Marcos 5 — Explicação das Escrituras
Marcos 5
5:1–5 A terra dos gadarenos 8 ficava a leste do mar da Galileia. Lá Jesus conheceu um homem possuído por um demônio extraordinariamente violento, um terror para a sociedade. Todos os esforços para contê-lo falharam. Ele vivia entre as tumbas e nas montanhas, gritando continuamente e cortando -se com pedras afiadas.5:6–13 Quando o endemoninhado viu Jesus, ele primeiro agiu com respeito, depois reclamou amargamente. “Quão verdadeira e terrível é essa imagem - um homem curvado em adoração, petição e fé, mas odiando, desafiador e temeroso; uma dupla personalidade, ansiando por liberdade e ainda se apegando à paixão” (Daily Notes of the Scripture Union).
A ordem exata dos eventos não é clara, mas pode ter sido a seguinte:
1. O endemoninhado realizou um ato de reverência ao Senhor Jesus (v. 6).
2. Jesus ordenou que o espírito imundo saísse dele (v. 8).
3. O espírito, falando por meio do homem, reconheceu quem era Jesus, desafiou Seu direito de interferir e implorou a Jesus com juramento que parasse de atormentá-lo (v. 7).
4. Jesus perguntou o nome do homem. Era Legião, significando que ele era habitado por muitos demônios (v. 9). Isso aparentemente não contradiz o versículo 2, onde diz que ele tinha um espírito imundo (singular).
5. Talvez tenha sido o porta-voz dos demônios que imploraram permissão para entrar em uma manada de porcos (vv. 10-12).
6. A permissão foi concedida com o resultado de que dois mil porcos desceram correndo a encosta da montanha e se afogaram no mar (v. 13).
O Senhor tem sido frequentemente criticado por causar a destruição desses porcos. Vários pontos devem ser observados:
1. Ele não causou esta destruição; Ele permitiu. Foi o poder destrutivo de Satanás que destruiu os porcos.
2. Não há registro de falha dos proprietários. Talvez fossem judeus para quem a criação de porcos era proibida.
3. A alma do homem valia mais do que todos os porcos do mundo.
4. Se soubéssemos tanto quanto Jesus sabia, teríamos agido exatamente da mesma forma que Ele agiu.
5:14–17 Aqueles que testemunharam a destruição dos porcos correram de volta para a cidade com a notícia. Uma multidão voltou para encontrar o ex-demoníaco sentado aos pés de Jesus vestido e em seu perfeito juízo. O povo estava com medo. Alguém disse: “Eles ficaram com medo quando Ele acalmou a tempestade no mar e agora na alma humana”. As testemunhas contaram toda a história aos recém-chegados. Foi demais para a população; eles suplicaram a Jesus que se afastasse daquela região. Esta, e não a destruição dos porcos, é a parte chocante do incidente. Cristo era um hóspede muito caro!
“Multidões incontáveis ainda desejam Cristo longe delas por medo de que Sua comunhão possa ocasionar alguma perda social, financeira ou pessoal. Procurando salvar suas posses, eles perdem suas almas” (Selecionado).
5:18–20 Quando Jesus estava para sair de barco, o homem curado implorou para acompanhá-lo. Foi um pedido digno, evidenciando sua nova vida, mas Jesus o mandou para casa como testemunha viva do grande poder e misericórdia de Deus. O homem obedeceu, levando as boas novas a Decápolis, uma área que abrangia dez cidades.
Esta é uma ordem permanente para todos os que experimentaram a graça salvadora de Deus: “Vá para casa, para seus amigos, e conte-lhes as grandes coisas que o Senhor fez por você e como Ele teve compaixão de você”. Evangelismo começa em casa!
J. Curando o Incurável e Ressuscitando o Morto (5:21–43)
5:21–23 De volta à costa ocidental da azul Galileia, o Senhor Jesus logo estava no centro de uma grande multidão. Um pai frenético veio correndo até Ele. Era Jairo, um dos chefes da sinagoga. Sua filhinha estava morrendo. Por favor, Jesus iria e imporia as mãos sobre ela para que ela pudesse ser curada?5:24 O Senhor respondeu e partiu para casa. Uma multidão o seguia, aglomerando -se sobre Ele. É interessante que, imediatamente após a declaração da multidão que o apertava, temos um relato de fé tocando -o para cura.
5:25–29 Uma mulher distraída interceptou Jesus a caminho da casa de Jairo. Nosso Senhor não ficou aborrecido nem irritado com essa aparente interrupção. Como reagimos às interrupções?
Acho que encontro mais ajuda ao tentar considerar todas as interrupções e obstáculos ao trabalho que a pessoa planejou para si mesma como disciplina, provações enviadas por Deus para ajudar a pessoa a não se tornar egoísta em relação ao trabalho. Não é perda de tempo, como somos tentados a pensar, é a parte mais importante do trabalho do dia — a parte que melhor podemos oferecer a Deus. (Calendário de coletas de escolha)
Esta mulher sofria de sangramento crônico há doze anos. Os muitos médicos que ela procurou aparentemente usaram algumas formas drásticas de tratamento, esgotaram suas finanças e a deixaram pior do que melhor. Quando a esperança de recuperação havia acabado, alguém lhe contou sobre Jesus. Ela não perdeu tempo em encontrá-Lo. Abrindo caminho por entre a multidão, ela tocou a orla de Seu manto. Imediatamente o sangramento parou e ela se sentiu completamente bem.
5:30 Seu plano era escapar discretamente, mas o Senhor não permitiria que ela perdesse a bênção de reconhecer publicamente seu Salvador. Ele estava ciente de um fluxo de poder divino quando ela O tocou; custou-Lhe algo para curá-la. Então Ele perguntou: “Quem tocou em Minhas vestes?” Ele sabia a resposta, mas perguntou para trazê-la à frente na multidão.
5:31 Seus discípulos acharam a pergunta boba. Muitas pessoas o empurravam continuamente. Por que perguntar “Quem me tocou ?” Mas há uma diferença entre o toque da proximidade física e o toque da fé desesperada. É possível estar tão perto Dele sem confiar Nele, mas impossível tocá-Lo pela fé sem que Ele saiba e sem ser curado.
5:32, 33 A mulher avançou, temerosa e trêmula; ela se prostrou diante dele e fez sua primeira confissão pública de Jesus.
5:34 Então Ele falou palavras de segurança para sua alma. A confissão aberta de Cristo é de tremenda importância. Sem ela pode haver pouco crescimento na vida cristã. Ao tomarmos nossa posição corajosamente por Ele, Ele inunda nossa alma com plena certeza de fé. As palavras do Senhor Jesus não apenas confirmaram sua cura física, mas também, sem dúvida, incluíram a grande bênção da salvação da alma.
5:35–38 A essa altura, mensageiros chegaram com a notícia de que a filha de Jairo havia morrido. Não havia necessidade de trazer o Mestre. O Senhor graciosamente tranquilizou Jairo, depois levou Pedro, Tiago e João para a casa. Eles foram recebidos pelo choro desenfreado característico dos lares orientais em tempos de tristeza, alguns deles feitos por enlutados contratados.
5:39–42 Quando Jesus assegurou-lhes que a criança não estava morta, mas dormindo, suas lágrimas se transformaram em desprezo. Destemido, Ele levou a família imediata até a criança imóvel e, pegando-a pela mão, disse em aramaico: “Menina, eu te digo, levante-se”. Imediatamente a menina de doze anos se levantou e caminhou. Os parentes ficaram atônitos e, sem dúvida, delirando de alegria.
5:43 O Senhor proibiu a divulgação do milagre. Ele não estava interessado na aclamação popular das massas. Ele deve avançar resolutamente para a cruz.
Se a menina realmente morreu, então este capítulo ilustra o poder de Jesus sobre os demônios, doenças e morte. Nem todos os estudiosos da Bíblia concordam que ela estava morta. Jesus disse que ela não estava morta, mas dormindo. Talvez ela estivesse em coma profundo. Ele poderia facilmente ressuscitá-la dos mortos, mas Ele não levaria o crédito por isso se ela estivesse apenas inconsciente. Não devemos ignorar as palavras finais do capítulo: “Ele … disse que deveria ser dado algo para ela comer”. No ministério espiritual, isso seria conhecido como “trabalho de acompanhamento”. As almas que conheceram o pulsar de uma nova vida precisam ser alimentadas. Uma maneira pela qual um discípulo pode manifestar seu amor pelo Salvador é apascentando Suas ovelhas.
Notas Adicionais:
5.3 Nos sepulcros: As cavernas à beira do lago serviam de sepulcros, cujo contato, para os judeus, contaminaria com imundícia. O povo, nesta região, era em sua maioria, gentio. Por isso comia a carne de porco (cf. v 11).
5.9 Qual é teu nome: Na época, era muito divulgada a ideia de que, conhecer o nome do demônio, ajudaria a quem desejasse dominá-lo. Jesus demonstrava Seu grande poder expulsando uma legião (milhares) sem invocar os nomes dos espíritos.
5.10 Do país: Parece que os demônios se associavam com distritos particulares. País: (gr. chõran, “região”).
5.12 Manda-nos... porcos: Mostravam, assim, sua completa derrota, ou, segundo Calvino, queriam provocar uma reação negativa nos donos (v. 17).
5.13 Se afogaram: O endemoninhado teria, com isso, uma confirmação do afastamento total dos espíritos (cf. Lc 11.24-26).
5.19 Anuncia-lhes: Entre gentios pagãos não havia necessidade de se guardar o segredo messiânico. O Senhor, Reporta-se a Deus como em Lc 8.39. No seu testemunho, declara que foi Jesus quem o livrou dos demônios (cf. Lc 8.39n). Todos os elementos da grande Comissão missionária encontram-se neste versículo (cf. Mt 28.19ss).
5.20 Decápolis: Uma confederação de dez cidades gregas localizadas ao nordeste da Palestina, incluindo, nela, a própria Damasco.
5.22 Jairo: Cf. Lc 8.49n. O chefe da sinagoga era encarregado da manutenção e programação dos trabalhos. • N. Hom. Um homem principal pode vir a Jesus: 1) Pondo de lado seus preconceitos; 2) deixando sua vaidade; 3) Sujeitando-se a outrem (prostra-se)); 4) Reconhecendo a Jesus como a única esperança (v. 23).
5.26 Médicos: A mulher que gastou todo o, seu dinheiro inutilmente, é semelhante àqueles que procuram o alivio do pecado por meio de “boas ações” e de obediência a ritos religiosos, em vez de unicamente confiar em Cristo.
5.27 Veste: Mateus especifica “a orla”. Cf. Mt 23.5n para se obter mais detalhes sobre esta importante consideração acercar das vestes judaicas.
5.30 Poder: Gr. dunamis a palavra mais comum para designar, “milagre” (cf. 6.2). Tem o sentido de poder sobrenatural e pessoal de Deus. Quem Me tocou? A Jesus, importa, e muito, a transferência da fé em Sua veste para uma confiança depositada somente na Sua pessoa. Quem: está no feminino (no gr), indicando, assim, que Jesus na realidade já sabia que pessoa O tocara.
5.40 Jesus permitiu a presença de apenas cinco testemunhas, na ocasião deste milagre, para evitar uma divulgação mais ampla dessa noticia (cf. v. 43). Era de suma importância, para Sua missão redentora, que Jesus não fosse alvo de muita propaganda, especialmente na Judeia.
5.41 Talitá cumi: Uma transliteração do aramaico língua que Jesus e os discípulos costumavam falar. Talitá: lit. “cordeirinha”.
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