Estudo sobre Gálatas 2:5-6
Estudo sobre Gálatas 2:5-6
Paulo reagiu de forma perspicaz e inexorável: aos quais nem ainda por uma hora nos submetemos. Em geral ele era um conselheiro da mais sensível consideração com pessoas equivocadas, medrosas, em vias de desanimar ou falhar. Uma amostra disso encontra-se também na presente carta, em Gl 6.1, onde cada palavra foi pronunciada com cuidado. Para todos Paulo tencionava ser tudo. Ele se adaptava a cada ser humano, a fim de conquistá-lo. Mas ele não adaptava a mensagem a nenhuma pessoa. Por isso profere diante desses judaístas esse “não”, sem nenhuma possibilidade de um “sim”. “Em Paulo batiam numa rocha dura. Quando exigiam que o sábado fosse válido, ele não o cumpria. Quando demandavam alimento puro, não considerava nada como impuro. Quando queriam ter a circuncisão, ele denominava os fiéis, com prepúcio e tudo, como propriedade de Deus” (Schlatter, pág 31). O alvo de seu procedimento é claro: para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós. Esta expressão é característica para Paulo. É seu lema, que ele repetirá no v. 14. Como talvez nenhum outro apóstolo, ele compreendeu as consequências internas da salvação em Cristo em todo o se alcance. Ele descobriu sua força crítica, dirigida aqui sobre a lei de Moisés. Faz parte da “verdade do evangelho”, incondicionalmente, aquela “liberdade (da lei) em Cristo Jesus” do v. 4.
Está em jogo o evangelho entre vós, os gálatas (e todos os gentílico-cristãos). Paulo traça um longo arco, estabelecendo a relação entre o concílio dos apóstolos daquele tempo e a situação do momento atual na Galácia. Ponto por ponto seria possível traçar as linhas paralelas. No fundo era a mesma frente de luta, o mesmo perigo e o mesmo desafio para resistir.
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6 Os seguintes cinco versículos tratam do entendimento com as autoridades de Jerusalém. Novamente não somos informados sobre o transcurso das negociações, mas somente sobre seu resultado, que Paulo aliás já havia indicado no v. 3. No v. 6 Paulo define de forma bem refletida sua relação com seus parceiros de negociação. E, quanto àqueles que pareciam ser de maior influência. Já havia sido expresso o respeito de Paulo pelas testemunhas originais (cf. Gl 1.12,17,18; 2.2). Se ele não os tivesse em consideração, sua viagem teria sido mera tática e o aperto de mão de comunhão no v. 9 teria sido hipócrita. Contudo, como quem ele os respeitava? Pelo que se evidencia, havia uma admiração aos apóstolos que ele não partilhava, mas que ele tinha de transformar em alvo de sua crítica. Quais tenham sido, outrora, não me interessa. Eles haviam sido testemunhas oculares e auriculares do Jesus terreno e como tais sem dúvida influíam para dentro da atualidade da igreja como quem merece veneração. Porém somente isso não podia perfazer seu significado espiritual. Testemunhas dos meros fatos eram também Pilatos ou o pelotão de execução em Gólgota e muitos judeus e gentios daquele tempo que agora podiam ser sem interesse para a igreja (cf. 2Co 5.16). A pergunta decisiva é se eles também eram testemunhas da verdade. Do contrário Paulo poderia, como Gl 2.14 demonstrará, opor-se publicamente a eles. Testemunhas oculares em si podiam relatar com o maior suspense as suas recordações, mas Paulo se afastaria deles entediado, se não confessassem a “verdade do evangelho” (v. 5,14). Jamais poderiam opinar quando estavam em jogo os caminhos e critérios da igreja de Deus. Culto a personalidades com base na circunstância de haverem estado presentes e com base em mero conhecimento de fatos de nada vale. Para esse julgamento proferido de forma bastante brusca, Paulo se reporta à maneira de Deus: Deus não aceita a aparência do homem. Até aqui o distanciamento de Paulo em relação a um culto aos apóstolos. O apóstolo se devotou sem restrições ao evangelho (Gl 1.8). Contudo, Paulo tinha certeza de algo melhor em vista de Pedro e Tiago (cf. Gl 1.18,19 e 2.3). Nesse sentido ele precisava da ajuda deles, a fim de poder enfrentar com eficácia o perigo judaísta. Ele a obteve: esses, digo, que me pareciam ser alguma coisa nada me acrescentaram (nada impuseram). Como Paulo desejara, não exigiram nenhuma circuncisão para os gentílico-cristãos (v. 3).
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