Interpretação de Jeremias 13

Jeremias 13 continua a mensagem profética de Jeremias, usando ações simbólicas para transmitir verdades espirituais ao povo de Judá e de Jerusalém.

O capítulo começa com Deus instruindo Jeremias a comprar um cinto de linho e usá-lo na cintura sem lavá-lo. Depois de algum tempo, Deus diz a Jeremias para enterrar o cinturão às margens do rio Eufrates e depois recuperá-lo. O cinto ficou arruinado e sem valor, simbolizando como o orgulho e a fidelidade de Judá foram manchados pela idolatria e pela desobediência.

Jeremias 13 prossegue descrevendo outra ação simbólica. Deus diz a Jeremias para pegar uma jarra de vinho e enchê-la com vinho. Jeremias deveria então ir até os recabitas, um grupo conhecido por sua obediência às ordens de seus ancestrais, e oferecer-lhes o vinho. Porém, os recabitas recusam-se a beber o vinho, permanecendo obedientes às tradições da família.

O capítulo contém a mensagem de comparação de Deus entre a obediência dos recabitas e a desobediência de Judá. Deus usa os recabitas como exemplo de fidelidade e contrasta a obediência deles com a rejeição de Judá aos Seus mandamentos.

Jeremias 13 continua com um pronunciamento de julgamento contra Judá. Deus descreve a teimosia e o orgulho do povo, que levaram à sua queda.

O capítulo termina com um apelo ao arrependimento e o anúncio do julgamento iminente que cairá sobre Judá. Deus enfatiza a urgência de retornar a Ele e evitar as consequências de sua desobediência.

No geral, Jeremias 13 transmite uma mensagem através de ações simbólicas e contrastes. O capítulo aborda os temas da obediência, do orgulho e das consequências do pecado. Ele usa imagens vívidas para ilustrar o estado da condição espiritual de Judá e enfatiza a importância de atender aos mandamentos de Deus e voltar-se para Ele.

Interpretação

O capítulo contém cinco passagens ligadas pelo tema da humilhação e destino de Judá. Possivelmente este capítulo data do reinado de Joaquim (13:18; cons. 22:26).

A parábola do cinto sepultado. 13:1-11. Esta parábola mostra pitorescamente a importância que Israel tinha diante de Deus e a sua atual corrupção e rejeição.

13:1 Um cinto. Antes, tanga, usado para manter no lugar a articulação do fêmur com o ílio nos esforços prolongados, e para amarrar as largas roupas a fim de que houvesse liberdade de movimentos ao andar ou trabalhar.

13:4 Eufrates. A distância de Judá ao rio Eufrates é de pelo menos 640 quilômetros, considerada antigamente uma distância muito grande. Duas viagens completas são mencionadas (cons. vs. 4, 6). Alguns mestres creem que não se refere ao Rio Eufrates mas a alguma cidade da Palestina com nome parecido. Muitos, contudo, creem que refere-se ao Rio Eufrates mas consideram a narrativa como parábola e não um acontecimento literal. A verdade contida na história não depende de Jeremias ter ou não feito a viagem. Certamente a referência ao Eufrates em 2:18 não deve ser tomada literalmente!

13:11 Israel, tão intimamente ligada a Deus quanto uma tanga (v,11), tornou-se corrupta e inútil. Será jogada fora.

13:12-14 Ela indicava que Deus encheria o povo de confusão, como quando os homens se encontram bêbedos; eles se lançariam uns contra os outros e seriam destruídos.

13:12 Todo jarro se encherá de vinho. Provavelmente um conhecido ditado entre os beberrões. Jarro. Um grande jarro de barro usado para guardar azeite, cereais ou vinho. Os maiores que foram encontrados pelos arqueólogos podem conter até 40 litros.

13:13 Embriaguez. Não intoxicação literal. Aqui, como em outras passagens dos profetas (Jr. 25:15-28; Ez. 23:31-34; Is. 51:17, 18), a figura de um bêbado foi usada para simbolizar a condição patética do povo quando levado para o cativeiro.

13:16 Dai glória. Confessem o seu orgulho pecador. Montes tenebrosos, montes crepusculares. Um quadro pitoresco. O viajante nas montanhas primeiro é tomado pela penumbra, depois pela espessa escuridão.

13:18, 19 Provavelmente se refere a Joaquim e Neusta (22:26; II Reis 24:8).

13:18 Rainha-mãe. Os hebreus davam muita atenção à mãe do rei. Considerando que o rei tinha muitas esposas, nem todas com o mesmo status, a identidade da mãe do príncipe era importante na sucessão ao trono. Porque caiu da vossa cabeça a coroa da vossa glória. Talvez seja a tradução melhor.

13:19 Do sul. O Neguebe, ao sul de Judá. Só recentemente se compreendeu a importância desta parte da terra na antiguidade. Fechadas; isto é, sob a ação do cerco.

13:20-27 A cidade é uma pastora que perdeu o seu rebanho. Ela, a cabeça da nação, levou-a para o pecado.

13:21 Difícil. Talvez: “O que você dirá quando ele (o conquistador da Babilônia) estabelecer como cabeça sobre você aqueles a quem você ensinou a serem seus amigos?”

13:22 Levantaram as tuas fraldas. Evidentemente uma referência ao tratamento concedido a uma prostituta (cons. v. 26; Os. 2:3). Calcanhares deve ser um eufemismo para “partes pudentes” e o paralelo do anterior.

Uma seção bem autobiográfica, cheia do pessimismo do profeta com referência ao futuro de seu povo, e revelando também sua comunhão com Deus, da qual ele recebeu sua sustentação.

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