Seleuco III e Antíoco III. Este último foi
quem atacou o Egito, conforme as notas anteriores. Antíoco III, o Grande,
tornou-se rei em 223 A. C., aos 18 anos de idade, e reinou durante 36 anos,
tendo morrido em 187 A. C. Ver o gráfico acompanhante.
Então este se exasperará, sairá, e pelejará contra ele. Ptolomeu IV
enviou exércitos que atravessaram a Palestina e derrotaram Antíoco, em Ráfia;
mas Antíoco reagiu e esmagou os egípcios em Banias. Ptolomeu IV Filopater
governou de 221 a 204 A. C, Ver nas notas sobre o vs. 10 um sumário das
diversas batalhas ocorridas, com suas marchas, contramarchas e reversões.
“Ptolomeu IV foi forçado a retroceder por Antíoco III, o Grande... Ele se
encontrou com Antíoco nas fronteiras ao sul do território de Israel.
Inicialmente, conseguiu adiar a invasão encabeçada por Antíoco. tendo matado a
muitos milhares de homens. Mas após breve interrupção, Antíoco retornou com
outro exército, muito maior que o primeiro, e virou ao contrário o rei do sul’
(J. Dwight Pentecost, in loc.). Os
críticos, naturalmente, veem em todos esses detalhes intrincados “a narração
histórica, como se fosse profecia”, escrita por um autor posterior, e não pela
Daniel da época de Nabucodonosor. Ver a III seção da Introdução ao livro.
11.14
Naqueles tempos se levantarão muitos contra o rei do Sul. Enquanto
Ptolomeu foi rei-criança, ocorreram várias insurreições no próprio Egito, pelo
que houve tribulações internas e externas. O regente do jovem rei chamava-se
Agatocles, e as rebeliões foram dirigidas contra ele. Esse homem tinha sido o
principal ministro de Ptolomeu IV. Ele era homem dado a oprimir (Políbio,
História XV.25,34), pelo que merecia os ataques que sofreu. Alguns pensam que a
referência é à aliança de Antíoco com Filipe da Macedônia para garantir um
ataque prolongado contra o Egito. Possivelmente a referência é lata o
suficiente para incluir ambas as coisas.
11.15
O rei do Norte virá,
levantará baluartes, e tomará cidades fortificadas. O conflito entre os
dois reinos continuou durante vários anos, e, para os contemporâneos, houve
batalhas significativas. O texto do livro de Daniel é por demais vago para
identificar, em todos os casos, o que está exatamente em pauta. Talvez o
vs. 15 se refira ao cerco de Sidom, em 198 A. C. Antíoco obteve vantagem ali
e entrou em Jerusalém. Em seguida, neutralizou o Egito, por meio do
casamento descrito no vs. 10.
“11ss. 15-17. Antíoco III fez uma campanha contra o
Egito, tendo-se apossado da Palestina, e então selou a paz com o Egito, ao
casar sua filha com o jovem Ptolomeu” (Oxford Annotated
Bible, comentando sobre o vs. 15). A captura de Sidom ocorreu em
203 A. C. Aí por volta do ano 199 A. C., a ocupação da Palestina se
completou.
11.16
O que, pois, vier contra ele, fará o que bem quiser. Antíoco manteve
a pressão contra Ptolomeu V e conservou sua vantagem a ponto de fazer o
que queria, sem sofrer grande oposição: “Ninguém será capaz de resistir
contra ele. Ele obteria poder e controlaria a bela terra de Israel” (NCV).
A terra gloriosa já havia recebido esse título em Dan.
8.9, que é um toque de orgulho local por aquele lugar sujeito às bênçãos
especiais de Yahweh. A Palestina inteira, assim sendo, ficou sob o poder
de Antíoco por volta de 199 A. C. A King
James Version diz “destruído” em lugar de Iodos” (kalah em
lugar de kullah, conforme o hebraico compreendia). Mas à
emenda kullah, “Iodos” parece preferível.
11.17
Resolverá vir com a força de todo o seu reino. Após ter alcançado
sucesso na Síria, Antíoco invadiria o Egito. Seu rosto voltar-se-ia para essa
tarefa, e ele teria a força para tanto. Sabemos que as cidades costeiras
da Cilicia, da Lícia e da Cária foram tomadas nessa campanha, mas a
história não se mostra muito clara sobre o Egito propriamente dito. Ver
Lívio (História XXXIII.9.6-11). Antíoco primeiramente
derrotou os egípcios fora do reino deles, e então os egípcios dentro do
Egito. O “acordo” citado aqui refere-se à aliança do casamento que
neutralizou o Egito, descrita nas notas do vs. 10. “Cleópatra se
estabeleceu com felicidade no Egito; defendeu a causa de seu marido e encorajou
a aliança dos egípcios com Roma, o que se revelou fatal para os planos de
Antíoco” (Arthur Jeffery, in loc.).
11.18,19
Depois se voltará para as terras do mar. Antíoco, pensando que
poderia fazer qualquer coisa, voltou em seguida sua atenção para a Ásia
Menor (197 A. C.) e então para a Grécia (197 A. C.). Mas foi nessa ocasião
que Roma enviou Comélio Cipião (um general) para detê-lo. Ele foi forçado
a voltar a seu país em 188 A. C. e morreu um ano mais tarde. Assim, a
dança enlouquecida dos insensatos se acalmou e uma nova potência — Roma -
começou a surgindo. Alexandre sonhou com um império grego unido, a
la Alexandre, o Grande, mas a época dos gregos já havia passado,
e chegara a hora dos romanos. Exceto como referência histórica, seria
impossível arrancar algum sentido desses versículos; “... as
ilhas..,” possivelmente significam as cidades costeiras, a começar pela
Ásia Menor. O “comandante” foi Cipião. Ele pôs fim à insolência de
Antíoco (RSV). Esse comandante esmagou Antíoco em Magnésia, forçando-o a
aceitar humilhantes condições de paz.
Lívio (História XXXIII.40) e Políbio (História XVIII.51.1,2)
falam da insolência de Antíoco e de suas ameaças contra Roma, que
finalmente foram um tiro pela culatra. Ele foi forçado a recuar através do
Taurus até voltar a seus próprios territórios. Ele tentou saquear o templo
em Elimais, e isso lhe custou a vida (Poiíbio, História XXI.14.7).
Foi assim que ele “tropeçou e caiu”, conforme o título nos diz.
11.20
Levantar-se-á, depois, em lugar dele. O “exator” ou
cobrador de impostos foi Seleuco IV Filopater (que governou de 187 a 176
A. C.), o qual era filho de Antíoco. Ver o gráfico acompanhante. Seus
altos impostos (angariados para que ele pudesse pagar tributos a Roma)
afligiram o povo. Mas Heliodoro, seu tesoureiro, o envenenou, pelo que ele
morreu “sem ira nem batalha”, conforme o texto informa. Ele foi um governante
sem popularidade (Apiano, História Romana VI.10.60). O mesmo
autor fala de sua morte por envenenamento (op. cit. Xl.8.45).
Heliodoro era o irmão de criação desse homem, pelo que houve traição envolvida na
questão, uma característica comum da política, Parece que há alguma evidência
favorável à teoria de que seu sucessor (e irmão), Antíoco IV Epifânio,
esteve envolvido nos planos. Ele governou de 175 a 163 A. C.
As Atrocidades de Antíoco Epifânio (11.21-45)
11.21
Depois se levantará em seu lugar um homem vil. Esse homem
horrendo era filho de Antíoco III, o Grande. Ele foi o mais poderoso e
temido dos selêucidas. Cometeu mais atrocidades que todos os seus
antecessores combinados. Esta longa seção foi dedicada a ele por causa de
seu relacionamento com Israel. Ele infligiu contra os judeus um prolongado
período de sofrimentos e tornou-se assim um tipo do anticristo. Ele é
o pequeno chifre de Dan. 7.8. Ver no Dicionário o verbete
chamado Antíoco Epifânio, quanto a detalhes.
Antíoco Epifânio não estava na linha da sucessão, mas tornou-se rei
por manipulação, traição e lisonjas, isto é, a política usual. Era uma
pessoa desprezível. Ele assumiu o nome Epifanes, que
significa “o Ilustre”. Esse ato de insolência era típico de seu ego
tresloucado. Na realidade, ele foi chamado de Louco, sendo facilmente
possível que de fato mentalmente desequilibrado. O trono deveria
ter acabado nas mãos de Demétrio Soter, filho de Seleuco IV Filopater.
Antíoco Epifânio apoderou-se do trono e foi inicialmente favorecido por
ter-se mostrado suficientemente forte para fazer recuar um exército
invasor, provavelmente os egípcios (vs. 22). Ele era pensador hábil e
orador habilidoso, cujas guerras com palavras eram tão eficazes como suas
guerras com armas. Gostava de valer-se de traições, lisonjas e truques. A
palavra hebraica para as lisonjas é halaqlaq, que tem o sentido
básico de esperteza suave.
11.22
As forças inundantes serão arrasadas de diante dele. Antíoco
Epifânio era alguém que sabia falar, mas também era bom guerreiro, tendo
alcançado êxito em sua primeira ação militar, fazendo um exército
(provavelmente egípcio) retroceder. Mas alguns intérpretes opinam que o
presente versículo se refere ao fato de ele ter derrotado um “exército de
candidatos” ao trono real. O “príncipe da aliança” parece ter sido Onias
III, o sumo sacerdote dos judeus, deposto por Antíoco e logo executado.
Fazia parte de seus planos consolidar seu poder, bem como helenizar
eventualmente os judeus. A interpretação crítico-liberal sobre as setenta
semanas (ver o gráfico e os comentários em Dan. 9.26) repousa parcialmente
sobre esse acontecimento, em que o príncipe que foi
cortado seria então Onias III, e não o Messias. Ver II Macabeus
4.7-10,33,36. O infeliz Onias foi deposto em 175 A. C. e executado em 170
A. C.
11.23
Apesar da aliança com ele, usará de engano. As várias alusões
deste versículo deixam os intérpretes perplexos, pelo que o melhor que
podemos fazer aqui é tentar adivinhar os significados. Este versículo, ao
falar em uma “aliança”, pode estar falando de um acordo estabelecido entre
Antíoco e Onias, ou com os judeus, ou de um acordo de natureza
não-especificada. Ou então devemos pensar no acordo com Jasom, que tomou o
lugar de Onias. Ou então, ainda, de uma aliança insincera com Ptolomeu.
Antíoco Epifânio também fez aliança com os pergamenes, que o ajudaram a subir
ao poder. Porém, sem importar qual(is) tenha(m) sido o(s) pacio(s), ele(s)
foi(ram) feito(s) visando vantagem pessoal, mediante o emprego de truques
e insinceridade, algo freqüentemente muito usado pelos políticos.
Numericamente falando, Antíoco não contava com grande apoio, o que significa
que ele foi levantado ao poder sem ser uma figura popular e sem contar com
o apoio das massas populares. Ele não foi um democrata, mas um déspota
espertalhão. Não era do tipo que disputaria uma eleição. Suas manobras por
trás do palco eram mais eficazes do que a busca por votos e pela aclamação
popular.
11.24
Virá também caladam ente aos lugares mais férteis da província. O poder de Antíoco
Epifânio foi crescendo, e em breve ele tinha todo o dinheiro da província,
o que provavelmente devemos entender como a Palestina. Ele
atacou e saqueou as regiões mais ricas, visando obter vantagens pessoais.
Foi tão bem-sucedido em suas traições que conseguiu o que seus antepassados não
puderam fazer. Também afastou países estrangeiros e levou deles muitos
tesouros, distribuindo essas riquezas entre seus apoiadores fiéis. Seu sucesso
desconhecia limites, mas perduraria por pouco tempo. De fato, ele se
manteve no poder por somente 12 anos, mas foram 12 anos repletos de
atrocidades.
“Saques, despojos e bens... Essas palavras nos fazem lembrar das muitas referências às atividades saqueadoras de Antíoco (ver I Macabeus 1.19; 3.31; Políbio, História XXXI.9.1). A generosidade de Antíoco, ao distribuir abundantemente aos que viviam ao seu redor, concorda com a história do período. Josefo (Antiq. Xll.7.2) também mencionou essas atividades” (Arthur Jeffery, in loc.). O homem ultrapassou seus antepassados no tocante aos saques e à distribuição de riquezas enire seus apoiadores. Ele se tornou um homem distintivo, quanto a seus feitos e excessos.
11.25-28
Suscitará a sua força e o seu ânimo contra o rei do Sul. Tendo
consolidado seu poder, Antíoco atacou o Egito, porque ali havia mais poder
e bens a serem obtidos. O “rei do sul” foi atacado em 170 A. C. Nas
fronteiras com o Egito, ele teve de enfrentar o exército egípcio. Isso
ocorreu em Pelúsio, que ficava perto do delta do rio Nilo. Embora os
egípcios contassem com numeroso exército, foram derrotados. Então Antíoco
resolveu mostrar-se amigo desse povo, e ambos os lados favoreciam a cessação
das hostilidades, mas suas esperanças nunca se cristalizaram, pois ambos
se mostravam espertos e enganadores, o que novamente é próprio da
política. “Em 169 A. C., Antíoco invadiu o Egito e capturou Ptolomeu
VI. Mas dificuldades em sua pátria o forçaram a deixar o Egito e, a caminho de
volta (levando muito despojo), ele saqueou Jerusalém e o tesouro do
templo” (Oxford Annotated Bible, na introdução aos vss.
25-28). Foi nesse tempo que começaram as grandes atrocidades
de Antíoco IV Epifânio contra os judeus, e essa circunstância inspirou o
autor sacro a passar algum tempo descrevendo o sucesso das campanhas
de Antíoco. O vs. 25 mostra-nos que seu sucesso contra o Egito foi
prejudicado por conspirações em sua pátria, traições da parte de
alguns de seu próprio povo. Eles “fizeram planos contra ele”. Ver o
vs. 26.
O vs. 26 pode referir-se a parte das conspirações
contra Epifânio. As pessoas que tinham aceitado riquezas da parte dele não
hesitaram em atacá-lo pelas costas. E também deram-lhe maus conselhos que
o levaram a entrar em conflito com seu sobrinho, o qual, eventualmente,
foi feito cativo. Ver os detalhes sobre isso em Políbio, História
XXVIII.21; Diodoro Sículo, XXX.17. O fato de Antíoco ter
saqueado Jerusalém incluiu, naturalmente, grande matança do povo judeu (I
Macabeus 1.20-24; II Macabeus 5.11-16; Josefo, Guerras, 1.1.1; Antiq. XII.5.3).
Tendo aprisionado seu sobrinho, Ptolomeu, ele fingiu estar agindo em seu
favor, mas o que sucedeu foi que conseguiu submeter larga porção do Egito.
Foi forçado a parar em Alexandria. O romano Polllio Laenas estragou os
planos de Antíoco. Ele precisou evacuar o Egito, pelo que sua ira se
voltou contra os judeus não-helenizados de Jerusalém. Antíoco contaminou o
templo em 167 A. C. O vs. 27 refere-se à falsa barganha de Antíoco
no Egito. Os dois reis que figuram naquele versículo são Antíoco
e Ptolomeu Filometer, seu sobrinho. Teoricamente, Filometer estava em
aliança com seu tio contra o irmão mais novo do usurpador. Foi assim que
Antíoco reuniu riquezas e conquistou terras, presumivelmente em favor de
Filometer, mas, na realidade, ele não se importava em nada com seu
sobrinho. Ele agia em interesse próprio o tempo todo (segundo disse Lívio
XLV.11.1). Todo esse esquema teve um fim nomeado, que
alguns estudiosos fazem ser uma referência escatológica, transferindo tudo
para o fim dos tempos e elegendo o anticristo como a verdadeira personagem
traiçoeira. Ou o fim pode ter sido do poder e da vida de Antíoco, ou então
da guerra. Mas alguns insistem em dizer: “O Fim”.
Então tornará para a sua terra com grande riqueza. Antíoco voltou
para sua terra levando muitos despojos, pelo que seu tempo passado no
Egito não foi desperdiçado. O grande saque do Egito é referido em I
Macabeus 1.19, bem como nos Oráculos Sibiiinos 3.614 s.
Passando por Jerusalém, ele ainda foi prejudicial. Entre outras coisas,
quis reintegrar Menaleu como sumo sacerdote e expulsou Jasom. Talvez seja
isso o que está em vista na expressão “santa aliança”, ou seja, fazer Jasom
ficar no poder. Outros estudiosos, contudo, mais corretamente, referem-se à fé
judaica quando leem “santa aliança”, pois essa fé se baseava nos pactos, a
começar por Abraão. Ver no Dicionário o verbete chamado Pactos. Cf. I Macabeus 1.15,63 quanto à distheke
agia, “santa aliança”. Ver também I Macabeus 1.20-24 e 29.36. Antíoco
causou muitos danos a Jerusalém, por causa do conflito entre Jasom e Menelau.
Ele saqueou o tesouro do templo e estacionou tropas na cidade para
manter a ordem. Contaminou o templo ao oferecer uma porca sobre o altar, e
então retornou à própria terra.
“Antíoco lançou um grande exército contra Jerusalém e tomou-a em
ataque relâmpago; matou 40.000 pessoas; vendeu muitos judeus como
escravos; cozinhou carne de porco e salpicou o caldo sobre o altar; invadiu o
Santo dos Santos; pilhou os vasos de ouro e outros itens sagrados do
tesouro, que alcançaram o valor de mil talentos; restaurou Menaleu ao
ofício sumo sacerdotal e fez de Filipe o governador frígio de Judá (I
Macabeus 1.24; II Macabeus 5.21)” (Adam Clarke, in loc., ao
descrever os leitos” de Antíoco Epifânio). A interpretação escatológica vê
o anticristo tipificado em tudo isso.
11.29
No lem po determinado tornará a avançar contra o Sul. Mais tarde,
Antíoco Epifânio lançou uma segunda campanha contra o
Egito. Embora a primeira campanha tivesse sido estragada por acontecimentos
finais, conseguiu realizar muito do que tinha sido planejado, além de ter
rendido muito dinheiro para o Louco. A segunda campanha foi um desastre e
enviou o pobre Antíoco de volta à sua terra como um cão surrado. Assim
disseram Políbio (Hist. XXIX 23-27) e Lívio
(XUV, 19.6-11). A segunda campanha ocorreu apenas dois anos depois da
primeira (168 A. C.), pelo que Antíoco era homem que sempre tinha pressa
em obter mais diversões no jogo da guerra e dos saques. Todo o fingimento
de estar agindo em favor de Filometer foi abandonado, pois o Louco
revelava seu verdadeiro caráter.
11.30,31
Dele sairão forças que profanarão o santuário. Quando Antíoco
invadiu o Egito, sofreu oposição dos romanos, que tinham chegado ao Egito
em navios provenientes das cosfas ocidentais (literalmente,
“navios de Quitim”, ou seja, Chipre). Popílio Laenas levava uma carta do
senado romano para ser entregue pessoalmente a Antíoco, proibindo-o de
guerrear contra o Egito. Antíoco empregou táticas de adiamento, mas os romanos
exigiam resposta imediata. Ele traçou um círculo na areia, em volta de
Antíoco, e exigiu que a resposta fosse dada antes que ele saísse de dentro
do círculo. Antíoco foi assim forçado a capitular diante das exigências
dos romanos, pois, se insistisse em seu caminho, ver-se-ia em guerra
contra Roma. Essa foi uma derrota humilhante para o Louco. Eie perdeu a
coragem e simplesmente voltou à sua própria terra.
Mas isso não foi o fim da história. Enraivecido, ele atacou Jerusalém de
novo, em 167 A. C. Foi então que fundou sua abominação
desoladora. Isso quer dizer que ele estabeleceu um altar
pagão no templo de Jerusalém, fazendo os judeus inclinarse diante dele
(vs. 31). Paralelamente, descontinuou as práticas religiosas usuais dos
judeus, como os sacrifícios diários e o culto de Yahweh. Quanto à santa
aliança (vs. 30), ver a mesma expressão no vs. 28, onde apresento
notas expositivas. Ele se manteve em contato com os judeus helenizantes e,
juntos, planejaram a helenização do judaísmo, a fim de transformá-lo em
apenas mais um culto idólatra oriental. Aqueles judeus renegados haviam
abandonado o pacto com Deus (ver I Macabeus 1.15; II Macabeus 4.7-17;
Assunção de Moisés 8,1-5).
O vs. 31 fornece uma pequena lista das excentricidades e
atrocidades de Antíoco contra o judaísmo. De modo geral, podemos dizer que
ele reduziu o templo de Yahweh a apenas outro santuário pagão. Quanto à
abominação que desola, cf. Dan. 8.13; 9.27 e 12.11. Em Dan. 9.27 dou
detalhes sobre a interpretação futurista e escatológica dessa
questão, segundo a qual os atos de Antíoco são vistos como típicos do que
o anticristo fará nos últimos dias. Certas passagens do livro de
Apocalipse encorajam esse tipo de aplicação do livro de Daniel, e eu as
menciono naquelas notas expositivas.
“Antíoco enviou seu general, Apolônio, com 22.000 soldados,
alegadamente em missão de paz. Mas eles atacaram Jerusalém em um sábado,
mataram a muitos judeus, tomaram mulheres e crianças para serem vendidos
como escravos, e saquearam e incendiaram a cidade. Buscando helenizar o
judaismo, ele proibiu os judeus de seguir suas práticas religiosas,
incluindo as festividades e a circuncisão, e ordenou que as cópias da lei
fossem queimadas. E então estabeleceu a abominação que
desola. Ele erigiu sobre o altar dos holocaustos um altar dedicado a Zeus.
Em seguida os judeus foram compelidos a fazer uma oferta no dia 25 de
cada mês, a fim de celebrar o aniversário natalício de Antíoco” (J. Dwight
Pentecost, in loc.). Os judeus helenizados receberam
prêmios por terem ajudado o Louco a cumprir seus planos. Taanith 4.6
diz-nos que um altar pagão substituiu o altar dos holocaustos, e uma
estátua de Zeus foi erigida sobre esse altar.
11.32
Aos violadores da aliança ele com lisonjas perverterá. Os judeus favoráveis
à helenização foram seduzidos para seguir o programa do Louco. Mas haveria um
movimento de oposição que buscaria reverter a questão. I Macabeus
1.62 relata sobre essa oposição, que resultou, afinal, na resistência
dos macabeus.
Houve muitos mártires, muitas matanças e muito sofrimento durante aquele
período temível, que alguns pensam ser apenas típico do que acontecerá em
Israel, antes do estabelecimento do Reino milenar de Deus. Uma ridícula deificação de Antíoco
(vs. 36) seria o ponto alto da apostasia. Ver II Tes. 2.4, onde se lê
que isso foi dito sobre o anticristo.
I Macabeus 2.18 fala sobre as promessas lisonjeadoras feitas a Matatias,
mas por ele rejeitadas, porquanto havia um destino maior do que isso. Ver
no Dicionário o verbete chamado Matatias, terceiro
ponto. Eie foi o pai dos cinco homens que pegaram em armas e quem,
finalmente, livrou os judeus do domínio pagão. Ver no Dicionário o
artigo sobre os Harmoneanos, para detalhes sobre a questão.
“Um pequeno remanescente permaneceu fiel a Deus, recusando-se a
engajarse nessas práticas abomináveis. Antíoco IV Epifânio morreu insano na
Pérsia, em 163 A. C. Ver notas sobre isso em Dan. 8.23-25” (J. Dwight
Pentecost, in loc.).
11.33-35
Os entendidos entre o povo ensinarão a muitos. O movimento de
resistência dos judeus. Alguns judeus helenizadores puseram-se ao lado de
Antíoco, esquecidos do pacto, mas os sábios, embora perseguidos,
mantiveram-se na oposição. O pequeno socorro (vs. 34) foi
o sucesso dos macabeus, a revolta encabeçada por Matatias e seu filho,
Judas Macabeu (I Macabeus 2)” (Oxford Annotated Bible, introdução aos vss. 33-35).
Os “sábios” eram aqueles que estavam aptos a aprender, bem como
aqueles que compreendiam a situação de Israel e o potencial de Deus. Aqui
eles aparecem como os líderes do movimento da resistência. Tentativas
anteriores de libertar os judeus do jugo estrangeiro não foram bem-sucedidas (I
Macabeus 1.60,63; 2.31-38; 5.13; II Macabeus 6.10,18 ss.). Muitos judeus
foram mortos ou sofreram de uma de quatro maneiras possíveis: espada,
fogo, cativeiro, saque. As chamas atiçaram a resolução e o movimento
cresceu em número e eficácia.
Ao caírem eles, serão ajudados com pequeno socorro. O pequeno
socorro foi o sucesso dos macabeus, a revolta encabeçada por Matatias
e seus cinco filhos. Ver I Macabeus 2. Mas mesmo então muitos aderiram à
causa com lisonjas, isto é, sem sinceridade. Então foi a
vez de Judas Macabeu cometer atrocidades. Há muitas referências às suas
brutalidades contra os helenizadores e os desviados. Ver I Macabeus 2.44;
3.5,8; 6.19-24 e 9.23. Trata-se da antiga história de os
perseguidos tomarem-se os perseguidores, uma vez que adquiram poder para
tanto.
Alguns dos entendidos cairão para serem provados. Os sofrimentos e
a morte atuariam como agentes de purificação, preparando a nação para um
novo dia depois de Antíoco Epifânio. O versículo também parece olhar para
o futuro distante, para o tempo do fim em geral,
indicando que uma nação perseguida de Israel seria purificada. Devemos
compreender que os sofrimentos faziam parte do plano de Deus, pelo que
deviam ser tolerados corajosa e pacientemente, pois Deus sabia o que
estava fazendo. Israel tinha sido uma nação de grandes privilégios, mas também
tinha abusado contra esses privilégios. E agora os israelitas precisavam
ser expurgados da escória a fim de se tornarem prata fina. Era mister
lavar-lhes as manchas, como se lava um vestido de linho branco. “... para
que pudessem tomar-se mais fortes e mais puros. Eles ficarão sem falhas até o
tempo do fim. E então, no tempo certo, virá o fim” (NCV). Cf. com Sal.
51.7; Isa. 1.18; I Ped. 1.7.
11.36
Este rei fará segundo a sua vontade. Será a Septuagésima Semana? Os eruditos dispensacionalistas creem
que os vss. 36-39 vão além do que pode ser dito sobre Antíoco Epifânio, e
veem aqui o anticristo, bem como a última das setenta semanas. Ver o
gráfico e as explicações acompanhantes das Setenta Semanas, em
Dan. 9.26. Os intérpretes históricos não veem razão alguma em separar
esses versículos do contexto e continuam a ver neles descrições
sobre Antíoco. Ele se tornou tão poderoso que se movia à vontade, sem que
houvesse oposição alguma. Outro tanto foi dito acerca de Alexandre (vs. 3)
e de Antíoco, o Grande (vs. 16). Cf. também Dan. 8.4. Era comum aos
déspotas orientais exigir adoração e lealdade como se fossem deuses, e Antíoco
não foi exceção a essa regra. Cf. II Tes. 2.4 quanto à mesma coisa que
será feita pelo anticristo. Dario, o medo, havia feito o mesmo (ver Dan.
6.7). Essa parte da história não foi comentada pelos historiadores seculares,
como Plínio e Políbio, que sempre observaram a devoção do homem aos deuses
e sua contribuição a santuários idólatras. Em sua forma de paganismo, o
Louco exaltou-se acima de todos os deuses e especialmente acima do Deus dos
israelitas (o Deus dos deuses), porquanto era um perseguidor especial dos
judeus. Cf. Dan. 5.23, onde lemos que Belsazar era culpado de algum crime.
I Macabeus 1.24 fala sobre a grande presunção de Antíoco
Epifânio, mas não inclui as blasfêmias especiais deste texto de Daniel.
Falará cousas incríveis. Cf. Dan. 7.8,25; 8.24. A total falta de
reverência do homem por Yahweh deixava vexada a mente dos hebreus. Nisso
temos um contraste com as atitudes de Nabucodonosor e de Ciro, os quais, apesar
de serem pagãos, pelo menos respeitavam o Deus dos judeus.
Até que se cumpra a indignação. Os estudiosos dispensacionalistas
pensam estar em foco aqui a Grande Tribulação, que se voltará
contra toda a impiedade e purificará a ferra inteira. Ver Dan. 9.27 e Apo.
19.19,20; e ver no Dicionário o verbete Tribulação, a
Grande. A interpretação histórica viu tempos de aflição que
atingiriam Antíoco e todo o seu mundo, por causa das degradações morais
e das blasfêmias religiosas. Novamente, encontramos aqui a afirmação de
que tudo o que está sendo descrito está sob o controle e ocorre pelo
decreto de Yahweh, em cujas mãos repousam o destino de todos os homens.
Ver no Dicionário os artigos chamados Teísmo e Soberania
de Deus. Cf. Atos 17.26. Os limites e o tempo das nações são
determinados por Ele.
11.37
Não terá respeito aos deuses de seus pais. “Antíoco” marchava na
direção de sua condenação. Ele abandonou o deus de seus pais, bem como o
culto de Tamuz-Adônis, estando interessado por Zeus Olimpo e reivindicando
honras divinas para si mesmo” (Oxford Annotated Bible, in loc.).
O culto a Tamuz-Adônis era muito popular entre as mulheres, desde
o começo até o fim (cf. Eze. 8.14). Alguns estudiosos veem aqui o desejo sexual
de Antíoco por um homem, e, em seguida, aplicam isso ao anticristo,
chamando-o de homossexual! Mas o texto não diz coisa alguma assim absurda.
Os registros históricos revelam a devoção de Antíoco a muitos deuses, o
que parece ter-se modificado no fim de sua vida, quando ele se precipitou
de cabeça no absurdo oriental de fazer de si mesmo um deus e então
arrogar-se a uma honra superior aos deuses que ele tinha retido em
seu culto pessoal. Cf. isso com II Tes. 2.4. Outra interpretação ridícula
deste versículo é fazer o “desejo das mulheres” significar “alguém
desejado pelas mulheres”, tornando-o a esperança messiânica: as mulheres
israelitas esperavam ser a mãe do Messias! Cf. Dan. 1.25,28.
11.38
Mas em lugar dos deuses honrará o deus das fortalezas. “O rei do
Norte adorará o poder e a força. Os seus ancestrais não amaram tanto o
poder quanto ele. Ele honrará o deus das fortalezas com ouro e prata,
jóias caras e dons riquíssimos” (NCV). A interpretação usual dessas
palavras é que está em pauta o Zeus Olimpo, equivalente ao deus romano
Júpiter Òapitolino. Esse deus foi honrado por Antíoco mediante a
construção de um templo em Antioquia (Livio, Hist. XLI.20.9).
Mas pode estar em pauta o deus da guerra, sem ser
identificado, ou talvez o deus tírio, Melcarte. Alguns também falam em
Roma. Ou a referência pode ser a qualquer deus que os leitores lembrarem,
através das descrições dadas, mas que permanece indefinido pelo autor
sacro. Seja como for, a mensagem é perfeitamente clara: ele era um
poder-amante e fez disso o elemento principal de seu culto. Cf. Apo. 13.12-18 e
17.6, versículos apontados por alguns na tentativa de tomar este
versículo paralelo com o anticristo dos últimos dias. “O Anticristo
honrará um deus das fortalezas, ou seja, promoverá a força militar... O deus
desconhecido por seus pais pode ser Satanás” (J. Dwight Pentecost, in
loc., em um esforço frenético por adaptar este versículo à
interpretação dispensacional e futurista).
11.39
Com o auxílio de um deus estranho agirá contra as poderosas
fortalezas. “Esse rei atacará cidades fortes e muradas. Fará isso com a ajuda de
um deus estrangeiro. Ele em muito honrará o povo que aliar-se a ele...”
(NCV). Este versículo empresta alguns detalhes à idéia do vs. 38: a
loucura do homem pelo poder dominava tudo o que ele pensava e fazia. Como
Antíoco ajuntava honra, poder e riquezas para os que o apoiavam, é
confirmado em II Macabeus 4.8-10,24. Ele doava terras como salários aos seus
“trabalhadores”. Parte dessa distribuição de terras provavelmente visava
obter apoio, e não meramente recompensar aos que já o tinham apoiado. O suborno
era uma forma de consolidar o poder (ver I Macabeus 2.18; 3.30).
11.40
No tempo do fim, o rei do Sul lutará com ele. Os vss. 40-45 predizem o que
finalmente deverá acontecer ao louco homem de poder. Os intérpretes
críticoliberais veem aqui uma predição pura. Até este ponto eles tinham
identificado somente uma “profecia” que na realidade foi contada “após os
fatos”, isto é, história relatada como se fosse profecia. Então salientam
o fato de que esses versículos erram o alvo. As coisas preditas
simplesmente não aconteceram com Antíoco Epifânio. Já os intérpretes
dispensacíonalistas, futuristas, tiram vantagem da situação e fazem
tudo referir-se ao que acontecerá ao anticristo, nos últimos dias,
imediatamente antes da inauguração do Reino de Deus por meio do Messias. Algum
esforço heróico é envidado aqui, na tentativa de encontrar eventos
nos últimos anos de Antíoco que se ajustem a essas predições, mas não
muito sucesso é alcançado com esses esforços.
“O escritor esperava uma nova aventura contra o Egito, na qual Antíoco
seria bem-sucedido, onde, anteriormente, tinha fracassado. Como antes, ele
será obrigado a retirar-se devido a rumores de dificuldades em sua terra,
justamente quando estava
colhendo os frutos da vitória. Mas a caminho de sua terra, quando ele se
aproximava uma vez mais da Cidade Santa, com sinistros propósitos, eis
que ele chegou ao fim. Como é óbvio, o escritor sagrado estava antecipando
o futuro em termos dos vários elementos da situação, em seus próprios
dias, que pareciam apontar para uma nova guerra com o Egito, que ultrapassaria
o medo envolvido nas campanhas anteriores” (Arthur Jeffery, in loc.).
De acordo com o ponto de vista dispensacionalista, o “rei do Sul” atacará Israel. “Alguns
eruditos sugerem que isso ocorrerá no meio da semana de setenta de
anos. Mais provavelmente, porém, acontecerá perto do fim da segunda
metade do período de sete anos... Simultaneamente à invasão de Israel,
pelo rei do Sul (o Egito), haverá uma invasão pelo rei do Norte. Alguns
eruditos bíblicos equiparam isso com Gogue e Magogue, pois Gogue virá do
norte (ver Eze. 38.15)... Essa invasão não correspondeu aos fatos
históricos. Jaz ainda no futuro. Certamente não está em pauta um dos reis
selêucidas do Norte, conforme se vê nos vss. 5-35” (J. Dwight Pentecost, in
loc.). Tais interpretações podem ou não conter alguma verdade. Eu,
pessoalmente, não apostaria nisso.
11.41
Entrará também na terra gloriosa e muitos sucumbirão. Por meio
da interpretação histórica, o que se espera que aconteça no futuro
repetirá o que aconteceu a Antíoco no passado. Irado porque seus planos
não funcionaram bem (conforme esboçado nas notas sobre o vs. 40), e ele
atacará novamente Jerusalém, na terra gloriosa. Cf.
Dan. 8.9; 11.16,30,31. Como antes, haverá grande matança, com milhares de
vítimas. Alguns países circunvizinhos escaparão de suas chicotadas, a
saber, Edom, Moabe e a parte principal de Amom. Os
eruditos dispensacíonalistas veem aqui os sucessos militares do
anticristo. Os intérpretes históricos tentam freneticamente encontrar
esses eventos nos anos finais de Antíoco, mas acham somente coisas que já
aconteceram no passado. Os eruditos futuristas, por sua vez, transferem
tudo para uma data futura e inventam cenários para as atividades do
anticristo. Talvez sim, talvez não. Ainda outros tentam encontrar tudo
isso na história da igreja e nos ataques desferidos contra ela ao longo
dos séculos. Essa é uma interpretação doentia, para dizermos o mínimo.
Não há aqui nenhum indício do fracasso dos planos de Antíoco. Foi isso o
que aconteceu no passado, e não o que foi predito quanto ao futuro.
11.42
Estenderá a sua mão também contra as terras. “O rei do Norte
mostrará o seu poder em muitos países. O Egito não escapará” (NCV). Entre
as presumíveis vítimas das aventuras futuras de Antíoco estará o Egito,
que, por longo tempo, foi objeto de sua ira. Supõe-se que Ptolomeu
provocaria ainda outra guerra entre o norte e o sul, mas levaria a pior no
encontro. Mas os intérpretes dispensacíonalistas fazem tanto o
Egito quanto o norte e outros lugares mencionados objetos dos ataques do
anticristo. Essa interpretação faz os reis do norte e do sul lutar contra
o anticristo, mas dificilmente é isso o que o texto diz. Para conseguir
essa interpretação sobre o “anticristo”, toma-se necessária considerável
manipulação do significado claro do texto. O vs. 40 mostra o rei do sul
atacando o rei do norte, o qual retaliaria ferozmente, obtendo a vitória. O rei
do norte, após isso, lançar-se-ia ao ataque contra outros países. Alguns
intérpretes históricos presumem que o rei do norte, irado
porque seus planos não deram certo, marcharia pela Palestina e destruiria
quase tudo em seu avanço. Mas essa presunção não se encontra no texto
presente, embora esteja na história que o antecedeu.
11.43
Apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata. A guerra contra o
Egito renderia imensos despojos. De fato, Antíoco esperava apossar-se dos
vastos tesouros daquele lugar. Prêmios menores seriam a Líbia e a Etiópia,
que também cairiam sob o seu governo. “Lubim e Cushim estariam em seu
séquito. Lubim significa os líbíos que habitavam a oeste do
Egito, e os Cushim eram os etíopes que habitavam ao sul
do Egito. Eles representavam a Cirenaica e a Etiópia, consideradas limites
tradicionais do império egípcio. Assim, este versículo significa
que a conquista do Egito, por parte de Antíoco, seria completa” (Arthur
Jeffery, in loc.). Nem tudo isso sucedeu, embora fosse o que o
profeta tinha antecipado.
Os intérpretes futuristas veem o anticristo conhecendo essa parte do
mundo, de maneira geral, embora não de maneira absoluta.
11.44
Mas pelos rumores do oriente e do norte será perturbado. A
campanha altamente bem-sucedida de Antíoco será perturbada por notícias
que o levariam a retroceder para o leste e para o norte, saindo do Egito,
a fim de abordar a perturbação ameaçada. 1. Em seus últimos anos, ele
enfrentou muitas dificuldades com os partas e com o reino da Armênia, e isso
poderia estar em vista. 2. Mas outros estudiosos pensam estar em pauta
aqui o sucesso dos macabeus em Judá e em Jerusalém. Portanto é de
presumir-se que Antíoco sairia irado para dominar os judeus, por meio de
vasta matança. Os intérpretes futuristas fantasticamente vinculam isso a Apo.
9. 16, a invasão de um exército maciço de duzentos milhões de soldados vindos
do leste do rio Eufrates. Então, para aumentar as dificuldades do
anticristo, outro exército marchará vindo do norte. Mediante
tais conjecturas, mergulhamos em um caos interpretativo. Irado por tal
oposição, o anticristo planejará vingar-se contra Israel! Naturalmente,
foi exatamente isso que Antíoco fez antes, quando fracassou nas campanhas
militares (ver os vss. 30 e 31) . Adaptar esses detalhes ao futuro
anticristo é realmente precário, mas essa interpretação é muito popular
hoje em dia, em certas porções da igreja.
11.45
Armará as suas tendas palacianas entre os mares. O irado Antíoco
virá agora contra Judá e Jerusalém, o “monte santo”, o santuário de
Yahweh. Finalmente, porém (embora como não nos seja dito), o Louco perecerá
naquele lugar, e assim, com grande alivio, encerramos o livro que relata
sua história. No fim, nenhum homem será capaz de ajudá-lo, e supomos que
poucos se aventurariam a isso. Abandonado, ele sofreu algum tipo de morte
miserável. O que fica implícito é que ele não conseguiu violar o templo
mais uma vez. Houve intervenção do poder dirigido por Deus. Ele tinha
armado suas tendas reais em algum lugar, entre o mar Mediterrâneo e Jerusalém,
onde estava o monte glorioso (Sião) e o templo.
De seu acampamento, ele lançaria ataques para esmagar os macabeus.
Mas seus planos falharam terrivelmente, e ele caiu em algum lugar do campo
de batalha. “O livro parece ter sido terminado quando Antíoco ainda vivia
e o templo ainda não havia sido purificado e remediado. O escritor sacro
não fazia idéia de onde Antíoco morreria, embora tivesse antecipado que
esse lugar seria a Palestina, imediatamente antes da consumação final” (Arthur
Jeffery, in loc.). Nenhuma dessas predições se cumpriram,
e, assim sendo, os intérpretes futuristas fazem a questão inteira
aplicar-se ao anticristo. “Deve-se observar que o fim desse rei ocorreria
na mesma localidade que, algures, aparece predito pelos profetas como o lugar
da queda do anticristo (ver Eze. 39.4; Joel 3.2,12; Zac. 14.2)”
(Ellicott, in loc.). Ver no Dicionário o artigo
chamado Antíoco Epifânio.
“Ostentando-se como Cristo, o anticristo estabelecerá seu
quartel-general em Jerusalém, a mesma cidade de onde Cristo governará o
mundo durante o milênio (ver Zac. 14.4,17). O anticristo fará pose de
Cristo, introduzindo o governo de um mundo, só tendo a si mesmo como governante
e senhor de uma única religião mundial, segundo a qual ele será adorado
como um deus. Deus, porém, destruirá o reino desse rei, que chegará ao
fim. Cf. Dan. 7.11,26, diante da aparição pessoal de Jesus Cristo sobre a
terra (ver Apo. 19.19,20)” (J. Dwíght Pentecost, in loc., com
uma típica interpretação futurista, segundo linhas dispensacionalistas).
Ver na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia o verbete
chamado Anticristo.
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