Números 14 — Análise Bíblica
Análise Bíblica de Números 14
Números 14
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Nm 14:1 -10a A reação do povo
Ao ouvir o relatório dos espias, toda a congregação
chorou e protestou contra Moisés e Arão, dizendo: Tomara tivéssemos morrido
na terra do Egito ou mesmo neste deserto! E por que nos traz o Senhor a
esta terra, para cairmos à espada e para que nossas mulheres e nossas
crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos para o Egito?
(14:1-3). 0 medo levou os israelitas a recusarem a dádiva da terra
que Deus estava oferecendo. Não desejavam continuar a jornada; preferiam
voltar para o Egito. Apesar de terem visto o poder de Deus nas dez pragas
enviadas por ele para libertá-los do Egito, na separação das águas do mar
Vermelho para que pudessem atravessá-lo e no modo em que o Senhor
os protegeu dos muitos perigos no deserto, ainda assim não confiavam
que ele cumpriria suas promessas.
Essa rebelião foi diferente daquela com o bezerro de
ouro (Êx 32—33). Enquanto naquele episódio o povo não rejeitou Deus, mas,
sim, fez uma imagem para representá-lo e conduzi-los em sua jornada à terra
prometida, aqui os israelitas recusaram a oferta de Deus e negaram suas
promessas e, portanto, rejeitaram Deus claramente. Também rejeitaram os
líderes que Deus lhes dera e sugeriram escolher um líder que os levasse de
volta para o Egito (14:4). 0 desejo do povo de escolher seu próprio
líder e voltar para o Egito suscitou a ira de Deus, pois representou uma
rejeição total do “Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito,
da casa da servidão” (Êx 20:2).
Todo ato pecaminoso tem consequências. Horrorizados
com a desobediência do povo, Moisés e Arão se prostraram com o rosto em
terra, como sinal de sua intercessão pelos israelitas que haviam se rebelado
contra Deus (14:5). Josué e Calebe continuaram a encorajar o povo a
confiar em Deus e até rasgaram suas vestes em sinal de tristeza
e arrependimento (14:5-9). Disseram aos filhos de Israel: A terra
pelo meio da qual passamos a espiar é terra muitíssimo boa. Se o Senhor se
agradar de nós, então, nos fará entrar nessa terra e no-la dará, terra que mana
leite e mel. Tão somente não sejais rebeldes contra o Senhor e não temais
o povo dessa terra, porquanto, como pão, os podemos devorar;
retirou-se deles o seu amparo; o Senhor é conosco; não os temais
(14:7-9). Mas o povo ignorou as palavras dos dois e ameaçou apedrejá-los
(14:10a).
14:10b-45 A resposta de Deus
Deus apareceu na tenda da congregação e expressou sua
ira a Moisés: Até quando me provocará este povo [...]? (14:11).
Também declarou que deserdaria o povo, ou seja. não consideraria mais os
israelitas seus filhos. Em seu lugar, criaria uma nova nação ainda maior a
partir dos descendentes de Moisés (14:106-12).
Moisés suplicou ao Senhor que perdoasse o povo, como
havia feito anteriormente no episódio com o bezerro de ouro e em outras
ocasiões. Apresentou dois motivos fortes pelos quais Deus não deveria
destruir seu povo. 0 primeiro dizia respeito à reputação de Deus. As
outras nações sabiam que Deus havia tirado os israelitas do Egito e os
estava conduzindo à terra prometida. Assim, Moisés argumentou: Se matares
este povo como a um só homem, as gentes, pois, que, antes, ouviram a tua
fama, dirão: Não podendo o Senhor fazer entrar este povo na terra que lhe
prometeu com juramento, os matou no deserto (14:15-16). Em
outras palavras, a morte do povc seria considerada um sinal de que Deus
não tinha nenhum poder. Em seu segundo argumento, Moisés apelou para
o caráter de Deus e, mais especificamente, para sua misericórdia, amor
fiel e perdão da iniquidade e a transgressão do seu povo (14:18a).
No entanto, Moisés sabia que, apesar de sua misericórdia, Deus castiga
o pecado, pois citou a proibição da idolatria nos Dez Mandamentos: Ainda
que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos até
à terceira e quarta gerações (14:186; cf. tb. Êx 20:5; Dt 5:9).
Com base nesses dois argumentos, Moisés pediu a Deus que
perdoasse Israel como havia feito no passado (14:19).
Deus respondeu prometendo perdoar o povo, mas também
castigá-lo por sua desobediência. Israel passaria quarenta anos vagando
pelo deserto, até que a geração mais velha (todos com 20 anos de idade ou mais)
perecesse (14:20-35). Dessa geração, somente Calebe e Josué não
morreriam no deserto (14:30). Os outros dez espias que haviam apresentado
o relatório sobre a terra foram mortos por uma praga (14:36-37), um
símbolo do castigo que sobreviria a todos os israelitas com mais de 20
anos de idade.
Moisés relatou ao
povo a resposta de Deus à sua desobediência e falou da morte da geração mais
velha no deserto (14:39). 0 povo reconheceu o seu erro, mas não quis
aceitar o castigo. Em vez disso, continuou a desobedecer. Depois
de rejeitar inicialmente a ordem de entrar na terra prometida com a
ajuda de Deus, decidiu fazê-lo por sua própria conta (14:40-43). Moisés
recusou-se a acompanhá-los, e a arca da aliança não saiu do arraial, mas o
povo avançou para o norte rumo à região montanhosa (14:44). Conforme
a predição de Moisés, os israelitas foram derrotados cabalmente pelos
amalequitas e cananeus (14:45). Qualquer tentativa humana de realizar
uma jornada de fé sem o auxílio e a orientação de Deus é inútil.Mais: Números 1 Números 2 Números 3 Números 4 Números 5 Números 6 Números 7 Números 8 Números 9 Números 10 Números 11 Números 12 Números 13 Números 14 Números 15 Números 16 Números 17 Números 18 Números 19 Números 20 Números 21 Números 22 Números 23 Números 24 Números 25 Números 26 Números 27 Números 28 Números 29 Números 30 Números 31 Números 32 Números 33 Números 34 Números 35 Números 36