Interpretação de 1 Reis 2

Comentário Devocional de Levítico

Interpretação de 1 Reis 2



1 Reis 2


2) Últimas Palavras e Morte de Davi. 2:1-11.
1-4. Aproximando-se os dias da morte de Davi. Isto poderia ser um longo período de meses. As palavras não se referem necessariamente à morte imediata.
2. Eu vou pelo mundo de todos os mortais. A exortação de Davi a Salomão foi dupla: 1) uma exortação a que obedecesse à lei de Jeová (vs. 3, 4); 2) uma admoestação para tratar sabiamente com os inimigos e amigos de Davi, de acordo com seus merecimentos (vs. 5-9).
5,6. Davi instruiu Salomão especificamente a que liquidasse os inimigos do rei, isto é, Joabe e Simei. Os críticos declaram que as instruções de Davi em relação a esses homens foram uma “exibição de crueldade oriental”. Contudo, deve-se notar que aquelas penalidades não eram simplesmente devidas ao desejo pessoal que Davi trilha de vingança. Joabe, comandante do exército, era culpado de duplo homicídio - o assassinato de Abner, um ato de mais profunda traição (II Sm. 3:27), e a morte de Amasa, filho de Jeter (II Sm. 20:10). Joabe foi justamente acusado por Davi de cometer atos de guerra em tempos de paz. Por isso devia morrer imediatamente. Observe a figura de linguagem pitoresca do cinto e das sandálias manchadas de sangue li Reis 2: 5).
7. Porém com os filhos de Barzilai ... usarás de benevolência. Barzilai, já idoso, sustentara Davi quando fugia de seu filho Absalão (lI Sm. 19:31 e segs.). Sem esta assistência Davi poderia ter sucumbido, morrendo de fome no deserto.
8. Eis que também contigo está Simei . . . que me maldisse. Durante a rebelião de Absalão, Simei saiu ao encontro do rei fugitivo, amaldiçoando-o e jogando (erra e pedras sobre Davi e seus acompanhantes (II Sm. 16:5-13). Depois que a rebelião foi sufocada, Simei apelou para o perdão. E Davi o perdoou quanto à execução da pena. Duas são as interpretações sobre as instruções que Davi deu a Salomão para “não o ter por inculpável” (I Reis 2:9). A primeira, considerando que Davi fosse supersticioso, acha que o rei, como oriental típico, temia a maldição. A maneira mais eficiente de remover a maldição, de acordo com o modo de pensar que prevalecia naquele tempo, era aniquilar aquele que a proferira, tornando-a inoperante. A outra, uma interpretação mais provável, é que Simei, sendo benjaminita, era oriundo das vizinhanças do falecido rei Saul, o que fada temer que esse homem, quando sua custódia protetora fosse retirada, tornasse a atacar o trono. Além do mais, antes da penalidade propriamente dita ser imposta, Salomão concedeu a Simei um adiamento condicionado à obediência.
10. Sepultado na cidade de Davi. Jerusalém, jurisdição do Monte Sião (Atos 2:29). A cidade que Davi arrebatou aos jebusitas e proclamou sua capital veio a ser o lugar do sepultamento do grande rei. Embora Davi tivesse nascido em Belém, Jerusalém doravante passou a ser designada a cidade de Davi.
11. Davi reinou sobre Israel quarenta anos. Aqui não há nenhum problema cronológico particular. Davi morreu com setenta anos de idade, tendo reinado quarenta anos. Reinou sete anos sobre a região do Hebrom, um pequeno setor ao sul, e esteve sobre o trono de todo Israel durante trinta e três anos ( 1010-971 A.C.).

3) O que Salomão fez com os aspirantes ao trono. 2:12-46.
Execução de Adonias. 2:13-25.
13-17. Então veio Adonias . . . a Bate-Seba. Ele se aproximou da mãe de Salomão com um pedido aparentemente inocente mas na realidade insidioso. Ele disse: “Que se me dê Abisague”. Esta moça cuidara de Davi quando enfraquecido pela idade. A inocente mãe nada viu de perverso neste pedido, mas achou que fosse simplesmente “uma questão amorosa” e prontamente concordou.
19. Foi, pois, Bate-Seba ter com o rei Salomão. Inocentemente transformou-se em intermediária de Adonias. Com grande cortesia o rei recebeu sua mãe... até que ela apresentou-lhe o pedido.
22. Por que pedes Abisague . . . para Adonias? A acuidade mental de Salomão penetrou na trama. Embora Davi não tivesse “possuído” Abisague, ela era contudo considerada uma herdeira. Com ela iam junto os direitos ao trono. Tendo uma vez falhado numa tentativa fracassada de apoderar-se do trono, Adonias buscava agora de maneira mais sutil obter o seu objetivo. Desta vez ele não foi perdoado. 25. Enviou o mi Salomão a Benaia. Adonias fracassara, desconsiderando a misericórdia que lhe fora demonstrada; por isso o juízo foi inflexível.
Fim de Abiatar. 2:26, 27.
26. E a Abiatar . . . disse o rei: Vai para Anatote (v. 26). Abiatar, um descendente de Arão através de Eli, foi retirado do seu ofício sacerdotal e enviado de volta à sua aldeia, em desgraça. O motivo do castigo imposto a Abiatar, conforme declarou Salomão, foi ter participado da rebelião de Adonias. Embora expulso, não foi executado, porque manteve-se fiel a Davi na rebelião de Absalão (II Sm. 15:24 e segs.).
A Morte de Joabe. 2:28-35.
28. Fugiu ele para o tabernáculo do Senhor, e pegou das pontas do altar. Salomão começou agora a executar as ordens de seu falecido pai em relação aos seus inimigos. O Tabernáculo estava localizado em Gibeom (veja 3:4), para onde Joabe fugiu, sabendo que seu destino estava selado. Contudo, nem mesmo o santuário do altar poderia fornecer refúgio ao homicida declarado.
33. Assim remirá o sangue destes sobre a cabeça de Joabe ... para sempre. O rei dava evidências concretas quanto à justiça da sentença. As palavras de “bênção” que se seguem dão a entender que uma vez removida a culpa de sangue do trono, ele podia permanecer para sempre em posição de bênção diante de Deus. Depois da execução, Joabe foi sepultado em sua própria casa. O velho general não foi desonrado afinal. Ser sepultado em sua propriedade era sinal de distinção, como no caso de Samuel, o -profeta (I Sm. 25:1), e outras personalidades importantes. A casa de Joabe ficava a leste de Belém, no deserto da Judéia.
35. Constituiu o rei . . . em lugar de Abiatar a Zadoque por sacerdote. Depois de substituir Joabe por Benaia, Zadoque ficou no lugar de Abiatar. A nomeação de Zadoque foi cheia de serias conseqüências, pois daquele período em diante, o sacerdócio ficou sujeito às manobras políticas do estado.
O Castigo de Simei. 2:36-46.
36-41. Mandou o rei chamar a Simei (veja 2:8,9). O próximo com o qual Salomão tinha de tratar, de acordo com a ordem de Davi, foi Simei. O rei ordenou que construísse uma casa em Jerusalém, e permanecesse dentro dos limites da cidade. O ribeiro de Cedrom dividia a tribo de Judá da tribo de Benjamim. Simei pertencia a esta última. Ficou assim proibido de retomar à sua própria tribo (v. 37). Simei concordou e prometeu obedecer (v. 38). Embora colocado sob rígida vigilância e sabendo o castigo que o esperava, violou as condições do adiamento de sua sentença, saindo de Jerusalém para procurar dois dos seus servos que fugiram para Gate, uma cidade dos filisteus (vs. 39, 40).
42. Então mandou o rei chamar a Simei. Aqui está implícito que cada um dos seus movimentos era avisado a Salomão. Pode-se argumentar a favor ou contra a plena justificação da pena de morte decretada por Salomão. No mínimo o monarca percebeu na desobediência de Simei os mais perniciosos motivos, e castigou-o com a morte. Agora Salomão acabara de cumprir as ordens deixadas por seu pai. Teria sido bom para Salomão se fosse assim tão zeloso como Senhor seu Deus (cons. 2:3).
45. Mas o rei Salomão será abençoado. Salomão congratulou-se com a morte de Simei; a maldição que pairava diretamente sobre Davi e indiretamente sobre ele, fora removida.
46. Assim se firmou o reino sob o domínio de Salomão. Com todas as ameaças removidas, Salomão pôde dedicar-se a um reinado pacífico e próspero.


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