Interpretação de 1 Reis 14
1 Reis 14
e) A Previsão do Cativeiro. 14:15-19.
15. O Senhor
ferira a Israel... e o espalhará para além do Eufrates. Esta é uma profecia de longo alcance
sobre o cativeiro ainda por vir. Quando Samaria caiu em 722 A.C., o reino do
norte experimentou destino amargo nas mãos dos assírios. E quando Jerusalém
caiu em 586/585 A.C., o reino do sul sofreu a deportação pelas mãos dos
babilônios. O motivo apresentado para esse castigo foi a incurável idolatria de
Israel.
17, 18. Então a
mulher de Jeroboão se levantou, foi, e chegou a Tirza. Estes versículos narram a trágica
seqüência da predição de Aías. Conforme o profeta já previna, a criança tão
amada por toda a população foi chorada e pranteada quando seu corpo desceu à
sepultura.
d) Mais Condenações e Desgraças Proferidas Contra
Jeroboão.
14:1-14. 1. Naquele tempo adoeceu Abias, filho de Jeroboão. Este Abias não deve ser confundido com o
filho de Roboão que tem o mesmo nome e que veio a reinar em lugar do seu pai no
trono de Judá. Esta doença da criança não foi uma das muitas desgraças desta
vida a que todos os seres humanos estão sujeitos, mas antes um ato
disciplinador de Deus. Jeroboão, o primeiro rei da união do norte, deixou de
ouvir “as mais temas solicitações” de Deus; por isso, agora, o Senhor atingiu
diretamente sua mais preciosa possessão, seu jovem filho.
2. Disse este a
sua mulher: Depõe-te, agora, e disfarça-te. Com estas palavras o escritor apresenta a conspiração
do rei para enganar o profeta Aías e desvendar o futuro. Jeroboão achava que se
o profeta percebesse a identidade da pessoa que o buscava, certamente
transmitiria uma mensagem de juízo e condenação. Silo. O antigo
santuário central e anterior lugar da habitação da arca. A cidade era agora o
lugar da morada de Aías, o profeta, que já previra antes a subida de Jeroboão
ao poder (I Reis 11:26-40).
4. Aías já não
podia ver, porque os seus olhos já se tinham escurecido, por causa da sua
velhice. O profeta, agora privado de sua vista por
causa da extrema idade, mantinha contudo seus ouvidos em sintonia com a voz de
Deus, pronto a receber mensagens do céu.
5. Eis que a
mulher de Jeroboão vem consultar-te. A ímpia rainha pensou que o ardil seria bastante
adequado para enganar o profeta. Ela não imaginava que o “Deus diante do qual
todas as coisas são reveladas” já fora diante dela para avisar o Seu servo
sobre a visita dela e sobre a mensagem que lhe devia transmitir.
6. Ouvindo Aías o
ruído dos sem pés . . . disse: Entra, mulher de Jeroboão. Disfarçada, desmascarada e condenada. Não
apenas o véu sobre o seu rosto, mas também as cortinas que havia sobre o seu
coração foram traspassadas. Suas mais perversas intenções, como também sua
natureza foram desnudadas. Hipocrisia e fingimento sempre se deparam com o
desprazer e julgamento de nosso Senhor.
7. Vai, dize a
Jeroboão: Assim diz o Senhor Deus de Israel. Aías, com golpes ousados, prosseguiu falando sobre a
unção do rei, a promessa condicional de Deus, Sua graça em colocar Jeroboão
sobre as tribos do norte. Depois rispidamente fez Jeroboão se lembrar, através
de sua esposa, de sua apostasia e séria idolatria, culminando na adoração dos
bezerros de ouro. Por isso, devia aguardar o castigo.
10. Portanto, eis
que trarei o mal sobre a casa de Jeroboão, e eliminarei ... todo e qualquer do
sexo masculino. O
reino de Israel ficaria despovoado das crianças do sexo masculino quer pelo
cativeiro quer pela morte.
11. Quem morrer. Seus corpos seriam devorados pelos cães e
aves de rapina – a pior desgraça que podia acontecer a um semita.
12. Quando
puseres os pés na cidade, o menino morrerá. Assim, o destino foi declarado da maneira mais
impressionante contra a casa de Jeroboão. Até a pessoa de mais calejado coração
comove-se com a morte de uma criancinha, especialmente com as herdeiras de um
trono. Mas a sentença tinha de ser executada com toda rapidez. A esposa de
Jeroboão jamais veda novamente o seu filho com vida. Ele morreria quando seus
pés passassem os limites da capital. Em contraposição a seu pai, ele teria um
sepultamento honroso.
f) Continuação da Apostasia de Jeroboão e Sua Morte.
14:20.
20. Descansou com
seus pais. Para verificar
fatos suplementares o leitor deve ler a narrativa de II Cr. 13:15 -20. Contudo,
esta referência pode ser considerada como uma convenção ou formalidade, uma vez
que a narrativa de I Reis referente a Jeroboão é muito mais completa do que a
de Crônicas.
3) Judá sob o Governo de Roboão, Abias e Asa. 14:21 -
15:24.
a) Roboão de Judá. 14:21-24.
21, 22. Roboão,
filho de Salomão, reinou em Judá. O cenário histórico, agora, transfere-se para o sul
onde o destino da casa de Davi está sendo delineado. Roboão reinou um ano como
co-regente de seu pai e dezesseis anos sozinho. Embora o seu reino fosse livre
da adoração dos bezerros de ouro, contudo o declínio espiritual e a
delinqüência moral caracterizaram a derrocada. A idolatria, na forma mais
grosseira, tornara-se a ordem do dia.
23. Altos (heb. bamot). Lugares elevados, os
quais embora não fossem necessariamente idólatras no caráter, logo se prestaram
a este tipo de adoração. As colunas (heb. massebot; E.R.C., imagens).
Pedras colocadas com o fim de representar o correlativo masculino da divindade
cananita. Os postes-ídolos eram postes representando a forma feminina da
divindade.. Compare com imagens do bosque da E.R.C. A adoração licenciosa de
Canaã infiltrou-se na adoração da Judéia.
24. Havia também
na terra prostitutos-cultuais. Assim,
todo o horrível quadro da idolatria se completou. Prostitutos. Homens
reservados para propósitos sexuais em relação com os cultos religiosos. Como na
terra de Canaã, os israelitas falharam em exterminar esta prática idólatra.
Agora se transformou em uma cilada e armadilha para eles.
b) A Invasão de Sisaque. 14: 25-28.
25. No quinto ano
do rei Roboão, Sisaque, rei do Egito, subiu contra Jerusalém. Sisaque. Sheshonk dos registros egípcios
(945-924 A.C.), o fundador da Vigésima Segunda Dinastia. Este foi o primeiro
sério invasor estrangeiro no território israelita desde os dias de Saul. No
templo de Carnaque, em um alto-relevo representando a vitória do Egito sobre
Judá, Sisaque se vangloria dos problemas criados por ele ao rei judeu. Uma
narrativa mais resumida e mais sóbria nos é fornecida pela Bíblia, onde, na sua
honestidade, admite-se que Sisaque despojou o lindo Templo de Salomão antes de
fazer um acordo de não espoliar totalmente a Jerusalém.
c) A Morte de Roboão. 14:29-31. 29.
Quanto aos mais dos atos de Roboão, e a tudo quanto fez. Mais
uma vez o leitor é orientado a ler a narrativa mais completa em II Cr.
12:13-16. Este reinado foi caracterizado pela tensão e freqüentes levantes
militares entre as tribos divididas, antes tão fortemente unidas sob o glorioso
chefe, Davi.
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