A Arqueologia e Abraão

A ARQUEOLOGIA E ABRAÃO
A Arqueologia e Abraão

Um dos principais personagens da Bíblia é Abraão. Ele não é somente o antepassado de todos os escritores bíblicos, dos judeus e de muitos árabes, mas é também chamado de “pai de todos os que têm fé”. (Rom. 4:11) Além disso, os povos de todas as nações deveriam estar interessados em saber se o relato bíblico sobre Abraão é autêntico. Por quê? Porque foi a ele que Deus prometeu: “Todas as nações da terra hão de abençoar a si mesmas por meio de teu descendente.” (Gên. 22:16-18) Se quisermos estar entre “os que têm fé”, que serão abençoados por meio do descendente de Abraão, a evidência que mostra a exatidão dos pormenores fornecidos na Bíblia sobre a vida e os tempos de Abraão devia ser do máximo interesse para nós.

A Bíblia nos informa que Abraão (então chamado Abrão) foi criado em “Ur dos Caldeus”. (Gên. 11:27, 28) Trata-se duma localidade lendária? O que revelaram as picaretas e as pás dos arqueólogos? Já em 1854, J. E. Taylor identificou tentativamente Ur com Tel el-Mucaiir (“Monte de Betume”), que fica apenas alguns quilômetros ao oeste do Eufrates. Em 1869, o orientalista francês Jules Oppert apresentou um relatório ao Collége de France, em Paris, identificando definitivamente a localidade com Ur, à base de cilindros de argila com inscrições cuneiformes encontrados ali por Taylor. Daí, muito mais tarde, de 1922 a 1934 o arqueólogo britânico Sir Leonard Woolley não somente confirmou esta identificação, mas descobriu também que a cidade de Ur, abandonada por Abraão, fora uma cidade florescente e altamente civilizada, com casas confortáveis e um enorme templo-torre, ou zigurate, dedicado à adoração do deus-lua Nana, ou Sin. Por muito tempo, os historiadores haviam expressado dúvidas sobre a cidade de Ur, mencionada na Bíblia em conexão com Abraão. Mas a pá dos arqueólogos provou que a Bíblia está certa.

Os arqueólogos confirmaram também muitos dos costumes mencionados no relato bíblico a respeito de Abraão. Por exemplo, em Nuzu, ou Nuzi, antiga cidade hurriana ao sudeste de Nínive, foram encontradas tabuinhas de argila que autenticam costumes tais como: Escravos tornarem-se herdeiros de pais sem filhos (veja as observações de Abraão sobre o seu escravo Eliézer — Gênesis 15:1-4); a esposa estéril ser obrigada a prover ao marido uma concubina (Sara, ou Sarai, deu Agar a Abraão — Gênesis 16:1, 2); e as transações comerciais serem feitas junto ao portão da cidade (veja a compra do campo e da caverna de Macpela, perto de Hébron, por Abraão — Gênesis 23:1-20). Exemplos de como as escavações em Nuzi apóiam a Bíblia enchem mais de oito colunas de tipo pequeno na erudita obra francesa Supplément au Dictionnaire de la Bible. (Volume VI, colunas 663-672) A Encyclopœdia Britannica declara: “Este material de Nuzi esclareceu muitas passagens difíceis nas narrativas patriarcais contemporâneas de Gênesis.”