Apocalipse 12:1 Explicado

Apocalipse 12:1 Explicado

1. “E VIU-SE um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça”.

EXPLICADO, LIVRO, APOCALIPSE, 12:1
I. “...Viu-se”. No decorrer do Apocalipse, João é escolhido para testemunha ocular do porvir; 43 vezes corrobora, afirmativamente, com o seu expressivo “VI”. Por duas vezes (vs. 1 e 3), neste capítulo, entretanto, aparece o “viu-se” tão generalizado e impessoal. Trata-se de uma ocorrência que não só sua pessoa foi testemunha, mas todos os circunstantes.
1. Um grande sinal. O termo grego “semeion” derivado do hebraico “õth” ou “mõph~eth” é a palavra que comumente significa “sinal” ou “marca distintiva”. Mas nos evangelhos e no livro de Atos dos Apóstolos com freqüência é usado para indicar um “milagre didático”, uma “maravilha”, cuja finalidade é convencer os homens acerca de uma intervenção divina. A expressão ocorre setenta e sete vezes no Novo Testamento. Sendo que nos evangelhos aparece quarenta e oito vezes. Treze vezes ocorre em Atos, oito nas Epístolas de Paulo, uma vez em Hebreus (2.4), e treze no Apocalipse (9.5; 12.1, 3; 13.14, 16, 17; 14.9, 11; 15.1, 2; 16.2; 19.20; 20.4). No Evangelho de João aparece com o significado de “sinal milagroso” (Jo 2.11, 18, 23). Os sinais operados por Jesus eram operados em resposta a uma necessidade ou necessidades prementes, porém, tinham também um significado mais profundo, comunicado ensinos espirituais e contendo elementos proféticos. No presente texto, “o sina” é uma maravilha celestial cujo teor se compõe não só da instrução, mas também da imagem.
2. Uma mulher. A primeira vez que aparece a figura feminina no Apocalipse é no capítulo 2.20. Mas ao todo, temos quatro mulheres representativas no Apocalipse, cada uma delas (com exceção de uma: Jezabel) sendo a expressão de uma reunião de pessoas em um sistema, a saber: (a) Jezabel. Ap 2.20; (b) A mulher do presente versículo. (Ap 12.1; (c) A mulher vestida de púrpura e de escarlata. Ap 17.4; (d) A mulher do Cordeiro. Ap 21.9. Quase que todos os teólogos, seguem neste capítulo, a mesma linha de pensamentos, a saber: A mulher representa a Nação Israelita. Jr 4.31; (em figura de retórica ver Os 1.2, 3). A posição em que foi colocada, recebendo proteção, amor e a iluminação divina, faz-nos pensar em um vulto visto no “céu”. Isto é, nesse caso significa no firmamento. A mulher teria de estar no firmamento, se é que está sobre a lua. Mas a cena é imediatamente transferida para a terra, assim que o filho varão da mulher é dado à luz).
3. Vestida do sol. Estar vestida do sol equivale a estar revestida de luz. Bem perto de Deus, pois “...Deus é sol” (Sl 84.11), e “cobre-se de luz como de um vestido” ( Sl 104.2); A luz é a vestimenta de Deus. Ele é luz. Jesus Cristo é também: “...O sol da justiça” (Ml 4.2). O Dr. J. A. Seiss declara: “Assim como o sol é o rei do dia, assim a lua é a rainha da noite; e assim como estar vestido do sol significa ser glorioso facho de luz para o mundo...”. a grande glória de Israel (vestido de luz) fala de como Deus elevou aquela nação para trazer o Messias (a Luz do mundo), o Redentor Universal.
4. Tendo a lua debaixo dos seus pés. O simbolismo do sol, lua e estrelas sugere um resumo da história de Israel, como se depreende de Gn 37.9. “Assim como a lua está subordinada ao sol e recebe dele sua luz, toda a glória de Israel e sua influência provêm daquele que o comprou, dando-lhe vida. A lua brilha de noite; assim Israel deve brilhar, dar seu brilhante testemunho, em meio às trevas sombrias que se avolumam na era da Grande Tribulação”.
Dado a posição da mulher vestida do sol, evidentemente este, estava posicionado acima desta e esta tendo por pedestal a lua; nesse caso, o sol e a lua estavam em relação um ao outro em posição vertical. Dando a entender que, a lua estava em fase minguante em (“forma de aliança”). Na simbologia profética das Escrituras Sagradas, isso aponta também para “a aliança eterna” (a lei) que por desobediência Israel colocou “debaixo dos seus pés” (cf. Mt 15.6).

5. Uma coroa de doze estrelas. Em razão da Igreja não estar em foco na presente época (a da Tribulação), as doze estrelas representam os doze patriarcas, que são o princípio da formação da Nação Israelita. O simbolismo inteiro faz-nos lembrar, de qualquer modo, do sonho de José, historiado em (Gn 37.9) que diz: “...Eis que ainda sonhei um sonho: e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim”. Assim o sol, a lua e as estrelas lhe prestavam honrarias. Isso certamente fala da nação de Israel. Não devemos pensar na Igreja nesta secção, pois a mesma se encontra ao lado de Cristo nas “bodas do Cordeiro” (cf. Ap 3.10 e 19.9).


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