Interpretação de 1 Reis 10
1 Reis 10
D. Idade de Ouro de Salomão. 10:1-29.
1) A Visita da Rainha de Sabá. 10:1-13.
1. Tendo a rainha
de Sabá ouvido a fama de Salomão. A rainha de Sabá tem sido identificada como a
governante dos sabeus (Jó 1:15), que habitavam a Arábia Felix, ou a pane mais
extensa do território do Iêmen. Nos tempos bíblicos, os governantes
consideravam como um divertimento real pôr à prova a capacidade uns dos outros.
O propósito primário da visita da rainha foi descobrir se as pretensões de
Salomão quanto à sabedoria igualavam-se ao seu desempenho. Todas as
reivindicações de que ela veio da Etiópia devem ser consideradas puramente
lendárias.
2. Chegou a Jerusalém
com mui grande comitiva. De
acordo com o protocolo diplomático da antiguidade (e atual também), a rainha
ofereceu ricos presentes ao governante de Israel.
3. Salomão lhe
deu resposta a todas as perguntas. Sua curiosidade não foi de modo nenhum desapontada. A
verdadeira sabedoria de Salomão estava inteiramente de acordo com sua reputação
pré-estabelecida. O povo sabeu sobre o qual a rainha reinava era governado por
reis-sacerdotes (Sl. 72:10). Sem dúvida a rainha levou de volta à sua terra
natal um relatório apaixonado da sabedoria de Salomão.
6. E disse . . .
Foi verdade a palavra que a teu respeito ouvi. A rainha confessou que achara os comentários
grandemente exagerados. Agora admitia que nem a metade lhe haviam contado. Seu
espanto foi devido não somente pelo que ouviu da boca do rei, mas do que viu
com seus próprios olhos.
9. Bendito seja o
Senhor teu Deus, que se agradou de ti. Considerando a pessoa que fala, esta declaração não
era inconsistente com o politeísmo. A rainha estava agora pronta a admitir a
existência do Deus de Israel ao nível das outras divindades. Forçar isto para
que signifique que ela se tornou um prosélito da fé hebréia seria forçar demais
(Mt. 12:42). 10. Deu ela ao rei cento e vinte talentos de ouro. Cerca de
3.500.000 dólares, um rico presente de uma opulenta rainha! Isto foi além das
pedras preciosas e especiarias.
11. Também as
naus de Hirão, que de Ofir transportavam ouro. A inserção relativa a Hirão neste ponto indica que
nessa ocasião Salomão negociava um acordo comercial com Tiro no interesse de
sua visitante.
13. O rei Salomão
deu à rainha de Sabá tudo quanto ela desejou e pediu. A rainha, depois de “comer e beber” e
receber muitos presentes, retornou à sua casa. Sem dúvida a rainha sentiu que
sua missão diplomática fora altamente lucrativa.
2) A Glória e o Poder do Império de Salomão.
10:14-29.
18-20. Fez mais o
rei um grande trono de marfim, e o cobriu de ouro puríssimo. Trono. Uma cadeira, ou assento elevado,
indicando realeza. O trono de Salomão tinha proporções especiais. Subia-se nele
por meio de seis degraus, flanqueados por doze leões, seis de cada lado,
presumivelmente representando as doze tribos. O trono era um símbolo da justiça
do governo e do juízo.
19. As palavras hebraicas para redondo (E.R.C.
e E.R.A.) e novilho (RSV) são formadas das mesmas consoantes; só os seus
sinais vocálicos é que são diferentes. Aqueles que traduziram novilho neste
versículo, acham que a palavra indica que havia a figura de um novilho por trás
do trono. Se isto for verdade, podemos ver a figura feia da adoração de um
bezerro lançando sua sombra sobre o teísmo de Israel (12: 28 e segs.).
23-29. Estes versículos constituem uma
recapitulação da riqueza e sabedoria de Salomão.
23. Assim o rei
Salomão excedeu a todos os reis do mundo, tanto em riqueza como em sabedoria. A corte de Salomão sempre estava aberta
para receber admiradores nativos e estrangeiros. A reputada sabedoria de
Salomão, mais a grandeza de seus edifícios públicos, incluindo o Templo,
atraíam inevitavelmente muitos visitantes.
26.
Também ajuntou Salomão carros e cavaleiros. Já
se disse que as pequenas coisas descrevem o verdadeiro caráter de um homem mais
do que as grandes. Um leitor desatento pode não ver nenhum significado no fato
do rei ajuntar cavalos. Contudo, a lei mosaica, em antecipação à monarquia,
proibia o rei de Israel de maneira particular que reunisse cavalos do Egito
(Dt. 17: 16). O fato do Egito não ter ficado famoso pela criação de cavalos
apresenta aqui alguma dificuldade. Os cavalos poderiam ter sido criados na
Cilícia, e o Egito podia ser apenas o comerciante. Os heteus e os sírios também
supriam o mercado. Alguns acham que a palavra hebraica traduzida para “Egito”
é, na realidade, um lugar da Cilícia - Musr.