Apocalipse 12:14 e 15 Explicado
Apocalipse 12:14 e 15 Explicado
14. “E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voassem para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente”.
I. “...duas asas de grande águia”. Para aqueles que interpretam o Apocalipse do ponto de vista filosófico, acham que haveria aqui uma referência mitológica à narrativa da deusa Isis, sua história conta como ela escapou de Sete-Tifom, o terrível crocodilo do Nilo, ao voar para fora de seu alcance. Outros porém, advogam que “as duas asas” simbolizariam o Egito e a Babilônia respectivamente (Ez 17.3, 7, 12, 15 e ss), mas dificilmente esta forma de interpretação combina com o argumento principal. Para nós, as “duas asas de grande águia” significa a proteção de Deus e os meios por ele usados. Seu cuidado e livramento são indicados desta maneira: “Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águia, e vos trouxe a mim” (Êx 19.4); “Achou-no na terra do deserto... como a águia desperta o seu ninho, se move sobre os seus filhos, estende as suas asas, toma-os e os leva sobre as suas asas, assim só o Senhor o guiou...”(Dt 32.10-12). Entre as criaturas que estão dentro dos limites de nossa visão, aquelas que possuem “asas”e “voam”, exemplificam as dotadas de maior velocidade. Assim vemos nestas “asas” meios sobrenaturais (o poder angelical: 8.13, ed. atual) e naturais (a própria natureza: v.16).
1. Um tempo, e tempos, e metade de um tempo. A presente expressão tem seu fundo histórico na passagem de Daniel 7.25. G. H. Pember diz que o sentido é: “um ano, dois anos, e metade de um ano”, mas como diz Pember, por que se diz “tempo, e tempos, e metade de um tempo”, em vez de três anos e meio? Aparentemente não sem razão, pois segundo o modo judaico de calcular, três anos juntos precisariam do acréscimo de um mês, de maneira que o período seria 1.290 dias (Dn 12.11) em vez de 1.260 dias (Dn 7.25; Ap 11.2, 3; 13.5); mas, referindo-se a um dos anos separadamente evita-se este resultado. Isso é confirmado em Ap 11.2, 3 quando a cidade de Jerusalém será pisada pelos gentios durante o tempo de 42 meses.
15. “E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar”.
I. “...água como um rio”. Havia entre os egípcios uma lenda sobre Sete-Tifom, o terrível crocodilo que procurou afogar a deusa Isis com uma inundação. Isso seria realizado pelas correntes do Nilo. Seu objetivo era matar tanto a deusa como seu filhinho (Horus). Mas a terra ajudou a deusa Isis, absorvendo facilmente a água. E assim ela triunfou. Na simbologia profética das Escrituras Sagradas, um rei poderoso, comandando os seus exércitos, é comparado a “uma corrente de águas”, conforme Is 8.7: “Eis que o Senhor fará vir eles as águas do rio, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria...”. Em Os 5.10 temos o simbolismo de Deus a enviar sua ira como “corrente de água”. Em sl 33.6 e 124.4; Is 43.2, lemos que os ímpios engolfam os justos, como se fossem “uma inundação”. Em Is 59.19 o inimigo é visto perseguindo a Israel “como uma corrente de água”. No texto em foco, cremos que o sentido é o mesmo, isto é, a “corrente de água” que o dragão lançou de sua boca, é retratado como “um poderoso exército” composto de súditos da Besta. Mas a exemplo de Core e de seu grupo, foram tragados pela própria terra (Nm capítulo 16)